Na apresentação da
Festa de Pentecostes, o arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Steiner, lembrou
que “nós temos diversidade entre nós de pensamentos, de ideais, de sonhos,
diversidade de raças, de culturas, temos uma diversidade grande de ideologia,
mas não podemos deixar de ser irmãos e irmãs”.
Uma afirmação que
tem que nos levar a refletir como sociedade, como família, como homens e
mulheres de fé, independentemente da religião que cada um de nós professa. A
diversidade não pode ser motivo de divisão e enfrentamento, e sim riqueza que
nos ajuda a crescer, a descobrir no outro aquilo que nos faz ser gente, crescer
como pessoas.
Numa sociedade
onde muitos se empenham em dividir em todos os âmbitos da vida, também na
religião, a festa de Pentecostes deveria ser uma oportunidade para refletir.
Não podemos esquecer que na semana previa à Festa do Espírito Santo celebramos
a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, e que muitas vezes as diferentes
igrejas nasceram por motivos que pouco tem a ver com Deus.
Nos empenhamos em
enxergar no outro aquilo que pode nos afastar dele e ignoramos que são muitas
mais as coisas que podem nos aproximar. A fraternidade, ser irmãos e irmãs, é
algo que somos desafiados a cultivar na vida do dia a dia, assumindo que nem
sempre é fácil avançar nesse caminho, mas sem deixar de lado a necessidade de
dar passos firmes que nos permitam ir adiante.
Quando o Espírito
da unidade na diversidade está presente em nós, vamos descobrindo caminhos que
nos ajudam a encontrar a riqueza daquele que é diferente, vamos reconhecendo os
elementos presentes em cada pessoa que podem nos ajudar a nos enriquecermos
como pessoas, vamos assimilando que na alteridade, no reconhecimento do outro,
está a base da convivência que garante a vida em sociedade, a vida em
comunidade.
Pretender ser
clones, copias idênticas uns dos outros, não pode ser o caminho certo. Se faz
necessário nos abrirmos a realidades e pessoas que nos oferecem caminhos
alternativos, muitas vezes para chegar no mesmo objetivo, a felicidade humana,
a sadia convivência e a ajuda mútua, como elementos que garantem a unidade na
diversidade.
Ser irmãos e irmãs
tem que ser uma necessidade, um anseio presente em cada pessoa que pretende
crescer em humanidade. Quando imperam em nossa vida atitude contrárias a esse
dinâmica não conseguiremos aquilo que garante o futuro da humanidade. Ver o
outro como um inimigo nos faz pequenos, enxergar em cada pessoa a presença de
um irmão, de uma irmã, garante aquilo que pode construir o que a grande maioria
das pessoas quer: um mundo melhor para todos e todas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário