terça-feira, 19 de novembro de 2024

Assembleia da Diocese de Coari em Manacapuru prepara o Jubileu da Esperança


A diocese de Coari realizou de 14 a 17 de novembro de 2024, em Manacapuru a IX Assembleia Diocesana de Pastoral, a instância mais ampla de responsabilidade e participação na vida pastoral da diocese. A assembleia foi oportunidade para discernir os sinais dos tempos, compreender as necessidades das comunidades e, com sabedoria e amor, orientar as ações pastorais e missionárias, tendo como objetivo avaliar, refletir, rezar, trocar as experiências, celebrar a Eucaristia, vivenciar a eclesialidade e planejar a ação missionária.

A assembleia pastoral é composta por membros como o bispo diocesano, vigário geral, presbíteros, diáconos, coordenadores das pastorais, representantes de comunidades religiosas, movimentos, serviços, coordenadores das comunidades, lideranças e representantes leigos de cada paróquia. A assembleia pretende ser uma representatividade das comunidades, tanto urbanas quanto ribeirinhas e rurais. Nela são definidos prioridades, objetivos e programas de ação evangelizadora. Tudo isso, sabendo que a Igreja por sua natureza é missionaria e por isso o Papa Francisco nos convida a sermos uma “Igreja em saída”, vivendo num clima de sinodalidade, participação, comunhão e missionariedade, algo que foi refletido no recém finalizado Sínodo sobre a Sinodalidade.

A assembleia, onde participaram 234 pessoas, entre leigos e leigas, religiosos e religiosas, padres, diáconos, seminaristas e o bispo, foi realizada na paroquia Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru, e teve como tema “No Jubileu da Esperança, buscamos a conversão, renovando a vocação e a missão”. No clima do próximo Ano Jubilar, a assembleia iniciou no dia 14 com uma hora de adoração ao Santíssimo Sacramento, na igreja de São Francisco. No dia 15 de novembro, as atividades iniciaram com a celebração da Eucaristia, na Igreja Matriz, e a reflexão do coordenador diocesano de pastoral, padre Valdivino Araújo sobre o Ano Jubilar da Esperança, aprofundando o bispo diocesano, dom Marcos Piatek, na tarde do dia 15 sobre a conversão e reconciliação, uma das propostas fundamentais do Papa Francisco para o Ano Jubilar da Esperança. O bispo apresentou a teologia do sacramento da reconciliação, à luz do pensamento de Santo Afonso Maria de Ligório, doutor da Igreja e padroeiro dos confessores, para finalizar o dia com a celebração do sacramento da reconciliação, uma oportunidade para sentir de perto o convite à conversão do Ano Santo da Esperança.




A assembleia refletiu também sobre vocação e ministérios, com a assessoria da Ir. Neidiane Monteiro, Pia Disciplina do Divino Mestre e do padre Delaci Araújo. O “Decreto, Regulamento e Manual de Proteção de Crianças, Adolescentes e Adultos Vulneráveis”, foi apresentado pelo Pe. Elcivan Alencar, encerrando o dia com a noite cultural. No último dia da assembleia a reflexão teve como tema a “Missão que exige conversão, como resposta com serviços e ministérios à vocação”, com a assessoria do padre Raimundo Gordiano e Jose Kennedy, da arquidiocese de Manaus. Os participantes da assembleia aprofundaram sobre as coisas práticas que tocam a vida evangelizadora no dia a dia da diocese de Coari.

A assembleia definiu os lugares de peregrinação no Ano Santo do Jubileu da Esperança na diocese de Coari: a Catedral Sant’Ana de Coari, Santuário São Francisco, em Anamã, e a Igreja Matriz da Paroquia Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru. A X Assembleia Diocesana de Pastoral será realizada de 28 a 30 de novembro de 2025, na Paroquia São Pedro, em Coari. A IX Assembleia Diocesana de Pastoral da diocese de Coari foi encerrada com a missa campal, presidida pelo bispo diocesano e concelebrada pelos padres da diocese de Coari, pelos missionários redentoristas que trabalham na Paroquia Nossa Senhora de Nazaré e alguns convidados. A celebração foi momento para agradecer a Deus por toda a obra evangelizadora realizada na diocese de Coari. Igualmenye, foi momento para agradecer a Deus pelo encerramento do Jubileu dos 160 anos da fundação da Paroquia de Nossa Senhora de Nazaré, em Manacapuru, que acolheu a assembleia.

No final da Eucaristia, o bispo diocesano, dom Marcos Piatek, agradeceu a Deus, aos participantes, à paroquia Nossa Senhora de Nazaré, às famílias que acolheram os participantes nas suas casas, às pessoas que cuidaram da logística desde alimentação até a limpeza, aos padres, religiosas e a todos os participantes, pedindo que esta IX Assembleia Diocesana de Pastoral possa trazer abundantes frutos no crescimento do Reino de Deus na diocese de Coari.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Com informações da diocese de Coari

domingo, 17 de novembro de 2024

Cardeal Steiner: “Os pobres a nos provocar na busca do sol e das estrelas que aquecem e iluminam”


No 33º Domingo do Tempo Comum, dia em que se celebra a Jornada Mundial dos Pobres, o arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1), cardeal Leonardo Ulrich Steiner, iniciou sua reflexão afirmando que “o Evangelho da liturgia de hoje desperta o sentimento de desastre, de tragédia, de fim”. Questionando se “Nada mais?”, ele respondeu com o texto bíblico: “Naqueles dias, depois dessa tribulação, o sol ficará escuro, a lua não refletirá o seu esplendor; cairão os astros do céu”. Segundo o cardeal, “a percepção de que os contornos da realidade, as estruturas, os arranjos, chegaram a fim; sim o fim de um mundo, mesmo de um céu e de uma terra. As forças do céu são abaladas. O que permanece?”

“O sol, a lua, os astros, as estrelas, nos remetem para a criação. O sol, a lua, os astros, que desde os primórdios do tempo brilham na sua ordem e transmitem luz, sinal de vida. A luz, sinal de vida que agora parece descer à decadência, à escuridão, à perda do esplendor, o decair das belezas celestes. Da beleza, do esplendor ao caos, à escuridão, à perda de vida. Como se entrássemos na decadência e na escuridão e o caos se precipitasse sobre a face da terra. O sinal do fim. O sinal de um fim?”, disse o arcebispo de Manaus.

O cardeal Steiner sublinhou que “nesse cair e quase destruir, podemos ter a percepção de um abandono da parte de Deus, a experiência da ausência de Jesus no meio nós, diante dos tormentos, violências que se abatem. É aquela ausência percebida pelos primeiros cristãos quando enfrentaram as perseguições, as dores, a morte. Tudo parecia caminhar para o fim. Era um fim! Como se Jesus estivesse ausente, ou pelo menos quase imperceptível. Esse mistério de abandono que às vezes toma conta de muitos cristãos quando o sol se põe na violência, a lua se esconde e se faz escuridão, as estrelas-ideias começam a cair. No entanto, o Evangelho a nos animar: Deus não está ausente, não se escondeu, não se subtraiu, apenas retração do Mistério de um amor que resgatou o universo.”

“No caos, no decair das estrelas, na escuridão do sol e da luz, o fim, o Evangelho a nos indicar o caminho de um novo céu e uma nova terra”, disse o presidente do Regional Norte1, citando o texto evangélico: “vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória”. Segundo ele, “novo sol, nova lua, novos astros, novas estrelas, pois nova luz, novo horizonte, a iluminar a e incandescer os nossos dias”. O cardeal lembrou as palavras de Papa Francisco: “A luz que há de resplandecer naquele último dia será única e nova: será a do Senhor Jesus, que virá na glória com todos os santos. Naquele encontro veremos finalmente o seu Rosto na plena luz da Trindade; um Rosto resplandecente de amor, diante do qual também cada ser humano aparecerá na verdade total”.



“E a vida nova que surge vem de modo novo, na suavidade de um renascer, sem destruir”, disse o arcebispo, citando o texto de Marcos: “aprendei da figueira esta parábola: quando os seus ramos ficam verdes e as folhas começam a brotar, sabeis que o verão está perto”. Segundo ele, “a seiva da vida nova nascida da cruz e da ressurreição tem seu modo próprio, como a seiva da figueira: os ramos começam a lançar brotos, os brotos crescem produzem flores e flores, o fruto. Tudo num tempo próprio, não mais da força bruta, da obrigação, da violência, mas na suavidade de vida, como uma brisa suave de uma manhã que desperta a vida após a noite, a escuridão. Tudo numa harmonia de graça e beleza do Crucificado-ressuscitado.”

“Talvez, o Evangelho esteja a nos dizer que é o tempo novo que está por chegar, por ser. O tempo em que os discípulos e discípulas de Jesus são despertados para o crescimento dos ramos novos e frutos novos. Crescer na força da fé, da esperança e do amor, seiva a fecunda os ramos e fazer crescer brotos novos, mas também frutificar”, disse o arcebispo. Citando o texto: “Então vereis o Filho do Homem vindo nas nuvens com grande poder e glória”, o cardeal ressaltou: “Sim, Ele o Filho do Homem, o vindouro, o esperado e o desejado, em cujo Advento germinará a justiça, a verdade, a liberdade: novo céu e nova terra.”  

Novo céu e nova terra, pois “Ele enviará os anjos dos quatro cantos da terra e reunirá os eleitos de Deus de uma extremidade à outra da terra”, disse, lembrando o texto de Marcos. Segundo o cardeal, “esse dito do Evangelho enche de consolação as discípulas e os discípulos de Jesus em todos os tempos, levando-os a viver não só de temor e de tremor, face ao retorno de Cristo, mas também de esperança, pois do Amor. Nosso encontro definitivo com Cristo será não só como com o Juiz, mas, acima de tudo, como com o Mestre, o Amigo, o Esposo. Eis nossa esperança!”

Com as palavras de Fernandes e Fassini, o arcebispo lembrou que “O Evangelho, portanto, em vez de um julgamento ou condenação, por parte de Jesus, quer revelar, antes, e acima de tudo, o final, a consumação de toda história. Essa consumação não será outro senão a aparição de Jesus Cristo Crucificado, o homem novo, o novo Adão, o homem verdadeiramente humano, o homem de todos os homens, o homem universal, que inaugurará um novo céu e uma nova terra. Ele, o Crucificado de Deus, eis a justiça divina! (Cf. 2 Pd 3,13; Ap. 21,1). Esse será seu “poder e seu esplendor”. Nesse poder e esplendor todos poderão se espelhar e se julgar, ver sua verdade e sua mentira. Então, estará implantada a verdade e a justiça acerca do homem e de sua história, o juízo, o julgamento de Deus.”

“Em Jesus encontramos o sentido de toda história pessoal, da humanidade, do universo. Como nos aponta o Apocalipse, Ele é ‘o Primeiro e o Último’ (Ap 1,17), disse o cardeal Seteiner. Ele sublinhou que “Jesus deu à criação e à história um sentido definitivo e o evangelho a nos dizer que veremos o Filho vindo. Sim Ele está vindo sempre. É que viveremos no Reino definitivo, que nos foi oferecido por Jesus. Não do sol, da lua e das estrelas, mas do Filho unigênito do Pai, cheio de graça e verdade.”



Na primeira leitura, ele disse que “vem confirmar as palavras do Evangelho quando afirma o novo brilho, nova luminosidade”, citando o texto: “Os que tiverem sido sábios, brilharão como o firmamento; e os que tiverem ensinado a muitos homens os caminhos da virtude, brilharão como as estrelas, por toda a eternidade.” Segundo o arcebispo, “os que seguem na disponibilidade e com alegria o Filho do Homem tornar-se-ão estrelas, iluminarão e conduzirão os que estão nas trevas e nas sombras da morte. Haverão de indicar sempre o novo sol, as novas estrelas da vida nova que o Filho do Homem anunciou, indicou, e tornou realidade”. Por isso, “quanto àquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas somente o Pai”, lembrou.

O arcebispo agradeceu a Deus os 70 anos da Radio RioMar, Ele disse que “a missão, o encargo que recebeu desde a sua fundação é anúncio de um novo céu e uma nova terra. Indica o sol que aquece e ilumina, é a lua que na escuridão sinaliza a vida, a luz, é cintilação de estrelas que guiam e remetem para o cuidado da criação. Levando a Boa Nova, desperta para a cidadania, indica a justiça como caminho da fraternidade e da paz. Gratidão a todos os que nesses 70 anos nos ajudaram, apoiaram, construíram. Gratidão a todos os contribuintes da Rádio e Fundação RioMar.”

No dia Mundial dos Pobres, o arcebispo enfatizou que “os pobres a nos provocar na busca do sol e das estrelas que aquecem e iluminam. Sim um novo céu e uma nova terra, onde realmente somos todos irmãos e irmãs.” Ele lembrou a mensagem de Papa Francisco: “Neste ano dedicado à oração, precisamos de fazer nossa a oração dos pobres e rezar com eles. É um desafio que temos de aceitar e uma ação pastoral que precisa de ser alimentada. Com efeito, «a pior discriminação que sofrem os pobres é a falta de cuidado espiritual. A imensa maioria dos pobres possui uma especial abertura à fé; tem necessidade de Deus e não podemos deixar de lhe oferecer a sua amizade, a sua bênção, a sua Palavra, a celebração dos Sacramentos e a proposta dum caminho de crescimento e amadurecimento na fé. A opção preferencial pelos pobres deve traduzir-se, principalmente, numa solicitude religiosa privilegiada e prioritária”. Segundo o arcebispo “o Dia Mundial dos Pobres deveria ser um compromisso de cada uma das nossas comunidades com os pobres. Somos todos desafiados a escutar a oração dos pobres, tomando consciência da sua presença e das suas necessidades. Termos iniciativas que ajudem os pobres, dando dignidade social e eclesial aos pobres.”



Igualmente, ele disse que “no dia Mundial dos pobres desejamos agradecer às pessoas que escutam e apoiam, cuidam dos mais pobres. Os pobres nos ensinam, porque numa cultura que colocou a riqueza em primeiro lugar e que sacrifica muitas vezes a dignidade das pessoas no altar dos bens materiais, eles remam contra a corrente, tornando claro que o essencial da vida é outra coisa”, lembrando as palavras da Mensagem de Papa Francisco.

Com palavras do Papa, o cardeal Steiner disse que “Faz-nos bem recordar as palavras de São João Crisóstomo: “O Pai não poupou o seu próprio Filho (Rom 8,32); e tu não dás sequer um bocado de pão Àquele que foi entregue e imolado por ti. Por ti, o Pai não O poupou; e tu passas com desprezo ao lado de Cristo que tem fome, enquanto vives dos benefícios que Ele te conquistou. […] Ele foi entregue por ti, imolado por ti, vive em necessidade por ti e quer que a tua generosidade seja vantajosa para ti; mesmo assim, tu não dás. Haverá pedras tão duras como o vosso coração quando tantas razões o interpelam? Não bastou a Cristo sofrer a morte e a cruz; Ele quis ainda tornar-Se pobre, mendigo e nu, ser metido na prisão (Mt 25,36), a fim de que ao menos isso te tocasse: «Se nada me dás pelas minhas dores», diz-nos, «tem piedade de Mim por causa da minha pobreza. Se não queres ter piedade de mim por casa da minha pobreza, que seja a minha doença a vergar-te, que sejam as minhas correntes a enternecer-te. E, se isso não te toca, consente ao menos por causa da pequenez do pedido. Não te peço coisas difíceis; peço-te pão, um teto e umas palavras de amizade. […] Estive preso por ti e continuo a estar, a fim de que, comovido com as minhas cadeias do passado ou com as do presente, tu queiras ser misericordioso para comigo. Passei fome por ti, e continuo a passar. Tive sede quando estava suspenso da cruz e continuo a ter sede pelos pobres, a fim de te atrair a Mim dessa maneira, e te salvar”. Ele concluiu dizendo que “participantes da terra nova, novo céu, vida nova, em Jesus Crucificado-Ressuscitado.”



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Assembleia da diocese de São Gabriel da Cachoeira: “Não é possível caminhar separado, mas em sinodalidade”


A diocese de São Gabriel da Cachoeira iniciou com uma celebração carregada de simbolismo sua 37ª Assembleia Diocesana, que tem como tema “Na Tua Palavra, cheios de esperança, lançaremos as redes do Evangelho” acontece de 14 a 17 de novembro de 2024, com representantes das 11 paróquias da diocese. Uma assembleia que segundo o bispo local, dom Raimundo Vanthuy Neto, passará a se chamar, após ser proposto aos participantes, de Assembleia Sinodal da Igreja do Rio Negro.

A celebração de abertura foi marcada por três grandes momentos: na praia foi lembrado e feito a memória dos primeiros missionários, que chegaram ao Rio Negro, foram acolhidos pelos povos indígenas e experimentaram a oferecer a luz da fé, marcada pelos limites, pelos acertos, mas também pelos erros, iniciando uma procissão, à luz das velas, conduzidos pelo Cirio Pascal, onde foi pedido perdão pelas falhas no caminho da evangelização, e a luz do Espírito Santo.

No segundo momento, dentro da Catedral, foi entoada uma ladainha, lembrando os santos que o povo do Rio Negro tanto gosta e celebra, como auge de sua fé, concretizada nas festas dos santos. Com os padroeiros e padroeiras das comunidades, o povo foi repetindo cânticos populares e hinos dos santos, sendo feita uma memória com a ajuda do padre Ivo Trevisol, missionário de longa data na diocese, sobre a presença da Igreja na vida social, de modo especial na demarcação das terras indígenas, no compromisso da formação das lideranças, na formação das comunidades e no diálogo, na defesa da vida, de modo especial o fórum das instituições do Rio Negro.



A celebração deu continuidade, com a ajuda da Ir. Cidinha Fernandes com uma leitura da vida pastoral dos caminhos que a Igreja do Rio Negro foi assumindo, sobretudo a partir das prioridades de Santarém: formação das comunidades, formação das lideranças, povos indígenas e a questão da migração, uma questão muito atual na Igreja local. A Ir. Nazaré fez memória de um dos caminhos mais intensos da evangelização no Rio Negro, que foi a questão da educação, os grandes colégios, os internados, que levou a região a ser a mais alfabetizada da Amazônia, fruto da grande contribuição salesiana.

A passagem do Evangelho de Lucas, onde Jesus na sinagoga se diz cheio do Espírito e apresenta o seu programa, proclamado em português e nheengatu, deu pé à partilha do padre Maurício Sete, que convidou os participantes a descobrir o caminho comum. Jesus continua a missão dele através de nós, lembrou o missionário italiano, afirmando que somos capazes porque somos homens e mulheres do espírito, destacando como Jesus tem um programa de companhia com os pobres, da defesa da vida e dos oprimidos e da questão da libertação. A celebração da Palavra continuou com a benção e partilha do pão.



Na celebração, o bispo diocesano destacou três aspetos: o primeiro, que, no caminho, as nossas velas se apagam e nós precisamos dos outros. Isso nos faz lembrar que “a fé é vivida comunitariamente e quando nossa fé fica mais frágil, outros podem ajudar ela a se tornar mais intensa, luminosa”, disse dom Vanthuy, dando passo a um canto para pedir que as luzes se espalhassem na vida de cada um e cada uma, a ajuda do Santo Espírito. O segundo aspecto foi que “a experiência da assembleia é como o movimento de Jesus, as primeiras comunidades que seguem a missão de Jesus”, afirmou o bispo, que sublinhou que “a assembleia se pauta na experiência do Cristo que envia seus discípulos. Por isso, é comum, na vida discipular dos homens e mulheres que seguem Cristo, sentarem juntos para pensar o caminho que Jesus lhes ofereceu, o caminho que o Senhor lhes convidou a participar, e como responder a esse anúncio na atualidade”.

O terceiro aspecto colocado por dom Vanthuy foi a formação das comunidades, que levou a assembleia a cantar que é feliz viver na comunidade. Ele lembrou o caminho vindo do Concílio, “a Igreja comunidade, Povo de Deus, testemunha, sal e fermento no mundo e na sociedade, de modo especial numa pluralidade de povos indígenas, comunidade que tem no chão a experiência tão própria dos povos originários”. Finalmente, o bispo convidou a se somar ao grande movimento iniciado no Sínodo para a Amazônia e agora confirmado “não é possível caminhar separado, mas caminharmos juntos, em sinodalidade”.

Diante do flagelo das guerras em que muitas comunidades no mundo vivem, a assembleia rezou pela paz no mundo, pedindo a benção e a invocação da Virgem Maria, nela que residiu a força do Espírito e a docilidade para, como ela, seguir seu Filho mais de perto. A assembleia tem na programação a avaliação do Plano diocesano de evangelização e partilhas sobre a caminhada da diocese e como viver o centenário da criação da prelazia 1925-2025, sendo lançado o logo do Centenário. Da assembleia participa a secretária executiva do Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, que ajudará a refletir sobre o Protocolo de Proteção de Crianças e Adolescentes e Pessoas Vulneráveis.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Reunião dos secretários regionais na sede da CNBB, momento de partilha, estudo e aprofundamento, afirma Ir. Rose Bertoldo


A sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), acolhe de 11 a 14 de novembro de 2024 a reunião dos bispos secretários e dos secretários e secretárias executivos dos 19 regionais da CNBB. O Regional Norte1 está representado no encontro pela secretária executiva, Ir. Rose Bertoldo.

A reunião iniciou com a acolhida do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário executivo da CNBB, dom Ricardo Hoepers, e uma partilha sobre o processo sinodal vivido nos últimos anos, que realizou a Segunda Sessão da Assembleia Sinodal de 22 a 27 de outubro. O arcebispo de Porto Alegre (RS) e presidente da CNBB, dom Jaime Spengler, que participou da Assembleia Sinodal como presidente do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (CELAM), relatou a experiência vivida no mês de outubro. Posteriormente, o bispo de Cristalândia (TO), dom Wellington de Queiroz Vieira, analisou os desafios atuais para a Evangelização na Igreja no Brasil.

Os participantes do encontro refletiram sobre os aspectos bíblicos, teológicos e pastorais do Jubileu da Esperança, com a assessoria do bispo auxiliar de Vitória (ES), dom Andherson Franklin Lustoza de Souza, e do bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), dom Antônio Luiz Catelan Ferreira, que foi seguido por um tempo de partilha em grupos, onde foram colocadas as propostas existentes nos regionais para 2025, em vista da vivência cotidiana do Jubileu nas dioceses e prelazias. Igualmente, a diretora das Pontifícias Obras Missionárias, Ir. Regina da Costa Pedro, falou sobre os Projetos Missionários.



O encontro tem sido oportunidade para conhecer e contribuir nas novas Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igeja no Brasil, ainda em construção, sob a coordenação do arcebispo de Santa Maria (RS), dom Leomar Brustolin. Além das diversas questões internas abordadas, abordando o papel dos bispos secretários e dos secretários e secretárias executivos, que realizam a articulação e levam para as dioceses e prelazias tudo aquilo que vai sendo realizado pela CNBB, está sendo debatido sobre a Campanha da Fraternidade, a Campanha para a Evangelização ou a COP 30, que será realizada em Belém (PA), em novembro de 2025.

Segundo a secretária executiva do Regional Norte1, Ir. Rose Bertoldo, “está sendo um encontro de muita partilha, de estudo, de aprofundamento”. A religiosa destaca “toda essa dimensão da organização interna da CNBB, com um destaque para a questão contável e administrativa”. Igualmente, ela disse que “estamos fazendo uma partilha das realidades dos regionais, aquilo que durante o ano foi realizado com mais incidência”.

A Ir. Rose Bertoldo destacou a comunhão e ajuda que existe entre os secretários e secretárias executivas, afirmando que “na própria partilha, na acolhida da missão que cada uma e cada um realiza nos regionais”. Segundo a religiosa, é de grande importância “ter presente na caminhada de todos e ter essa visão geral da Igreja do Brasil. Para a gente, que está lá no Norte do Brasil, ter também esse olhar para os demais regionais”. Que estejam presentes na reunião os 19 regionais, “tem um significado muito profundo, pois a gente percebe os esforços que todos os regionais estão fazendo para essa vivência da unidade na diversidade de cada regional”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Fotos: CNBB Nacional

terça-feira, 12 de novembro de 2024

68 padres participam do Encontro Regional de Presbíteros Norte1


O Centro de Treinamento de Lideranças da Arquidiocese de Manaus, Maromba, acolhe de 11 a 15 de novembro de 2024 o Encontro Regional de Presbíteros do Norte 1, “um momento de formação, fraternidade e troca de experiências entre presbíteros das diversas dioceses e prelazias do nosso regional”, segundo o padre Danilo Monteiro de Oliveira, da prelazia de Itacoatiara.

Os 68 participantes irão refletir sobre o tema: “Presbíteros na Amazônia, desafios e missão para uma ecologia integral”, e contará com a assessoria do bispo da diocese de Braganca- PA, dom Raimundo Possidonio Carrera da Mata.

O encontro iniciou com uma celebração eucarística no Seminário Arquidiocesano São José, presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, e concelebrada pelo bispo de Parintins, dom José Albuquerque de Araujo, que acompanha a Pastoral Presbiteral no Regional Norte1 e o bispo auxiliar de Manaus, dom Zenildo Lima.



Segundo o padre José Domingos Barão, o Encontro Regional de Presbíteros é “momento de grande significado para nós, servidores da Igreja de Deus nesta terra amazônica”. O padre da arquidiocese de Manaus destacou que “este é um tempo precioso para nos conhecermos mais profundamente, refletirmos juntos e compartilharmos nossas histórias, nossos desafios, nossos sonhos e nossa missão”.

Ele insistiu em que “somos chamados a renovar em nós o espírito de comunhão, a caminhar juntos, a nos apoiarmos como irmãos, edificando uma Igreja cada vez mais sinodal, que abrace o rosto e o coração da Amazônia”. Igualmente, o padre José Domingos pediu “que este encontro nos inspire a sermos testemunhas vivas de unidade e de serviço, fortalecidos na missão e na fraternidade”, e que “unidos, sigamos, com coragem e alegria, no caminho de uma Igreja com o rosto amazônico, a serviço da vida, da justiça e do Evangelho de Cristo”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1