No quarto
domingo da Quaresma, domingo da alegria, domingo Laetare, segundo ele mesmo lembrou,
o cardeal Leonardo Steiner iniciou sua homilia dizendo que “a consolação está próxima,
está próxima a Páscoa de Jesus”, uma alegria que nasce do fato de Deus ter dado
seu filho ao mundo para que todos tenham a vida eterna.
Segundo o
arcebispo de Manaus, “as leituras da Quaresma nos indicam a conversão como
caminho do encontro com Cristo crucificado, ressuscitado”, ressaltando que a
Campanha da Fraternidade de 2024 “nos aproxima da misericórdia de Deus, para
buscarmos reconciliação e assim vivermos como irmãos e irmãs”. Ele disse que “o
caminho quaresmal é seguir Jesus como o povo da Primeira Aliança, é o tempo que
nos convida a ouvir melhor a voz de Deus, como também a aclarar o sentido das
tentações que temos”.
Comparado
com o acontecido no deserto com o povo de Israel, Dom Leonardo Steiner afirmou
que “Jesus tornou-se para nós remédio, salvação, redenção de todos os nossos
males”. Segundo o arcebispo, “o povo no caminhar do deserto ficou impaciente, pôs-se
a falar mal de Deus e de Moisés”, insistindo em que “não aguentando mais a
dureza desértica, diante da incerteza da chegada à terra da promessa, começam a
murmurar, se revoltar contra Deus e contra Moisés”, explicando o sentido da
serpente de bronze para vencer as serpentes, “sinal do coração desviado, da
murmuração, do pecado, da traição, que leva à morte”.
O cardeal
Steiner disse que “o pecado leva à morte, mas o reconhecimento do pecado conduz
à vida”, destacando que “a salvação vem da Cruz, mas daquela Cruz que é Deus
feito carne, não há salvação nas ideias, na boa vontade, no compromisso de ser
bom, a única salvação está em Cristo Crucificado, porque só Ele, como a serpente
de bronze, foi capaz de assumir todo o veneno do pecado e nos curar a todos”.
No
Evangelho do dia, o cardeal Steiner destacou a frase: “Deus amou tanto o mundo
que deu seu filho primogénito”, ressaltando que “Deus nos amou antes que nós o
amássemos”, um amor gratuito, enviando seu filho e nele “somos feitos
primogenitura de Deus”, que abandonamos quando “enveredamos pelo caminho do
pecado e da morte que nos destrói”. Segundo o arcebispo de Manaus, “nas
contradições, nas murmurações, nas contendas, nos fechamentos, nos nossos
desvios e pecados, nós nos distanciamos deste amor gratuito da Cruz, do
crucificado”.
Lembrando
as palavras de Santo Agostinho, o cardeal disse que “as obras boas começam
quando o reconhecimento das obras más”, fazendo um chamado a “olhar para Jesus
e perceber onde nos encontramos, olhar para Jesus no seu amor e percebermos o
nosso distanciamento, as nossas traições, os nossos desvios”. Segundo Dom
Leonardo, “o desejo ardente de Deus é que vivamos, não a morte, Ele sempre nos
quer salvos, libertos, livres, a caminho, mesmo quando estamos no deserto,
mesmo quando estamos entre serpentes, Ele deseja salvos, vivos”.
No deserto
somos tentados, mas também somos libertados, destacou o cardeal, chamando a não
nos deixarmos levar pela murmuração, pelas contradições. Ele insistiu em que
somos “irmãos e irmãs, pois somos gerados na Cruz do amor, em Jesus”, afirmando
que “a Campanha da Fraternidade insiste na amizade social porque vivemos da
graça da irmandade que veio da Cruz”, o que faz com que “somos sempre únicos,
únicas no amor”, mas sem esquecer que “os especiais no amor são os esquecidos e
os rejeitados”.
O cardeal
lembrou que “vivemos no tempo da agressão, da violência nas palavras, na intolerância
religiosa, política, racial, no desprezo da ética e da justiça que possibilita
viver na dignidade, na verdade”. Ele destacou que “diante de um amor doação tão
inaudito, não nos cabe outra resposta senão desejar de todo coração, de toda
alma e mente, de todo vigor, sermos irmãos e irmãs, tecendo os fios do perdão,
da reconciliação, para que surja a verdadeira fraternidade”.
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