O Tríduo Pascal é momento para pensar sobre nossa fé, sobre aquilo que fundamenta nosso discipulado. Podemos dizer que o fundamento do nosso ser cristão é o amor, o serviço, a entrega, e disso a gente faz memória sempre, mas de modo especial na Semana Santa, tempo em que a Igreja aprofunda no sentido da entrega de Jesus como caminho para uma vida em plenitude.
No caminho da vida
plena, e essa é a meta a que nos conduz nosso discipulado, somos desafiados a
encontrar mecanismos que nos permitem avançar. Só quem assume o amor, o serviço
e a entrega vai descobrindo o rumo que nos aproxima com Aquele a quem seguimos.
Jesus, com seu exemplo, nos mostra a necessidade de dar a vida para que nossa
vida se plenifique.
Para isso temos
que estarmos dispostos a nos fazermos pequenos, a nos colocarmos os últimos, a
nos abaixar e lavar os pés daqueles que humanamente nunca iriamos lavar e não e
teríamos obrigação de lavar. Assumir a condição de escravo é um sentimento que mesmo
muitos vendo-o como algo que nos desumaniza, se torna uma atitude que nos
diviniza, nos identifica com a divindade que está presente naquele que sendo
Deus assumiu a condição humana.
Em verdade, assumir o serviço gratuito, o serviço por amor, nos faz mais humanos, nos humaniza plenamente, pois nos aproxima daqueles que conhecem o sofrimento humano, nos ajuda a entender que somos limitados e que quando estamos dispostos a servir os outros, é mais fácil superar as limitações que fazem parte da nossa condição humana.
Uma questão
importante é até que ponto nós estamos dispostos servir, a quem nós estamos
dispostos servir, como nós estamos dispostos servir. Somos desafiados a servir
entregando nossa vida por completo, a servir a todos, também aos Judas que a
vida nos coloca em nossa frente, e a servir sem esperar nada em troca. Esse
modo de realizar o serviço nos torna verdadeiros discípulos e discípulas
daquele que veio para servir e não para ser servido.
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