quinta-feira, 21 de setembro de 2023

50ª Assembleia Regional Norte1: luzes, inspirações e passos para seguir semeando o Evangelho na Amazônia


O Regional Norte1 realiza de 18 a 21 de setembro sua 50ª Assembleia Regional, um momento celebrativo marcado pela Memória, Profecia e Esperança. Mais de 80 representantes das nove igrejas locais, pastorais, organismos e movimentos do Regional se encontraram na Maromba de Manaus para buscar luzes, inspirações e passos para seguir semeando o Evangelho na Amazônia.

Uma Igreja onde a juventude questiona se o sonho da Igreja para a juventude é o sonho da juventude, que faz com que a Pastoral da Juventude tenha se tornado escola de lideranças para outras pastorais, mas que procuram subsídios de formação encarnados na realidade amazônica, e assim assumir nas bases seu trabalho pastoral. No Regional os indígenas interpelam as igrejas locais a criar e fortalecer a Pastoral Indígena, a defender e promover a cultura e território indígena, suas orações, saberes, símbolos, realidades, vocações, formação.

Na vida pastoral das igrejas locais o caminho sinodal sempre está muito presente, mesmo diante das dificuldades vividas, como é o trânsito de missionários que geram descontinuidade nas ações pastorais ou a desarticulação, a falta de unidade, de diálogo e de alguns católicos não assumir muitas propostas que a Igreja faz hoje, existindo lideranças que se sentem donos do serviço que realizam. Por isso, é pedido ações concretas em relação à profecia, um incentivo da ministerialidade e valorização dos leigos, da missionariedade, da conversão ecológica e cuidado da casa comum. 



Desde 1967, o Regional viveu momentos que despertam gratidão, mas também demandam melhorar e construir juntos, também com os leigos e leigas, que fazem parte dessa história. Uma Igreja desafiada a ser missionária, presença em todos os lugares onde for necessário, o que demanda descobrir meios e formas para colocarmos em pratica a sinodalidade. Nessa missão tem se inserido a Vida Religiosa Consagrada, vidas doadas na missão, muitas vezes até a morte, presenças proféticas nos lugares mais longínquos, comprometida com a defesa da vida em todas as suas dimensões, com a ecologia integral. 

Um caminho como Regional Norte1 que tem luzes de esperança, inspirações e passos para continuar semeando vida no meio do povo, nas comunidades, que devem ser relançadas, sendo destacado o dinamismo das áreas missionárias. Um futuro que precisa de uma formação dos agentes que constrói a consciência da Igreja Local, sendo proposto a criação de escolas em parceria com a Faculdade Católica do Amazonas. Uma Igreja que será melhor iluminada com o protagonismo dos povos indígenas, se fazendo necessário apoiar e implementar a pastoral Indígena e que os próprios indígenas sejam os protagonistas da evangelização. 

Na Igreja do Regional Norte1 destaca a força do laicato na atuação das pastorais, mas também reconhece a fragilidade da articulação e o desafio de uma espiritualidade encarnada. Uma realidade é que tem leigos que procuram formação nas redes sociais e não nas igrejas locais. Leigos, principalmente leigas que nas comunidades ribeirinhas são a força da Igreja. Nas igrejas locais o número de ministros ordenados foi crescendo, presbíteros nascidos na Amazônia, um clero jovem que vai assumindo a vida diocesana, mas que também conta com ministros ordenados alheios as causas da Amazônia. Um clero que também conta com Fidei donum, vistos como testemunho de encarnação e desapego, com diáconos, vistos como um caminho a ser descoberto, com bispos vida simples e sóbria, gestados no ventre das comunidades e no amor dos preferidos de Deus, testemunho de comunhão e de servir juntos.



Essa Igreja conta com a riqueza da Vida Religiosa Consagrada, que no Regional Norte1 está a vanguarda do serviço à vida, onde destaca a força das mulheres, mas onde se faz ver que já houve maior envolvimento das congregações masculinas. Uma Igreja que quer avançar no caminho da ministerialidade, com subsídios para orientar as Igrejas Locais à escuta e discernimento sobre os ministérios, para avançar na reflexão sobre o diaconato das mulheres.

Uma Igreja que cuida da vida, sendo uma marca a vigilante atenção à realidade socioeconômica, pois a encarnação na realidade é vista como condição subjacente a toda pastoral, sendo necessário uma conversão permanente ao Verbo Encarnado. Uma Igreja onde a sede metropolitana sempre teve um papel servidor, sendo garantia de unidade e de comunhão, mas que é demandada a fomentar o diálogo e o comprometimento da Vida Religiosa.

Se faz necessário que os planos pastorais das igrejas locais tenham em conta as diretrizes regionais, que haja uma tomada de consciência da responsabilidade, que a história seja resgatada. Uma Igreja desafiada a construir relações ecumênicas diante de um cenário onde algumas igrejas evangélicas e pentecostais, dadas suas atitudes, são vistas como uma ameaça. Igrejas locais nascidas da Missão ad Gentes e que hoje é desafiada a ser missionária nos confins do mundo, uma Igreja que se lança à missão.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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