A Segunda
Sessão da Assembleia Sinodal do Sínodo sobre a Sinodalidade, que está sendo
realizada na Aula Paulo VI, no Vaticano, de 2 a 27 de outubro de 2024, iniciou
sua terceira semana de trabalho na segunda-feira. O trabalho no Módulo
Itinerários termina hoje e, a partir de terça-feira, terá início o último
módulo, que fala sobre os Lugares.
Ele esperou na porta até o final da oração.
Na Aula
Paulo VI, observamos situações que nos levam a refletir sobre o significado de
uma Igreja sinodal. Assim que a assembleia estava rezando, estava sendo lido o
Evangelho, que é a maneira habitual de começar os trabalhos todas as manhãs e
todas as noites, o Papa Francisco, em um gesto incomum na Igreja, chegou e
esperou na porta por vários minutos até que a oração terminasse, antes de ir
para seu lugar em uma das mesas redondas. A pessoa que o conduzia tentou
levá-lo ao seu lugar, mas ele lhe disse para esperar.
De fato, ao
publicar a foto em um grupo de padres e explicar o que havia acontecido, alguém
escreveu espontaneamente: “Que gesto bonito. Nós, padres, teríamos chegado
tarde e, ainda por cima, teríamos sido notados”, ao que outro respondeu: “você
está certo”. Se Francisco tivesse feito isso, teria parecido normal para quase
todo mundo. Afinal, na mente da maioria das pessoas, ele é “o chefe” e poderia
fazer isso sem ter que se explicar.
Francisco é
alguém que diz o que vive, e quando ele pede aos novos cardeais que ofusquem a
eminência com o serviço, é porque para ele ser o Santo Padre não é o que é
decisivo em sua vida, mas o fato de ser um batizado, a quem a Igreja confiou
uma autoridade, que é fortalecida quando ele assume a kenosis da qual São Paulo
fala em Filipenses: “Jesus Cristo esvaziou-se a si mesmo, assumindo a forma de
servo, tornando-se semelhante aos homens”.
Um papa de gestos
O atual
pontífice é alguém de gestos, que grita com suas atitudes, e é isso que nos
leva a nos questionar, a entender que viver como cristão é fazê-lo aprendendo a
ser o último, a não insistir em ser o protagonista. Quando assumimos essa
dinâmica, garantimos que em nosso testemunho outros possam reconhecer a
presença de Deus. Para o comum dos mortais, o que fica são as atitudes, o que
faz com que esse gesto produza um impacto muito maior e melhor do que um longo
discurso sobre o que é uma Igreja em que todos somos iguais.
Ser uma
Igreja sinodal é aprender a aceitar esses gestos como normais, entender que
todos nós somos importantes, mas ninguém é mais importante do que ninguém. Em
Francisco, isso é algo que está enraizado desde que ele costumava se misturar
com as pessoas nos ônibus, no metrô de Buenos Aires, desde que ele costumava
chegar às favelas com sua pasta na mão. Mais uma vez, o Papa nos surpreende e
nos questiona. O problema é se isso nos fará mudar, se nos converterá à Igreja
sinodal ou se continuaremos ancorados na reivindicação de privilégios, em uma
luta para sermos os primeiros, o que nos distancia cada dia mais daquele em
quem nós, cristãos, afirmamos acreditar.
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