Olhar para os
povos indígenas, para os princípios que sustentam sua vida, é um exercício que
pode nos ajudar a descobrir aquilo que deveria fundamentar nossa existência pessoal,
mas também nosso ser sociedade, nosso modo de nos relacionarmos com os outros e
com nosso entorno.
No mês de abril
celebramos o Mês dos Povos Indígenas, tendo o dia 19 como momento concreto em
que somos chamados a refletir sobre sua importância no futuro da humanidade e
do Planeta. A comunidade e o cuidado do ambiente, daquilo que o Papa Francisco
chama casa comum, são elementos fundamentais na vida dos povos originários e
seu exemplo é um aprendizado necessário para aqueles que habitamos o Planeta
Terra.
Tradicionalmente
desprezados, ignorados, considerados cidadãos de segunda categoria, descartados
pela sociedade dominante, os povos indígenas representam uma perspectiva de
vida que deve ser considerada como caminho a ser seguido em vista de garantir
aquilo que é comum a todos os seres humanos: a vida, vida em plenitude, o sumak
Kawsay, o bem-viver, que tem permeado a vida dos povos originários ao longo dos
séculos.
A felicidade é uma
aspiração para a maioria das pessoas, os modos de concretizar esse estado
dependem do momento histórico, da cultura dominante, da própria pessoa. Uma
pergunta que deveríamos saber responder é aquela que tem a ver com o que nos
faz felizes, o que faz que cada um de nós, mas também todos juntos como
sociedade, sejamos felizes, possamos disfrutar da vida e da existência.
Nos povos
originários a felicidade é um conceito que está intrinsecamente relacionado com
a dimensão comunitária da vida, a felicidade é um conceito coletivo. Se faz
necessário que todos participem desse sentimento de felicidade para que ele se
torne pleno, para que não seja visto como algo incompleto.
Diante de uma
sociedade onde o lucro, ter coisas materiais é colocado como elemento decisivo
para ser feliz, as cosmovisões, o modo de ver o mundo dos povos originários se
apresenta como uma alternativa válida para a sociedade global, mesmo
reconhecendo a dificuldade de ser assumido esse modo de entender a vida.
Sempre é tempo de
aprender, de entender que podemos mudar nosso modo de vida, que as propostas
que vem das periferias pode ser o caminho a seguir. No final das contas, a
sociedade dominante sempre é comandada por aqueles que estão no centro das
decisões sociais, políticas, económicas. Eles poucas vezes reconhecem as luzes
que vêm de fora dos espaços que ocupam, o que demanda novos olhares da
realidade, buscando encontrar o que em verdade nos conduz até a plenitude da
vida, mas da vida para todos e todas.
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