No dia 8 de fevereiro, festa de Santa
Bakhita, é celebrado o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de
Pessoas, que neste ano tem como tema “Economia sem Tráfico de Pessoas”. Com motivo
dessa data, Adriana Ribeiro no programa “Arquidiocese em Notícias”, da Rádio
Rio Mar, entrevistava a irmã Valmi Bohn, coordenadora nacional da Rede um Grito
pela Vida.
Segundo a irmã Valmi, a Rede um Grito
pela Vida é um grupo de mulheres e homens que trabalham na prevenção do tráfico
humano. O início dos trabalhos no Brasil aconteceu em 2007, a partir do pedido da
assembleia da União Internacional das Superioras Gerais – UISG, acontecida em
2006. No início, a rede estava formada por um grupo de religiosas e religiosos
e depois foram chegando as leigas e os leigos, segundo sua coordenadora
nacional.
A religiosa da Divina Providência,
afirma que “o principal objetivo da rede é conscientizar, sensibilizar,
prevenir as pessoas sobre os graves problemas do tráfico humano, em especial os
jovens e crianças, as mulheres, também os homens, no que faz referência ao
trabalho escravo”, insistindo em que “nosso compromisso é enfrentar o tráfico
humano através dessa prevenção”. Trata-se de uma rede da qual podem participar todas
as pessoas, que tem muitos parceiros na sociedade civil e no âmbito governamental.
A Rede um Grito pela Vida está em
Manaus desde 2010 e atualmente tem extensões do núcleo em Itacoatiara, Tefé, Borba
e Anori. Segundo a irmã Valmi Bohn, está sendo estudado a possibilidade de começar
em outros lugares depois da pandemia, quando seja possível fazer a formação com
o pessoal que quiser participar. A pandemia tem condicionado o trabalho da
rede, que agora é mais virtual. “Antes da pandemia a rede tem trabalhado muito
com palestras sobre o tráfico humano nas escolas, comunidades católicas e
evangélicas, grupos de migrantes, indígenas, mulheres, casais, campanhas nas
ruas, nos terminais de ônibus...”, segundo sua coordenadora nacional.
No mês de fevereiro a intenção de
oração do Papa Francisco é sobre as mulheres vítimas da violência, para que
sejam protegidas pela sociedade e seus sofrimentos sejam considerados e
escutados. Segundo a irmã Valmi, “uma de cada três mulheres já sofreu violência,
infelizmente é uma realidade muito cruel, existe”. Ela insiste em que “diante
da pandemia, as vulnerabilidades sociais aumentaram imensamente, e quem mais
sofre as consequências são exatamente as crianças, os jovens e as mulheres que
estão vivendo em casa, no seu isolamento, e muitas dessas violências não
aparecem”.
Ao falar sobre o Dia Mundial de Oração e Reflexão contra o Tráfico de Pessoas e o tema dessa jornada, “Economia sem Tráfico de Pessoas”, a religiosa lembra que Santa Bakhita foi sequestrada aos 9 anos e foi vendida para a escravidão. Segundo ela, “o tema lembra que o modelo económico dominante no mundo é uma das principais causas do trafico humano. Uma economia sem tráfico é um convite que está sendo feito para promover novas experiências de economia que possam ajudar a superar todas as formas de exploração”.
Para o dia 8 de fevereiro está
prevista uma programação a nível nacional e internacional, no Brasil existem 28
núcleos da Rede um Grito pela Vida, afirma a irmã Valmi. O núcleo de Manaus vai
organizar uma live de oração, às 16 horas (acesse aqui), que vai contar com a
presença de Dom José Albuquerque, bispo auxiliar de Manaus, e uma eucaristia, às
19 horas, no horário de Manaus (acesse aqui). Os dois momentos no formato virtual, que podem
ser acompanhadas no facebook. As pessoas também podem acender uma vela ou fazer
uma oração especial para que termine o tráfico de pessoas, segundo a irmã Valmi
Bohn.
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