A Comissão
Episcopal Pastoral Especial para o Enfrentamento ao Tráfico Humano (CEPEETH) da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acaba de lançar, em versão
digital e impressa, o Caderno: “Nas Trilhas do Enfrentamento ao Tráfico de
Pessoas”.
Segundo Dom
Evaristo Spengler, “embora o tráfico de pessoas seja o terceiro comércio
ilícito mais rentável do mundo, é ainda um crime desconhecido porque é
invisível para a sociedade. Ele gera mais de 30 bilhões de dólares
anualmente, mas as pessoas não conhecem esse crime”.
O
Presidente da Comissão destaca que “por isso, quando as pessoas ouvem falar,
perguntam: ainda existe essa realidade nos tempos atuais?”. O Bispo da Prelazia
de Marajó ressalta que “esse caderno, ele quer ser uma ferramenta para ajudar a
todas as pessoas que mobilizam as pastorais, movimentos, organizações e
coletivos que atuam nos processos de formação para o enfrentamento ao tráfico
de pessoas no Brasil para que possam ajudar a trazer à tona essa realidade”.
Dom
Evaristo relata como segundo passo, depois de tomar conhecimento, “quais são os
caminhos para que as pessoas possam se engajar, se envolver nesse enfrentamento
ao tráfico de pessoas”. O bispo afirma que “o caderno coloca aquele esquema que
é bem conhecido nosso no Brasil e em América Latina do ver, julgar e agir,
apresenta conceitos, modalidades, indicações para a cultura do cuidado”.
Citando o
Papa Francisco, o Presidente da Comissão, ressalta que “ele nos alerta que nós
não teremos um mundo de paz, não teremos um mundo de fraternidade enquanto não
tivermos uma cultura do cuidado”. Nesse sentido, o bispo franciscano afirma que
“a violência, o uso das pessoas para o lucro, como é o tráfico de pessoas, ele
é o oposto disso, é o uso da pessoa para a ganância de alguns, usando as pessoas
como mercadoria, como propriedade, como um objeto. Isso é um crime que brada
aos céus”.
Lembrando
novamente as palavras do Papa Francisco, Dom Evaristo diz que o Tráfico de
Pessoas “é uma chaga atroz que tem que ser curada em nossa sociedade”. Por isso,
“nós desejamos que esse caderno possa ajudar a trazer à tona para muitas
pessoas das nossas bases, pastorais e movimentos, e também outros grupos
sociais que querem conhecer melhor e saber como se engajar no enfrentamento ao
tráfico de pessoas”.
A realidade
do Tráfico de Pessoas no Brasil se torna mais preocupante neste cenário em que
o país atravessa crises sociais, políticas econômicas e ainda convive com a
pandemia da Covid-19. Nesse sentido, o caderno pretende ser instrumento que
ajude a enfrentar um crime que é considerado a escravidão moderna deste século.
Ainda mais diante do fato de que no Brasil, “o grito das vítimas praticamente
foi silenciado pelo poder do crime organizado durante a pandemia da Covid-19”, uma
realidade que demanda formar e informar para denunciar.
Um caderno
que conta com as parcerias da Associação Brasileira de Defesa da Mulher da
Infância e da Juventude (ASBRAD), Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Rede Um
Grito pela Vida e apoio da Conferência Episcopal Italiana.
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