Lembrando a luz de Cristo, iniciou
Dom Leonardo Steiner sua homilia na Vigília Pascal, afirmando que “Guiados pelas mulheres do Evangelho, descobrimos a aurora
da luz de Deus que brilha nas trevas. Não mais trevas, mas luz! Não mais
noite, mas luz de um novo dia! Não mais noite nos nossos dias, nem noite de
nossa humanidade. Luz que ilumina as noites, o anoitecer dos dias, a escuridão
do horizonte perdido. Mesmo quando não nos apercebemos, agora há luz: a luz de
Cristo!”.
Lembrado o que foi cantado no Exultet, o Arcebispo de Manaus destacou que “o
céu e a terra, todo universo bendiz e louva, veio a Luz, Nova vida. Nós nesta
noite, irmãos e irmãs, aqui estamos a elevar nossas vozes como participantes da
claridade e da clarividência de Cristo que ressuscitou”. Se referindo à noite
da Páscoa, o cardeal a definiu como “a noite da comunhão e da liberdade. Noite
da esperança!”, continuando com as palavras do Exultet.
Segundo o Dom Leonardo, “na comunhão com todo o universo,
na liberdade de verdadeiros filhos e filhas de Deus, nos deixamos tomar pelo
fogo novo, pela nova luz: Cristo Senhor! Se vida nova, se novo horizonte a nos
guiar nesta noite, esperança a guiar nossos dias e noites”.
O Arcebispo fez ver que “as
mulheres antes que se fizesse dia, foram em busca de Jesus”, lembrando as
palavras do Papa Francisco na Vigília Pascal de 2022. Ele definiu Cristo como “nossa luz!”, destacando que “com ele devagar tudo
se ilumina. Ele a alumiar os vazios, as dores, as mortes, os sepulcros vazios. Ele
deixa ver no vazio do túmulo, na ‘removida a pedra da porta do sepulcro
e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus’. Agora somos capazes de
contemplar a vida com os olhos abertos, com o olhar de futuro. Já não mais
desiludidos, acomodados, apáticos, lamentosos, imóveis diante da nossa finitude
e dor”.
Fazendo uma leitura da realidade atual, o Arcebispo de
Manaus disse que “diante das guerras, das violências, das desesperanças, do pôr-se
o a luz dos dias, da convivência: a luz de Cristo. O Círio aceso que
introduzimos em nossa catedral desiluminada, foi difundindo luz, espargindo luz.
Iluminados, tudo iluminado no resplandecer do Ressuscitado. Iluminados pela
esperança. Graças à Páscoa de Jesus, podemos dar o salto do nada para a vida”, citando
a Karl Rahner, quando diz que “a morte não poderá mais roubar-nos da nossa
existência”. Por isso, o Cardeal Steiner, insistiu em que “O Senhor
ressuscitou!: ‘Não tenhais medo!’ Levantemos o olhar, retiremos dos nossos
olhos o véu da amargura e da tristeza, abramo-nos à esperança de Deus!”.
Jesus “ressuscitou e fez-se o Vivente, a razão da vida e da
morte. Tudo nele vive, tudo nele revive, tudo nele, se renova”, afirmou,
citando as palavras da Carta aos Romanos, e novamente o Papa Francisco na Vigília
de 2022, quando disse que “Não podemos fazer Páscoa, se continuamos a morar na
morte; se permanecemos prisioneiros do passado; se na vida não temos a coragem
de nos deixar perdoar por Deus - que perdoa tudo -, a coragem de mudar, de
romper com as obras do mal, a coragem de nos decidirmos por Jesus e pelo seu
amor; se continuamos a reduzir a fé a um amuleto, fazendo de Deus uma bela
recordação de tempos passados, em vez de ir hoje ao seu encontro como o Deus
vivo que deseja transformar-nos a nós e ao mundo”.
Continuando com as palavras do Santo Padre, afirmou que “um
cristianismo que busca o Senhor entre as ruínas do passado e O encerra no
túmulo da rotina é um cristianismo sem Páscoa. Mas o Senhor
ressuscitou! Não nos demoremos ao redor dos túmulos, mas vamos redescobri-lo, a
Ele, o Vivente! E não tenhamos medo de O procurar também no rosto dos irmãos,
na história de quem espera e de quem sonha, na dor de quem chora e sofre: Deus
está lá!”. Uma reflexão que também foi iluminada com as
palavras de Santo Agostinho na homilia aos recém batizados na Vigília da
Páscoa, afirmando o Santo de Hipona que “Não é
grande coisa crer que Jesus morreu; também os pagãos o creem, também os judeus
e os condenados; todos o creem. Mas a coisa realmente grande é crer que
ressuscitou. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo”.
Finalmente, o Cardeal Steiner
convidou a “ressuscitados em Cristo, a Luz a iluminar os nossos dias, faz
nascer o cântico de ação de graças na celebração desta noite”, seguindo as
palavras cantadas no Salmo: “Dai graças ao senhor, porque ele é bom! Eterna é a
sua misericórdia!”.
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