“Não fechar o coração, mas ouvir o nosso Deus” é o convite da liturgia deste 27º domingo do Tempo Comum, segundo a Ir. Rose Bertoldo. Um convite “a aguçar nosso ouvido e abrir o nosso coração”, especialmente “em tempos em que o escutar tronou-se um grande desafio”.
A secretária executiva do Regional Norte1 da CNBB faz um chamado a “abrir o coração a um tempo novo, marcado por um domingo decisivo para o Brasil, onde milhares de brasileiros vão as urnas exercer sua cidadania”. Segundo a religiosa do Imaculado Coração de Maria, “neste exercício da democracia pedimos a Deus lucidez e bom senso, fruto de uma fé madura”.
Comentando as leituras, ela afirma que “na primeira leitura podemos perceber o diálogo do profeta com Deus, onde ele reclama para Deus toda violência pela qual o povo vive”. Trazendo isso para nossa realidade, a religiosa coloca que “diante de tantos sofrimentos do povo, consequências da violência, corrupção e injustiças, somos convidadas a não desanimar, mas ter fé, que nasce da ação e defesa da vida, que passa pela presença junto aos mais pobres, na solidariedade, na opção política que defenda um projeto popular de inclusão, onde ninguém é excluído dos direitos básicos e vida digna”.
Já na segunda leitura, a carta de São Paulo a Timóteo, “ele afirma que Deus não nos deu um espírito de timidez, mas de fortaleza, de amor e sobriedade, este Espírito que recebemos no batismo, que habita em nós, nos reveste de sabedoria e fortalece nossa fé, essa fé que não nos deixa inertes aos sofrimentos, mas nos leva a sair de nós mesmos”, segundo a Ir. Rose.
No relato do Evangelho, “os apóstolos, depois de um tempo de convivência com Jesus, se dão conta de que lhes falta algo para poder compreender as exigências de Jesus. Por isso, suplicam: aumenta nossa fé”, afirma a religiosa. Ela vê em Jesus um bom “pedagogo”, pois Ele “não responde diretamente ao pedido dos apóstolos”. No texto, a Ir. Rose descobre que “Jesus dá a entender que a fé não é questão de piedade, mas de autenticidade”.
Além disso, a secretária executiva do Regional Norte1 diz que “a fé não pode ser aumentada a partir de fora; ela precisa crescer a partir de dentro, a partir dos encontros que vão transformando a vida da gente. A vivência da fé se dá no conhecimento da pessoa de Jesus, no encontro pessoal comigo mesma, na vivência em comunidade, na escuta atenta dos sinais no cotidiano da vida”.
Diante disso, a Ir. Rose Bertoldo anima a pedir a Jesus que “nos livre de uma fé frágil, incapaz de manifestar aquela força que muda a vida, o modo de pensar, de sentir e de agir, de votar consciente, de ter clareza do projeto de Jesus”.
Ela insiste em que “a fé pressupõe ação, estamos exercendo nossa cidadania neste domingo como agentes políticos, uma ação que nos leva a uma mudança de vida, isto é, de projeto político de sociedade para o país, por isso não podemos dar um voto inconsequente, pois as consequências de um voto inconsequente poder ser catastróficas para o país, que tem rosto de populações excluídas pelo sistema que destrói e mata”.
Também faz um chamado a “que possamos alimentar em nós esta fé viva, forte e eficaz. Fé que se visibiliza no serviço ao mais necessitados, uma consciência lúcida, critica, no amor gratuito e solidário, uma fé que visibiliza a justiça do Reino, comprometida com a vida de todos os habitantes da casa comum”.
Finalmente, a
religiosa afirma que “vivenciamos nossa fé, como entrega de vida, aprofundando
nosso ser missionário, contribuindo no anúncio do Evangelho, especialmente
neste mês dedicado as missões, pois toda a Igreja é missão e nós somos suas
testemunhas”.
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