segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Missionários Ticuna evangelizando o Povo Ticuna


Missionários indígenas evangelizando os próprios indígenas. Nessa frase poderia ser resumida a Missão Ticuna realizada de 9 a 27 de janeiro de 2023 na comunidade Mari-Mari, da Paróquia de Tonantins, e na comunidade Patiá, na Paróquia de Santo Antônio do Iça, na Diocese de Alto Solimões.

Estamos diante de mais um exemplo daquilo que nasceu do Sínodo para a Amazônia, o protagonismo indígena nos processos de evangelização. O trabalho realizado pelos 7 missionários e missionárias do Povo Ticuna, chegados das comunidades de Belém do Solimões, Vendaval, Piranha e Nupune, durante quase três semanas mostra sua doação e o compromisso com o Reino de Deus.

A missão, coordenada pelo diácono Antelmo Pereira Ângelo, o primeiro diácono permanente do Povo Ticuna, que foi acompanhado pela sua esposa Lucinda, é um dos compromissos assumidos pelo Povo Ticuna na 3ª Reunião Geral Diocesana de Pastoral Ticuna, realizada 4 a 8 de janeiro de 2023, na Paróquia São Francisco de Assis de Belém do Solimões, buscando avançar numa evangelização intercultural, em fazer realidade uma Igreja com rosto amazônico e rosto indígena.



Naquele encontro, ao longo de 5 dias de intenso trabalho, os participantes do encontro foram trabalhando em grupo e recebendo formação em torno aos 4 pilares que sustentam as Diretrizes para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil: Palavra, Pão, Caridade e Ação Missionária.

Ao longo do tempo de missão, foi realizado um trabalho de formação, teórica e prática sobre a Palavra de Deus, a Catequese, o Dízimo, a Celebração Dominical da Palavra, a Vocação, um elemento que cobra especial importância neste tempo em que a Igreja do Brasil está realizando o 3º Ano Vocacional, a Ecologia, que faça realidade um maior compromisso no cuidado da Casa Comum, e a sobriedade, uma luta importante diante das ameaças do alcoolismo e as drogas.

Segundo os missionários e missionárias tudo foi muito bem acolhido pelas comunidades, desde as crianças até os idosos. Uma acolhida que tem muito a ver com o fato de ser um trabalho missionário realizado em língua Ticuna e do jeito Ticuna, tendo em conta a própria cultura e cosmovisões.

Tudo isso apareceu nas orações, nas dinâmicas, nos ajuris de limpeza, na partilha dos alimentos, ajudando assim a superar os desafios das longas viagens de motor rabeta, com fortes chuvas e sol quente. Mas sempre com a alegria presente na vida de cada missionário e missionária, que nasce do Amor de Deus e do povo.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
Com informações e fotos do Blog Povo Ticuna de Belém do Solimões

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