Afirmando que “somos gerados pela
Trindade e vivemos no mistério da Trindade, pois somos manifestação do Amor”,
iniciou o cardeal Leonardo Steiner a homilia da Solenidade da Santíssima Trindade.
Segundo o Arcebispo de Manaus, “o amor que nasce do encontro de Deus que é Pai,
Deus que é Filho, Deus que é Espírito Santo”.
O
cardeal Lembrou que “Ele se manifestou em seu amor, saiu de si e veio ao nosso
encontro por amor e por amor nos salva. Na manifestação da Trindade começamos a
perceber que fazemos parte do Amor, do amor da Trinitário. É o Amor que nos
gera como filhas e filhos. No amor somos filhos e filhas do mesmo Pai, irmãos e
irmãs do mesmo Filho, e amoráveis no mesmo Espírito”.
“A Solenidade da Santíssima Trindade nos faz celebrar e louvar a
Comunidade de amor. A nossa celebração é um convite a contemplar Deus que é
amor, que é comunidade e que nos gerou para participarmos do mistério de Amor.
Deixemo-nos envolver, tomar pelo Mistério de amor e manifestemos a nossa fé,
que é alimentada pelo Amor”, enfatizou Dom Leonardo.
Citando Santo Agostinho, refletiu sobre o Mistério
da Trindade, insistindo em que “Deus amou tanto o mundo que enviou o Filho
para que pudéssemos participar de seu amor, da eternidade do Amor. No amor participamos
da vida eterna. Não a morte, mas a vida; não a condenação, mas a salvação; não
a destruição, mas a plenificação. Sim a eternidade do Amor! Participamos da
vida do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
Citando o texto bíblico, que diz: “Deus amou tanto
o mundo que deu o seu Filho unigênito”, lembrou as palavras de São Bernardo que
nos ensina que “a medida deste amor é amar sem medida”. Segundo
Dom Leonardo, “Ele
“Assim,
somos convidados à admiração, à contemplação, pois somos amados por Deus. Um
amor admirável, extasiável, pois nos enviou o seu Filho único”, afirmou o
arcebispo, que também lembrou as palavras do Papa Francisco, que nos chama a
descobrir que “o amor de Deus é também uma pessoa, o Espírito Santo que nos
restaura e santifica para podermos viver eternamente com Deus”.
Uma
realidade que ele chamou a descobrir na Primeira Leitura, onde “Moisés grita, enquanto Deus passava diante dele: ‘Senhor,
Senhor! Deus misericordioso, clemente, paciente, rico em bondade e fiel’ (Ex
34,4b-6.8-9). Moisés percebe que Javé é clemente e compassivo, lento para a ira
e rico de misericórdia, pois fiel à Aliança. Deus se revela misericordioso,
paciente, sem precipitação; sabe esperar, é esperançoso de conversão. Tolera as
misérias e as fraquezas, não abandona, está sempre disposto ao perdão, à
benevolência, à misericórdia. Sim, Deus é fiel; cuida de toda a sua obra criada
e dos filhos e filhas gerados”.
Aplicando isso a nossa realidade, insistiu em que “nós experimentamos a sua misericórdia e nos damos conta
de que Deus não desiste de nós. Nos concede a sua Palavra, nos oferece o
Pão da vida, nos faz viver crescer na comunidade de fé. E quando pecamos, nos
desviamos do caminho Ele nos busca, oferece a salvação, insiste para que
vivamos na benevolência, sendo consolo, acolhimento, misericórdia, salvação”.
Já
na segunda leitura, destacou a saudação de Paulo, que “repetimos ao iniciarmos
a celebração Eucaristia. Uma saudação trinitária. Uma atenção especial para que
nos demos conta de que a liturgia que está por começar é em nome da Trindade. Toda
a ação litúrgica está envolta, envolvida pela graça da Trindade. As nossas
comunidades reunidas, movimentadas e gracificadas pelo amor da Trindade. Os
encontros, as celebrações na dinâmica de amor
trinitário”.
Em palavras do cardeal, “as nossas comunidades, a
Igreja, a missão da Igreja, nasce do amor do Pai e do Filho e do Espírito
Santo. “Ide e batizai em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”; “Ide
anunciai a toda a criatura”. É o amor da Trindade que gera as nossas
comunidades e as envia a anunciar, proclamar o amor da Trindade. Sermos a
proclamação, o anúncio do Amor que renova o céu e a terra; purifica e vivifica
as nossas relações”.
“É o amor que constituiu um novo povo”, destacou o
arcebispo. Segundo ele, “é o amor que nos fazer Igreja, comunidade, família. É
que nos movimentos na vida da trindade. É a Trindade santa que nos deixa viver,
sonhar, amar, nos salva. É o amor da Trindade que nos desperta para o cuidado
dos últimos, dos deixados de lado, dos desprezados, como nos lembra Santo
Agostinho: “Se tu vês a caridade, vês a Trindade”! Acolhimento, aproximação,
consolação: a caridade! Mas também é a Trindade que nos desperta para o cuidado
de todas as criaturas. Como cantava Francisco de Assis: irmão sol, irmã água,
irmão vento...”.
Dom
Leonardo convidou a descobrir que “na solenidade da Trindade santa aflora um
verdadeiro cântico de louvor! Louvamos e bendizemos da nossa participação: o
Pai, a quem rezamos Pai-Nosso que estás no céu; o Filho, que nos concede a
redenção, a justificação, a salvação; o Espírito Santo, que nos santifica, que
habita em nós e vivifica a Igreja. É a revelação, a manifestação do ensinamento
de São João: ‘Deus é amor’ (Jo 4,8.16). O Pai é amor, o Filho é
amor, o Espírito Santo é amor. E na medida em que é amor, Deus não é solidão,
mas comunhão, relação, doação, gratuidade relacional entre o Pai, o Filho e o
Espírito Santo. (...) Todos nós vivemos neste amor e deste mistério”, citando
palavras do Papa Francisco.
Difícil encontrar palavras tão acertadas para um Mistério tão fecundo que é a Santíssima Trindade. Obrigada, Dom Leonardo! Minha mãe, me ensinou de pequena a contemplar a Trindade Santa e eu entendi que nossa oração não pode prescindir
ResponderExcluirdessa Comunhão, pois Deus é relação comunicante e amorosa e não solidão e prepotência. Deus quis o diálogo, a ternura a essência do cuidado. Eu acho, na minha pequenez, que na Trindade já está presente a imensidão de Deus, a completude, a Perfeição.