quinta-feira, 3 de novembro de 2022

O Brasil é uma democracia


A Constituição brasileira de 1988, que ninguém pode esquecer ainda está vigente no país, define a nação brasileira como uma democracia. Nesse sistema político, os representantes públicos são eleitos nas urnas, sendo escolhidos para o poder executivo os mais votados.

Um país que não respeita a vontade da maioria expressada nas urnas se torna uma ditadura, um regime que o Brasil padeceu durante 20 anos, mas que alguns pretendem instaurar de novo, ao menos nas ruas, onde atitudes ditatoriais, que querem impor a vontade de uma minoria, estão se fazendo de novo presentes nos últimos dias, inclusive com o apoio ou tolerância daqueles que hoje assumem o poder executivo.

Um país cresce quando caminha unido, quando procura construir pontes, quando o diálogo se torna atitude presente na vida do povo e das instituições. A sociedade, que deve ter como base a política melhor, um desafio que o Papa Francisco coloca em sua última encíclica, a Fratelli tutti, é desafiada a procurar um caminho comum. O Santo Padre faz um chamado a “caminhar unidos para a construção da política melhor, aquela que está a serviço do bem comum”.



Uma realidade que no Brasil só vai se tornar algo presente na medida em que todos os cidadãos assumam a reconciliação, que segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, é “essencial ao novo ciclo que se abre”. Nossos bispos afirmam que “agora, todos, indistintamente, precisam acompanhar, exigir e fiscalizar aqueles que alcançaram êxito nas urnas”.

A fiscalização dos trabalhos do poder executivo e legislativo deveria ser uma preocupação presente na vida de todo cidadão. O problema é que a ideologia sempre fala mais alto do que a cidadania. O verdadeiro cidadão não se interessa pela política só em tempo de eleição, pois fazer realidade um mundo melhor para todos tem que ser algo cotidiano, constante, que tem que involucrar a todos, também quando o poder executivo e legislativo é assumido por aqueles em quem a gente votou.

É tempo de olhar para frente, de assumir a democracia como expressão da política melhor, de respeitar a vontade da maioria, de não querer impor pela força nosso modo de entender a sociedade. É tempo de construir um Brasil sustentado na cultura da paz e do respeito. É tempo de continuar construindo um Brasil onde todo mundo seja visto e tratado como gente, onde o cuidado pelo público, do que é comum a todos, se torne prioridade. Para isso é preciso que todos assumam essa necessidade. Só assim o Brasil vai voltar a ser um país de irmãos e um orgulho para quem dele faz parte.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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