sábado, 8 de abril de 2023

Cardeal Steiner: “Guiados pelas mulheres do Evangelho, descobrimos a aurora da luz de Deus”


Lembrando a luz de Cristo, iniciou Dom Leonardo Steiner sua homilia na Vigília Pascal, afirmando que Guiados pelas mulheres do Evangelho, descobrimos a aurora da luz de Deus que brilha nas trevas. Não mais trevas, mas luz! Não mais noite, mas luz de um novo dia! Não mais noite nos nossos dias, nem noite de nossa humanidade. Luz que ilumina as noites, o anoitecer dos dias, a escuridão do horizonte perdido. Mesmo quando não nos apercebemos, agora há luz: a luz de Cristo!”.


Lembrado o que foi cantado no Exultet, o Arcebispo de Manaus destacou que “o céu e a terra, todo universo bendiz e louva, veio a Luz, Nova vida. Nós nesta noite, irmãos e irmãs, aqui estamos a elevar nossas vozes como participantes da claridade e da clarividência de Cristo que ressuscitou”. Se referindo à noite da Páscoa, o cardeal a definiu como “a noite da comunhão e da liberdade. Noite da esperança!”, continuando com as palavras do Exultet.


Segundo o Dom Leonardo, “na comunhão com todo o universo, na liberdade de verdadeiros filhos e filhas de Deus, nos deixamos tomar pelo fogo novo, pela nova luz: Cristo Senhor! Se vida nova, se novo horizonte a nos guiar nesta noite, esperança a guiar nossos dias e noites”.


O Arcebispo fez ver que “as mulheres antes que se fizesse dia, foram em busca de Jesus”, lembrando as palavras do Papa Francisco na Vigília Pascal de 2022. Ele definiu Cristo como “nossa luz!”, destacando que “com ele devagar tudo se ilumina. Ele a alumiar os vazios, as dores, as mortes, os sepulcros vazios. Ele deixa ver no vazio do túmulo, na ‘removida a pedra da porta do sepulcro e, entrando, não acharam o corpo do Senhor Jesus’. Agora somos capazes de contemplar a vida com os olhos abertos, com o olhar de futuro. Já não mais desiludidos, acomodados, apáticos, lamentosos, imóveis diante da nossa finitude e dor”.





Fazendo uma leitura da realidade atual, o Arcebispo de Manaus disse que “diante das guerras, das violências, das desesperanças, do pôr-se o a luz dos dias, da convivência: a luz de Cristo. O Círio aceso que introduzimos em nossa catedral desiluminada, foi difundindo luz, espargindo luz. Iluminados, tudo iluminado no resplandecer do Ressuscitado. Iluminados pela esperança. Graças à Páscoa de Jesus, podemos dar o salto do nada para a vida”, citando a Karl Rahner, quando diz que “a morte não poderá mais roubar-nos da nossa existência”. Por isso, o Cardeal Steiner, insistiu em que “O Senhor ressuscitou!: ‘Não tenhais medo!’ Levantemos o olhar, retiremos dos nossos olhos o véu da amargura e da tristeza, abramo-nos à esperança de Deus!”.


Jesus “ressuscitou e fez-se o Vivente, a razão da vida e da morte. Tudo nele vive, tudo nele revive, tudo nele, se renova”, afirmou, citando as palavras da Carta aos Romanos, e novamente o Papa Francisco na Vigília de 2022, quando disse que “Não podemos fazer Páscoa, se continuamos a morar na morte; se permanecemos prisioneiros do passado; se na vida não temos a coragem de nos deixar perdoar por Deus - que perdoa tudo -, a coragem de mudar, de romper com as obras do mal, a coragem de nos decidirmos por Jesus e pelo seu amor; se continuamos a reduzir a fé a um amuleto, fazendo de Deus uma bela recordação de tempos passados, em vez de ir hoje ao seu encontro como o Deus vivo que deseja transformar-nos a nós e ao mundo”.


Continuando com as palavras do Santo Padre, afirmou que “um cristianismo que busca o Senhor entre as ruínas do passado e O encerra no túmulo da rotina é um cristianismo sem Páscoa. Mas o Senhor ressuscitou! Não nos demoremos ao redor dos túmulos, mas vamos redescobri-lo, a Ele, o Vivente! E não tenhamos medo de O procurar também no rosto dos irmãos, na história de quem espera e de quem sonha, na dor de quem chora e sofre: Deus está lá!”. Uma reflexão que também foi iluminada com as palavras de Santo Agostinho na homilia aos recém batizados na Vigília da Páscoa, afirmando o Santo de Hipona que “Não é grande coisa crer que Jesus morreu; também os pagãos o creem, também os judeus e os condenados; todos o creem. Mas a coisa realmente grande é crer que ressuscitou. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo”.


Finalmente, o Cardeal Steiner convidou a “ressuscitados em Cristo, a Luz a iluminar os nossos dias, faz nascer o cântico de ação de graças na celebração desta noite”, seguindo as palavras cantadas no Salmo: “Dai graças ao senhor, porque ele é bom! Eterna é a sua misericórdia!”.




Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1


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