quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Um Rei que serve e não domina


A Igreja católica encerra o Ano Litúrgico com a Solenidade de Cristo Rei, um dia em que a Igreja comemora o Dia dos Cristãos Leigos. Um Rei que não domina e sim que serve, que se doa, que se coloca o último e caminha com os últimos, que pensa em como fazer realidade uma sociedade onde os últimos tenham voz e vez.

Depois de encerrar o 18º Congresso Eucarístico Nacional, realizado na Arquidiocese de Olinda-Recife de 11 a 15 de novembro, que no momento final teve como grata surpresa o anúncio de que Dom Hélder Câmara está mais perto de ser declarado venerável, a gente pode ver que tudo está interligado, que nada é por acaso. O “Pão em todas as mesas” presente no tema do Congresso foi um dos grandes pedidos daquele que foi Arcebispo da Arquidiocese sede do grande evento eucarístico nacional.

É famosa a frase de Dom Hélder, onde ele diz: “Quando dou comida aos pobres, me chamam de santo. Quando pergunto por que eles são pobres chamam-me de comunista”. Parece que durante o Congresso alguns católicos se incomodaram quando alguém questionava as causas da atual pobreza no Brasil, que faz com que mais de 30 milhões de brasileiros não tenham pão em sua mesa. São expressões desse catolicismo que alguns tentam impor no Brasil, se afastando cada vez mais de Jesus Cristo, a quem identificam com um Rei dominador e não servidor.



Fazer presente esse Rei servidor na vida do povo é missão de todos os batizados, daí a importância do laicato na vida da Igreja, ainda mais dessa Igreja sinodal que quer impulsar, com muitas resistências, o Papa Francisco. Uma Igreja que caminha junto, onde as pessoas se escutam e procuram encontrar o caminho a seguir desde a comunhão.

Não podemos esquecer que juntos somos mais e que o envolvimento de todos na caminhada da Igreja faz com que a presença de Deus e dos valores do Evangelho se tornem mais evidentes na vida das pessoas e da sociedade. Esse sempre é um desafio para a Igreja e daí a importância dos cristãos leigos, que ninguém pode esquecer são a grande maioria da Igreja, na caminhada eclesial.

Celebrar o Dia do Laicato é reconhecer sua importância decisiva nos processos de evangelização e na transformação da sociedade para fazer que um mundo melhor para todos e todas se torne uma realidade cada vez mais evidente. No final das contas a Igreja é chamada a ser presença na vida das pessoas e ninguém melhor do que os leigos e leigas para fazer realidade essa missão de transformar a realidade em que vivemos e faze-la mas parecida com a proposta de Deus.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar

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