Os
missionários da Consolata reunidos online, nos dias 14 a 16 de fevereiro de
2023, para a sua Assembleia Continental em preparação ao XIV Capítulo General, lançaram
uma nota de solidariedade e compromisso (ver aqui) “com a vida dos povos Indígenas na
Amazônia, em especial com os Yanomami que neste momento enfrentam uma situação
de grave ameaça a sua sobrevivência”.
A nota
destaca que “as imagens e informações divulgadas sobre os Yanomami dentro do
seu território homologado em Roraima, ganharam grande repercussão no Brasil e
no mundo gerando diversas manifestações de indignação, solidariedade e
cobranças de investigação dos crimes e rigorosa punição dos responsáveis”, denunciando
que “essa violência não é de hoje”.
Os Missionários
da Consolata lembram que “durante os últimos cinco anos, organizações indígenas
e aliados fizeram várias denúncias com documentos e fatos sobre a invasão da
Terra Indígena Yanomami, apontaram a omissão do governo e cobraram
providências. Não houve resposta adequada o que evitaria essa tragédia”.
O texto vê como
causa da grave situação “a combinação entre o aumento sistemático e incentivado
do garimpo e a intencional desassistência na saúde nos últimos cinco anos
ameaçando a vida física e cultural do povo Yanomami”. Segundo os Missionários
da Conslata, “esses fatores geraram, entre outros males, crescente violência
contra as comunidades, a destruição do meio ambiente, a contaminação dos rios,
aumento da malária, desnutrição, verminose e doenças respiratórias”.
Diante
disso, os religiosos reforçam “os apelos da Igreja presente na Amazônia, das
organizações indígenas e aliados, para que as autoridades competentes do governo
combatem a raiz do problema com medidas que visem o desmonte da cadeia do
garimpo, a desintrusão imediata dos garimpeiros de dentro da Terra Indígena,
bem como a investigação dos crimes cometidos contra o povo Yanomami”.
Ao mesmo
tempo, eles dizem apoiar “todas as medidas emergenciais do governo federal de atendimento
ao povo Yanomami para salvar vidas, mas ao mesmo tempo, pedimos para que, em
diálogo com as comunidades, se recupere as condições de atendimento visando a
prevenção e o acompanhamento da saúde dentro do território conforme a
Constituição”.
Finalmente,
a Congregação manifesta, em espírito de família “o nosso apoio e solidariedade
aos missionários e missionárias da Consolata que há 75 anos acompanham os povos
indígenas em Roraima para que sua missão vivida no respeito, diálogo e
testemunho profético contribua como Igreja na defesa das comunidades, dos seus
territórios e culturas, e no cuidado integral da Casa Comum”. Eles pedem “que a
nossa histórica opção pelos povos indígenas e pela Amazônia nos ajudem a sermos
mais fiéis ao carisma da missão ad gentes”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
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