“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” (Lc 10,33-34) foi a temática geral trabalhada no Seminário
sobre a Campanha da Fraternidade – CF 2020, evento promovido pelo Regional
Norte 1- Amazonas e Roraima, no último fim de semana (29 de novembro a 1 de
dezembro) e contou com um pouco mais de 100 participantes oriundos das nove
prelazias e dioceses do regional, e a participação do bispo da Diocese do Alto
Solimões, Dom Adolfo Zon, que apresentou uma introdução sobre a CF 2020, cujo
tema será “Fraternidade e vida: dom e compromisso” e visa despertar para o
sentido da vida como dom e compromisso, recriando relações fecundas na família,
na comunidade e na sociedade, à luz da palavra de Deus.
Também assessorou o encontro a Irmã Eurides Alves, da Congregação
das Irmãs Franciscanas Missionárias do Coração Imaculado de Maria e da Rede Um
Grito Pela Vida. Ela trabalhou a metodologia VER, na qual apresentou a situação
atual das problemáticas levantadas pela CF 2020, mostrando diversos dados
preocupantes, que incluem exploração do trabalho infantil, violência e
exploração sexual de crianças e adolescentes; assassinatos de crianças;
desigualdades sociais enquanto raiz da
pobreza e das exclusões; desigualdade econômica que mata, gerando pobreza,
tráfico, roubo e pobreza; desigualdade social que gera falta de assistência
médica, de educação, de moradia, de emprego, etc...; a violência contra povos indígenas e seus
territórios e contra as mulheres (estupros, feminicídio, homicídios, etc).
Além dos dados, Irmã Eurides promoveu reflexões de como os
presentes lidam com as realidades apresentadas e o papel de todos para mudar
essa realidade, a começar por cada um e pela educação dada às crianças hoje,
incentivando para uma cultura de paz e de amor e cuidado para com o próximo.
Já a Irmã Telma
Lage, do Centro de Migrações e Direitos Humanos (CMDH) da Diocese de Roraima, conduziu
de forma orante e reflexiva a metodologia do JULGAR/DISCERNIR (..., Sentiu compaixão, .....), conduzindo os presente para
a importância da empatia pelo que sofre, “compaixonar-se”, se colocando no
lugar do outro. Ela afirmou que é
preciso ter a consciência de que a campanha inicia em nós, que é necessário
fazer o que se propõe na própria vida para depois agir na realidade e que sentir
compaixão do outro é romper com a indiferença.
“É preciso ressignificar a ação do samaritano. Nossas escolhas
tem que ser pensadas a partir da necessidade do outro (do que o outro carece). Somos
chamados a percorrer o mesmo caminho do samaritano, que é a figura de Cristo. Sintonizar
o nosso coração com o coração de Jesus[...]. A CF ao tratar a vida como “dom e
compromisso” nos convida a uma conversão pessoal, comunitária, social e
conceitual em relação à justiça que nutrimos”, afirmou Irmã Telma.
Por fim, na manhã de domingo (1/12), o diácono Francisco
Lima, secretário executivo do Regional Norte 1 – AM/RR, trabalhou a terceira
parte da metodologia, o AGIR (..., e
cuidou dele), elencando alguns pontos, como: Compromisso com a vida, Compromisso
pessoal; Renovação familiar; viver em comunidades eclesiais missionárias; e os gestos
concretos propostos (jornada mundial dos pobres e coleta da solidariedade).
Também afirmou que para pensar ações que transformem a realidade, é preciso observar
quatro verbos: acolher, proteger, promover e integrar.
No encerramento, houve o envio dos participantes para que
estes, ao retornar para as suas prelazias, dioceses, comunidades, paróquias, etc.,
assumam o compromisso de serem multiplicadores do que a campanha da fraternidade
propõe no tocante do compromisso com a vida.
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