quinta-feira, 9 de maio de 2024

A solidariedade com o Rio Grande do Sul é uma prioridade, mudar o modelo é uma necessidade


Os fenómenos climáticos extremos se tornaram costume. Cada vez são mais frequentes as secas, as grandes enchentes, os ciclones, as chuvas torrenciais, e tantas situações que acaparam os noticiários cada dia. O que está acontecendo no Rio Grande do Sul é mais um capítulo de uma realidade que se tornou comum no Planeta Terra.

A pergunta é até que ponto essas situações nos levam a refletir, a sentir a necessidade de mudar nosso comportamento com relação à natureza. Somos desafiados a nos questionarmos sobre as repercussões práticas daquilo que Papa Francisco chama ecologia integral, uma proposta explicitada na Laudato Si, a primeira encíclica ecológica do Magistério Pontifício, que nos próximos dias completa nove anos de vida.

O custo está sendo muito alto, principalmente pelo elevado número de vítimas destas catástrofes naturais. Ao alto número de falecidos e desaparecidos, evidentemente as vítimas principais, podemos somar aqueles que perderam tudo, às vezes os frutos do trabalho de toda a vida. Mas também aqueles que irão sofrer transtornos psicológicos por longo tempo.



Não podemos negar que esses fenómenos são consequências da falta de cuidado, das escolhas erradas que a humanidade, sobretudo os detentores do poder político e económico, vem fazendo nas últimas décadas. Escolher o lucro em vez do cuidado tem sido um caminho claramente errado, que deve levar a uma reflexão séria. Na medida em que a humanidade, ou para melhor dizer, aqueles que tem em suas mãos as decisões na política e no modelo económico, não perceberem a necessidade de uma mudança radical, a situação vai piorar até chegar num ponto sem retorno.

A solidariedade diante da atual situação é uma prioridade urgente, mudar o modelo social e económico é uma necessidade inadiável. Sem solidariedade o sofrimento iminente aumentará, sem uma mudança de modelo, esse sofrimento será algo crônico, que marcará a vida de milhões de pessoas, provocando situações dramáticas na vida de muita gente.

Todos somos desafiados a encarar uma situação que não vai ser resolvida com panos quentes. A busca por soluções tem que ser uma tarefa comum, que exige mudanças radicais, sobretudo no modelo económico, na forma de se relacionar com o meio ambiente, no modo de cuidar da casa comum. Não podemos ficar em sentimentos, somos desafiados a novas práticas. Sem isso, os desastres continuarão, cada vez com piores consequências.

É tempo de ajudar, de rezar, de nos conscientizar, mas sobretudo tempo de novos modos de vida, de uma conversão radical, que nos leve a descobrir que sem cuidado, a vida da humanidade e a sobrevivência do Planeta será cada vez mais difícil. A mudança é urgente, tem que ser para hoje, o Planeta não tem como esperar mais.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar

terça-feira, 7 de maio de 2024

Caritas Manaus reconhecida com o Prêmio Neide Castanha 2024

Foram dados a conhecer pela Secretaria Executiva do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e Rede Ecpat Brasil os agraciados na 13ª edição do Prêmio Neide Castanha 2024.

O Prêmio lembra a reconhecida defensora dos direitos humanos que dedicou parte de sua vida a lutar contra a violência a que são submetidos crianças e adolescentes no Brasil. Ela se tornou uma singular referência, no Brasil e no mundo, no que diz respeito ao enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes. Participou ativamente do processo de construção do Estatuto da Criança e do Adolescente e da criação do Plano Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes.

Com esse prêmio são homenageadas personalidades e instituições que, assim como Neide Castanha, se destacaram na defesa intransigente dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, em especial dos Direitos Sexuais. O prêmio está dividido em nove categorias. Na categoria Boas Práticas em Rede, o Projeto Içá Ação e Proteção da Cáritas Arquidiocesana de Manaus/ Cáritas N2 e NE3, vinculado à Cáritas Brasileira, foi agraciado com o reconhecimento.

Igualmente, na categoria Cidadania, o reconhecimento foi para a Dra. Alzira Melo Costa, Procuradora Chefe do Ministério Público do Trabalho do Amazonas e Roraima. A entrega oficial dos reconhecimentos será realizada no próximo 14 de maio de 2024, durante a Sessão Solene em alusão ao 18 de Maio, a realizar-se no Plenário Ulysses Guimarães da Câmara dos Deputados.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

sábado, 4 de maio de 2024

1º Congresso Diocesano da Família da diocese de Parintins dá início com Missa de abertura


Integrantes da Pastoral Familiar da Diocese de Parintins, o casal coordenador do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), Rosé e Ronildo, o casal coordenador Nacional, Solange e Alison, e o assessor eclesiástico da Pastoral Familiar do Regional Norte 1, Frei Faustino, participaram nesta sexta-feira 3 de maio, da missa de abertura do 1° Congresso Diocesano da Família, realizada na Catedral de Nossa Senhora do Carmo. O evento, que tem o tema “Família, fonte de vocações”, vai até o dia 5 de maio e é realizado no Cine Teatro da Paz.

A celebração eucarística foi presidida pelo bispo diocesano, dom José Albuquerque. Na homilia, ele destacou “a vida cristã, uma vida onde somos chamados a caminharmos juntos, seguindo Jesus”. Dom José Albuquerque afirmou que “participamos da Igreja, que ela é em sua essência sinodal”. Ele define o congresso que está sendo realizado como uma experiência de sinodalidade, pelo fato de que é a Pastoral Familiar que está organizando, mas “é um momento em que todas as pastorais, movimentos, comunidade de vida, serviços da Igreja, estão participando desde seu planejamento até sua realização”.

O bispo diocesano de Parintins mostrou sua felicidade diante da participação do casal responsável pela Pastoral Familiar em nível nacional e do casal responsável no Regional Norte1, que chegaram de Dourados (MS) e de Boa Vista (RR).


O objetivo primeiro do Congresso, segundo o bispo, é celebrar o Mês da Família, dado que a diocese de Parintins consagrou o mês de maio como o Mês da Família. Isso porque “além de ser o mês dedicado a Nossa Senhora, também é o mês em que a gente celebra a vocação das mães”, ressaltou dom José. Um congresso que é uma oportunidade para “fortalecer a Pastoral Familiar e todos os outros serviços que evangelizam a família em nossa diocese”, disse o bispo de Parintins.

O evento reunirá mais de 250 congressistas da zona urbana e rural de Parintins, e dos municípios de  Maués, Barreirinha, Nhamundá e Boa Visita do Ramos, para vivenciar um momento único de louvor, música, palestras e atividades, sendo compartilhadas diversas experiências.

Desde às 16h de sexta-feira, a secretaria faz o credenciamento dos congressistas inscritos. Além do crachá do evento, os participantes recebem bolsa, copo, material para anotações e o livro para acompanhar as conferências. Durante todo o andamento do Congresso, a secretaria fica ativa para auxiliar os congressistas e palestrantes.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Francisco: “Uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos”


Reunidos em Sacrofano de 29 de abril a 2 de maio, os participantes do encontro internacional “Párocos em prol do Sínodo” foram recebidos na Sala do Sínodo pelo Papa Francisco, que dirigiu uma carta a todos os párocos do mundo.

Compromisso e serviço para levar a Igreja adiante

Reconhecendo que “a Igreja não poderia caminhar sem o vosso empenho e serviço”, Francisco começou sua mensagem expressando “gratidão e estima pelo trabalho generoso que diariamente realizais, semeando o Evangelho nos vários tipos de terreno”. O texto fala dos diferentes contextos em que vivem as paróquias, afirmando que os párocos “conhecem de perto a vida do povo de Deus, as suas fadigas e alegrias, as suas carências e riquezas”. Nesta conjuntura, o Papa disse que “uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos, nunca poderemos embocar aquele caminho da sinodalidade que ‘é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio’”.

“Jamais nos tornaremos uma Igreja sinodal missionária, se as comunidades paroquiais não fizerem, da participação de todos os batizados na única missão de anunciar o Evangelho, o traço caraterístico da sua vida. Se as paróquias não forem sinodais e missionárias, também a Igreja não o será", enfatizou o Papa. Relembrando o que foi dito no Relatório Síntese da Primeira Sessão da Assembleia Sinodal, ele ressaltou que as paróquias estão a serviço da missão, vendo a necessidade de que “as comunidades paroquiais se tornem cada vez mais lugares donde partem como discípulos missionários os batizados e aonde regressam, cheios de alegria, para partilhar as maravilhas operadas pelo Senhor através do seu testemunho”.

Ele pediu aos párocos que acompanhem as comunidades às quais servem e que se comprometam com “a oração, o discernimento e o zelo apostólico, empenhar-nos por que o nosso ministério seja adequado às exigências duma Igreja sinodal missionária”. Para isso, ele vê a necessidade de ouvir o Espírito e redescobrir o fundamento de sua missão: “anunciar a Palavra e reunir a comunidade na fração do pão”.



Três recomendações

Francisco fez três recomendações aos párocos: viver cada vez mais seu carisma ministerial específico a serviço das muitas formas de dons difundidos pelo Espírito entre o Povo de Deus; aprender e praticar o discernimento comunitário, elemento-chave da ação pastoral de uma Igreja sinodal; intercâmbio e fraternidade entre os sacerdotes e com seus bispos, ser filhos e irmãos para serem bons sacerdotes, viver a comunhão para serem autênticos pais.

Enfatizando a necessidade de ouvir as vozes dos párocos em preparação para a segunda sessão da Assembleia Sinodal, convidou os participantes do encontro “Párocos em prol do Sínodo” a “serem missionários de sinodalidade nomeadamente entre os seus irmãos párocos, quando regressarem a casa, animando a reflexão sobre a renovação do ministério de pároco em chave sinodal e missionária”.



CARTA DO PAPA FRANCISCO AOS PÁROCOS 

Queridos irmãos párocos!

O Encontro Internacional «Os Párocos em prol do Sínodo» e o diálogo com quantos nele tomam parte dão-me ocasião para recordar, na minha oração, todos os párocos do mundo a quem dirijo, com grande afeto, estas palavras.

De tão óbvio que é, quase parece banal afirmá-lo, mas isso não o torna menos verdadeiro: a Igreja não poderia caminhar sem o vosso empenho e serviço. Por isso quero começar por vos exprimir gratidão e estima pelo trabalho generoso que diariamente realizais, semeando o Evangelho nos vários tipos de terreno (cf. Mc 4, 1-25).

Como se pode verificar nestes dias de partilha, as paróquias, onde realizais o vosso ministério, encontram-se em contextos muito diversos: desde paróquias situadas nas periferias das grandes cidades – conheci-as por experiência direta em Buenos Aires – até paróquias vastas como províncias nas regiões menos densamente povoadas; desde as localizadas nos centros urbanos de muitos países europeus, onde antigas basílicas acolhem comunidades cada vez mais pequenas e envelhecidas, até àquelas onde se celebra debaixo duma grande árvore, misturando-se o canto dos pássaros com as vozes de tantas crianças. 

Os párocos conhecem tudo isto muito bem… Conhecem de perto a vida do povo de Deus, as suas fadigas e alegrias, as suas carências e riquezas. É por isso que uma Igreja sinodal tem necessidade dos seus párocos: sem eles, nunca poderemos aprender a caminhar juntos, nunca poderemos embocar aquele caminho da sinodalidade que «é precisamente o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio».[1]

Jamais nos tornaremos uma Igreja sinodal missionária, se as comunidades paroquiais não fizerem, da participação de todos os batizados na única missão de anunciar o Evangelho, o traço caraterístico da sua vida. Se as paróquias não forem sinodais e missionárias, também a Igreja não o será. A este respeito, é muito claro o Relatório de Síntese da Primeira Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos: as paróquias, a partir das suas estruturas e da organização da sua vida, são chamadas a conceber-se «principalmente ao serviço da missão que os fiéis levam por diante no interior da sociedade, na vida familiar e laboral, sem se concentrar exclusivamente nas atividades que se desenrolam no seu interior e nas suas necessidades organizativas» (8, l). Por isso, é preciso que as comunidades paroquiais se tornem cada vez mais lugares donde partem como discípulos missionários os batizados e aonde regressam, cheios de alegria, para partilhar as maravilhas operadas pelo Senhor através do seu testemunho (cf. Lc 10, 17).

Como pastores, somos chamados a acompanhar neste percurso as comunidades que servimos e, com a oração, o discernimento e o zelo apostólico, empenhar-nos por que o nosso ministério seja adequado às exigências duma Igreja sinodal missionária. Este desafio diz respeito ao Papa, aos Bispos, à Cúria Romana e naturalmente também a vós, párocos. O Senhor que nos chamou e consagrou convida-nos, hoje, a pôr-nos à escuta da voz do seu Espírito e a mover-nos na direção que Ele nos indica. Duma coisa, podemos estar certos: não nos deixará faltar a sua graça. Ao longo do caminho, descobriremos também como libertar o nosso serviço de tudo aquilo que o torna mais cansativo e descobrir o seu núcleo mais autêntico: anunciar a Palavra e reunir a comunidade na fração do pão.



Exorto-vos, pois, a acolher este chamamento do Senhor para serdes, como Párocos, construtores duma Igreja sinodal missionária, empenhando-vos com entusiasmo neste caminho. Com tal objetivo, gostaria de formular três sugestões que poderão inspirar o estilo de vida e de ação dos pastores. 

1. Convido-vos a viver o vosso carisma ministerial específico cada vez mais ao serviço dos dons multiformes semeados pelo Espírito no povo de Deus. Urge, pois, perscrutar com o sentido da fé, reconhecer com alegria e promover com diligência os carismas multiformes dos leigos, tanto os mais modestos como os mais altos (cf. Conc. Ecum. Vat. II, Decr. Presbyterorum Ordinis, 9), que são indispensáveis para se poder evangelizar as realidades humanas. Estou convencido de que assim fareis surgir muitos tesouros escondidos e encontrar-vos-eis menos sós na grande missão de evangelizar, experimentando a alegria duma genuína paternidade que não sufoca nos outros, homens e mulheres, suas muitas potencialidades preciosas, antes fá-las sobressair.

2. De todo o coração, vos sugiro que aprendais e pratiqueis a arte do discernimento comunitário, valendo-vos para isso do método da «conversação no Espírito», que muito nos ajudou no percurso sinodal e na condução da própria Assembleia. Estou certo de que podereis colher abundantes frutos não só nas estruturas de comunhão, como o Conselho Pastoral Paroquial, mas também em muitos outros campos. Como nos recorda o já citado Relatório de Síntese, o discernimento é elemento-chave da ação pastoral duma Igreja sinodal: «É importante que a prática do discernimento seja realizada também em âmbito pastoral, de modo adequado aos contextos, para iluminar a concretude da vida eclesial. Com esta prática será possível reconhecer melhor os carismas presentes na comunidade, confiar com sabedoria tarefas e ministérios, projetar à luz do Espírito os caminhos pastorais, indo para além da simples programação de atividades» (2, 1).

3. Por fim, gostaria de vos recomendar que coloqueis na base de tudo a partilha e a fraternidade entre vós e com os vossos Bispos. Esta solicitação ressoou forte no Convénio Internacional para a Formação Permanente dos Sacerdotes sobre o tema «Reaviva o dom de Deus que está em ti» (2 Tim 1, 6), realizado no passado mês de fevereiro aqui em Roma, com a participação de mais de oitocentos bispos, sacerdotes, consagrados e leigos, homens e mulheres, comprometidos neste campo, representando oitenta países. Não podemos ser autênticos pais, se não formos, antes de tudo, filhos e irmãos. E não seremos capazes de suscitar comunhão e participação nas comunidades que nos são confiadas se, primeiro, não as vivermos entre nós. Bem sei que, na sucessão das incumbências pastorais, este compromisso poderá parecer lateral ou até uma perda de tempo, mas realmente é verdade o contrário: de facto só assim somos credíveis e a nossa ação não desperdiça o que outros já construíram.

Não é só a Igreja sinodal missionária que precisa dos párocos, mas também o caminho específico do Sínodo 2021-2024 que tem por tema «Em prol duma Igreja Sinodal. Comunhão, participação, missão», em vista da Segunda Sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que se vai realizar no próximo mês de outubro. Para prepará-la, precisamos de escutar a vossa voz.

Por isso, convido quantos participaram no Encontro Internacional «Os Párocos em prol do Sínodo» a serem missionários de sinodalidade nomeadamente entre os seus irmãos párocos, quando regressarem a casa, animando a reflexão sobre a renovação do ministério de pároco em chave sinodal e missionária e, ao mesmo tempo, permitindo à Secretaria Geral do Sínodo recolher a vossa imprescindível contribuição para a redação do Instrumentum laboris. A escuta dos párocos era o objetivo deste Encontro Internacional, mas não pode terminar hoje: precisamos de continuar a ouvir-vos. 

Queridos irmãos, estou ao vosso lado neste caminho que também eu procuro percorrer. De coração vos abençoo a todos, e por minha vez preciso de sentir a vossa solidariedade e o apoio da vossa oração. Confiemo-nos à Bem-aventurada Virgem Maria Odighitria: Aquela que indica a estrada, Aquela que nos leva até ao Caminho, à Verdade e à Vida.

Roma, São João de Latrão, 2 de maio de 2024.

FRANCISCO



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

Os direitos trabalhistas são um direito para todo trabalhador


A Lei e sua aplicação nem sempre caminham de mãos dadas, e isso deve nos preocupar, pois quando isso acontece os mais prejudicados são os pequenos. Os direitos trabalhistas, que hoje fazem parte da vida do mundo laboral, são fruto de lutas históricas, que nem sempre avançaram de modo adequado, algo que demanda a implicação de todos e todas para continuar num caminho que ainda está longe da meta.

No Brasil, a informalidade, a falta de garantia dos direitos trabalhistas é uma realidade que todos conhecemos, mas que assumimos como algo que não tem outro jeito. Desse modo fazemos com que as condições laborais piorem e o sofrimento dos trabalhadores aumente a cada dia. Muitos trabalhadores e trabalhadoras sofrem com o desrespeito de seus direitos, mas se calam para evitar sua demissão.

1º de maio é uma data histórica de luta pelos direitos trabalhistas e a Igreja católica quis apoiar essas demandas com a celebração da memória de São José Operário. Ao longo de mais de cem anos, a Doutrina Social da Igreja tem refletido sobre a realidade do trabalho e suas condições, ajudando assim a dar passos que ajudem para concretizar melhores condições de trabalho mundo afora, também no Brasil.



A tecnologia está fazendo com que a realidade laboral mude de forma rápida e radical. O modo de trabalhar em muitos espaços é completamente diferente, diminuindo a necessidade de mão de obra, que é substituída por outros elementos e mecanismos. A contribuição humana vai perdendo espaço e isso tem que nos levar a refletir, pois o trabalho é instrumento fundamental de geração de renda para grande parte da população mundial. A falta de trabalho tem como consequência a falta de recursos para a sobrevivência das pessoas.

Como garantir o trabalho para a população e como fazer com que esse trabalho se desenvolva em condições que respeitem os direitos trabalhistas? Como ajudar para que quem trabalha possa encontrar a plenitude, a felicidade, a realização pessoal naquilo que faz? O que fazer para acabar com a exploração laboral e a falta de garantia de direitos trabalhistas?

Denunciar a exploração trabalhista, uma realidade próxima de nós, é uma obrigação que não podemos deixar de lado. Cobrar do poder público a garantia daquilo que a lei proclama tem que ser um empenho para que a cidadania possa avançar. Sejamos conscientes de que a sociedade avança quando todos e todas nos empenhamos para que assim seja, e para isso, garantir os direitos trabalhistas tem que ser uma demanda comum, que nos aproxima dos pequenos, daqueles que sempre ficaram para trás e nunca foram tratados como gente.

Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1