quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Ser Franciscos para salvar o mundo


Nesta semana a Igreja católica comemorou um dos santos com maior devoção do santoral, o poverrello de Assis. Alguém que nos mostra que é possível viver de um jeito diferente, olhando para todos e para tudo como irmãos e irmãs.

O exemplo do Santo de Assis é fundamental na sociedade atual, onde a falta de cuidado tem se instalado como atitude presente, muito presente. Falta de cuidado com as pessoas e falta de cuidado com a Irmã Mãe Terra. Aquele que quis ser instrumento de paz questiona a cada vez mais presente violência em todos os âmbitos da vida.

Os discursos de ódio, inclusive em aqueles que são chamados a cuidar do bem comum, se tornou algo corriqueiro. As pessoas assumem como algo normal os ataques que acontecem em todos os âmbitos da vida, no relacionamento cotidiano com os outros, na rua, no trânsito, nas redes sociais, no discurso político.

Como superar essas atitudes cada vez mais presentes? Como ajudar as pessoas a entenderem que o caminho da paz nos ajuda a crescer e nos faz bem mais felizes do que o caminho da violência? Como descobrir que a fraternidade é o que realmente constrói um mundo melhor para todos? Como superar tantos sentimentos de desconfiança, enfrentamento e morte cada vez mais presentes no meio de nós?



Francisco de Assis também nos ensina a sentir a necessidade do cuidado da Casa Comum, o cuidado das criaturas, de todas as criaturas, um chamado que na Amazônia tem que ser redobrado. Ainda mais neste dia 6 de outubro em que a Igreja da Amazônia comemora três anos da apertura do Sínodo para a Amazônia, que deu o pontapé inicial para os novos caminhos na Igreja e na ecologia integral.

Cuidar como um sentimento que brota do coração, algo muito presente na vida de São Francisco. Um cuidado que leve a preservar a nossa Casa Comum, da qual não somos donos. Essa atitude é cada dia mais necessária, ainda mais diante daquilo que faz parte do nosso cotidiano. A gente vê como na eleição deste domingo passado, deputados e senadores foram eleitos desde um discurso que fomenta a destruição do meio ambiente, e isso deveria nos preocupar.

Na medida em que nós nos dizemos cristãos, ainda mais se a gente é devoto do Santo de Assis, deveríamos assumir suas atitudes como modo de vida. A fé, as devoções, precisam se concretizar em atitudes que se fazem presentes em todo momento e circunstância. Não podemos reduzir nossa vida ao mundo das ideias, a elementos que não mudam em nada nosso modo de nos relacionarmos com as pessoas e com as criaturas.

Sejamos conscientes dos desafios que a vida de Francisco de Assis coloca na vida da gente. Olhemos para ele e assumamos seu modo de vida como algo próprio, que vai nos transformando em homens e mulheres mais cuidadosos. Disso depende muitas coisas, também o futuro da humanidade e do Planeta. Nunca o esqueçamos.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar

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