sábado, 30 de dezembro de 2023

"Um apaixonado por Cristo" que viveu as bem-aventuranças: o funeral de Padre Edy Savietto na catedral de Treviso


O missionário 'fidei donum' de nossa diocese faleceu no último dia 20 de dezembro em Pacaraima, Brasil, onde havia iniciado sua missão há cerca de um ano

 

"Um apaixonado por Cristo". Era assim que o Pe. Edy se definia. Foi assim que Dom Michele Tomasi, da Diocese de Treviso, começou sua homilia esta manhã na Catedral de Treviso para o funeral do Pe. Edy Savietto, o sacerdote 'fidei donum' que morreu repentinamente de um ataque cardíaco em Pacaraima, Brasil, no dia 20 de dezembro. Uma característica que todos reconheciam no Pe. Edy, tanto na diocese de Treviso quanto na diocese de Roraima (Brasil), onde ele havia chegado há pouco mais de um ano para iniciar uma missão em Pacaraima (Brasil), uma área de fronteira com a Venezuela, em estreita colaboração com as dioceses de Vicenza e Pádua.

"Era difícil não ficar impressionado, e até mesmo fascinado, por seu modo de fazer as coisas, que era uma manifestação de seu modo de ser. Ele era naturalmente capaz de estar com as pessoas. Esse foi um grande dom do Pe. Edy, recebido de sua família. Mas a partir de seu encontro com Jesus, essas características e dons, recebidos como um presente, tornaram-se, por sua vez, um presente gratuito e apaixonado dirigido a todos", disse o bispo. Concelebraram com Dom Tomasi os bispos de Pádua, Dom Claudio Cipolla; de Vicenza, Dom Giuliano Brugnotto; de Piacenza, Dom Adriano Cevolotto; Dom Alberto Bottari De Castello, ex-núncio na Hungria; Pe. Lucio Nicoletto, vigário geral da diocese de Roraima, que leu uma mensagem do bispo de Roraima, Dom Evaristo Pascoal Spengler (que celebrou o funeral do Pe. Edy em Boa Vista em 21 de dezembro), e no final da celebração expressou uma lembrança do Pe. Edy em nome de todos os sacerdotes e fiéis de Roraima que o conheceram e trabalharam com ele. Junto com eles, o Pe. Lorenzo Dall'Olmo, sacerdote originário da diocese de Vicenza, que está em missão em Roraima há pouco mais de dois anos, e o Pe. Mattia Bezze, de Pádua, também sacerdote 'fidei donum' em Roraima, que compartilhou a missão com o Pe. Edy. Havia muitos padres concelebrando de toda a diocese. Muitas autoridades estavam presentes, desde o ministro Carlo Nordio, até os prefeitos de Treviso, Mario Conte, de San Biagio di Callalta, Valentina Pillon, e de outros municípios onde o Pe. Edy exerceu seu ministério.



"Com ele, tinha-se a impressão de que a vida era de fato intensa, plena. E se percebia claramente que tudo era um viver para o Senhor, um 'ser para o Senhor'", sublinhou Dom Michael, delineando a figura do Pe. Edy. "Era assim em suas atividades quando estava na paróquia, era assim em sua pronta e generosa aceitação do pedido para ir em missão, era assim nesses meses em Pacaraima e na gratidão quase infantil por ter sido enviado em missão, que ele nunca perdia uma oportunidade de me mostrar".

"De várias partes, nestes dias, me fizeram a pergunta: O que o Senhor quer nos dizer com esses eventos, com as mortes com tão pouco tempo de diferença, de sacerdotes em seu auge, dedicados e comprometidos como o Pe. Edy e o Pe. Davide, e antes disso o Pe. Raffaelle?" A pergunta ressoou na catedral e foi repetida pelo bispo Tomasi, que enfatizou: "Não tenho a pretensão de responder a essa pergunta, pelo menos sozinho: encontraremos a resposta, acredito, juntos, buscando os fundamentos de nossa fé e nosso testemunho como discípulos missionários. No entanto, sei que o Senhor já falou na vida desses nossos irmãos sacerdotes, como na de tantos outros, quando os chamou para segui-lo de perto, em uma vida dedicada a Deus, à Igreja e a seus irmãos e irmãs, para proclamar o Evangelho a todos e viver uma vida de acordo com a Boa Nova de Cristo. Para o nosso presente", acrescentou o bispo, "a partir da meditação orante sobre a vida e a morte desses nossos irmãos, a realidade se torna mais clara e evidente para mim que nós, humanos, somos seres maravilhosos e frágeis, que somos chamados a viver intensamente e a não desperdiçar nossas vidas com coisas inúteis, e que nossa primeira tarefa é cuidar uns dos outros e amar uns aos outros".



"Gosto de interpretar a vida do Pe. Edy", concluiu Mons. Tomasi, referindo-se ao Evangelho das Bem-aventuranças proclamado durante a celebração, "como a tensão contínua em direção à pobreza de espírito e ao amor pelos pobres; em direção à mansidão e à construção de relações sólidas de confiança; em direção à fome e à sede de justiça e à abertura de lugares onde se pode captar a verdade e a beleza dos fatos; em direção à misericórdia para com cada pessoa e toda a criação; em direção à pureza de coração com a qual se olha a vida e as pessoas. Gosto de ler sua vida como um bom caminho, que deixa sua marca com passos tenazes e diários em direção à paz, no compromisso até mesmo oneroso com a justiça e na aceitação madura das contradições que surgem ao sermos autênticos discípulos de Cristo, testemunhas de sua obra. Que o Senhor, que chamou o Pe. Edy para essa experiência de fé, esperança e caridade, lhe conceda o nome de ‘beato’ e o acolha na alegria do Reino. E nos sustente em nossa jornada".

Antes da bênção final, houve também a lembrança dos dois irmãos do Pe. Edy, Oscar e Cristian, que pediram apoio para os projetos em favor dos jovens e das mulheres que ele havia iniciado em Pacaraima, a paróquia onde ele viveu e trabalhou por menos de um ano.



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