Escolher a barbárie
como caminho para construir o futuro de uma nação nunca pode ser a alternativa
certa. O acontecido em Brasília no último domingo, é fruto de tudo o que foi
plantado durante os últimos anos, especialmente durante os últimos meses, ao
longo da campanha eleitoral e no tempo depois da eleição encerrada no dia 30 de
outubro de 2022, de uma polarização que tem se transformado em violência
extrema.
A invasão da sede
dos três poderes da República só pode provocar um sentimento de tristeza e
indignação, quem apoia e incentiva esse tipo de atos, ainda mais com as
gravíssimas consequências que isso teve para o patrimônio nacional, só pode ser
visto como alguém que precisa de acompanhamento psiquiátrico. Não é possível
aceitar esse tipo de atos vandálicos sob nenhum tipo de hipótese, pois isso
mostra a incivilidade dessas pessoas que de jeito nenhum podem ser vistos como
cidadãos e cidadãs, mesmo que muitos deles se apresentem como gente de bem.
A sociedade
brasileira precisa reagir com firmeza diante desses fatos, é algo que vai além
do poder público, são os brasileiros e brasileiras que devem se posicionar e
desde a união escolher o país que querem construir, mostrando assim o que
significam as instituições democráticas.
A maior força numa
sociedade é o diálogo, daí a necessidade de procurar instrumentos que garantam
a convivência pacífica e o respeito por aqueles que pensam diferente, que nunca
podem ser vistos como inimigos só pelo fato de ter posturas divergentes. O
acontecido em Brasília no último domingo é algo que se repete em menor escala
nos diferentes níveis da sociedade brasileira, e isso é inaceitável.
O Brasil não pode
renunciar a um sistema democrático que ajudou a superar uma ditadura onde as
imposições se tornaram comuns, algo que hoje a grande maioria do povo
brasileiro não está disposto aceitar. Independentemente de ideologias, a
democracia deve ser algo inegociável, um princípio intocável para o povo
brasileiro.
Deixar crescer o
clima de ódio consequência de polarizações, só pode conduzir a consequências
nefastas para o conjunto da sociedade brasileira. Se faz necessário uma
educação para a fraternidade e o diálogo e aí as igrejas deveriam desempenhar
um papel fundamental.
Infelizmente,
pessoas que se dizem “cristãs” e coloco cristãs entre aspas, apoiam e
justificam o acontecido em Brasília no último domingo. Ser cristão implica ser
cidadão, se comprometer com a paz, olhar para o outro desde um sentimento
fraterno que nos leva a poder caminhar juntos, mesmo com as divergências
presentes em cada pessoa humana. Não nos deixemos conduzir por aqueles que usam
o nome de Deus em vão, que se servem da religião cristã para favorecer projetos
de morte e destruição.
Não escutemos aqueles
que desde a distância agem com covardia e não aceitam a vontade da maioria. É
tempo de desmascarar os violentos e apostar num futuro de paz e fraternidade a
exemplo daquele que chamamos o Príncipe da Paz.
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