sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Missionários da Consolata mostram solidariedade e compromisso com o Povo Yanomami


Os missionários da Consolata reunidos online, nos dias 14 a 16 de fevereiro de 2023, para a sua Assembleia Continental em preparação ao XIV Capítulo General, lançaram uma nota de solidariedade e compromisso (ver aqui) “com a vida dos povos Indígenas na Amazônia, em especial com os Yanomami que neste momento enfrentam uma situação de grave ameaça a sua sobrevivência”.

A nota destaca que “as imagens e informações divulgadas sobre os Yanomami dentro do seu território homologado em Roraima, ganharam grande repercussão no Brasil e no mundo gerando diversas manifestações de indignação, solidariedade e cobranças de investigação dos crimes e rigorosa punição dos responsáveis”, denunciando que “essa violência não é de hoje”.

Os Missionários da Consolata lembram que “durante os últimos cinco anos, organizações indígenas e aliados fizeram várias denúncias com documentos e fatos sobre a invasão da Terra Indígena Yanomami, apontaram a omissão do governo e cobraram providências. Não houve resposta adequada o que evitaria essa tragédia”.

O texto vê como causa da grave situação “a combinação entre o aumento sistemático e incentivado do garimpo e a intencional desassistência na saúde nos últimos cinco anos ameaçando a vida física e cultural do povo Yanomami”. Segundo os Missionários da Conslata, “esses fatores geraram, entre outros males, crescente violência contra as comunidades, a destruição do meio ambiente, a contaminação dos rios, aumento da malária, desnutrição, verminose e doenças respiratórias”.



Diante disso, os religiosos reforçam “os apelos da Igreja presente na Amazônia, das organizações indígenas e aliados, para que as autoridades competentes do governo combatem a raiz do problema com medidas que visem o desmonte da cadeia do garimpo, a desintrusão imediata dos garimpeiros de dentro da Terra Indígena, bem como a investigação dos crimes cometidos contra o povo Yanomami”.

Ao mesmo tempo, eles dizem apoiar “todas as medidas emergenciais do governo federal de atendimento ao povo Yanomami para salvar vidas, mas ao mesmo tempo, pedimos para que, em diálogo com as comunidades, se recupere as condições de atendimento visando a prevenção e o acompanhamento da saúde dentro do território conforme a Constituição”. 

Finalmente, a Congregação manifesta, em espírito de família “o nosso apoio e solidariedade aos missionários e missionárias da Consolata que há 75 anos acompanham os povos indígenas em Roraima para que sua missão vivida no respeito, diálogo e testemunho profético contribua como Igreja na defesa das comunidades, dos seus territórios e culturas, e no cuidado integral da Casa Comum”. Eles pedem “que a nossa histórica opção pelos povos indígenas e pela Amazônia nos ajudem a sermos mais fiéis ao carisma da missão ad gentes”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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