sábado, 1 de setembro de 2018

Bispos da Amazônia Legal realizam encontro para pensar novos caminhos para a Amazônia

 

“Ouvir o clamor da Amazônia e de seus povos que estão mais do que nunca ameaçados” esta é a intenção da Igreja Católica ao convocar o Sínodo para a Amazônia, conforme afirmou Cardeal Cláudio Hummes, presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia e da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM) durante a abertura do 3.Encontro da Igreja Católica na Amazônia Legal, que reúne cerca de 50 bispos, em Manaus, no Centro de Treinamento Maromba de 20 a 23 de agosto.
A finalidade deste sínodo, conforme o papa Francisco, é encontrar novos caminhos para a evangelização da porção do povo de Deus, em especial aos indígenas, muitas vezes esquecidos e sem perspectiva de um futuro sereno, e também pela floresta amazônica, pulmão do mundo. E a partir daí se formulou o tema do sínodo “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma ecologia integral”.
Em seu discurso o cardeal afirmou ainda que se trata de um momento histórico pois a igreja reúne-se para decidir o futuro da Amazônia. “Somos chamados a iluminar o percurso da história da Amazônia. O papa pede que sejamos uma igreja mais próxima, encurtando distâncias. Uma igreja solidária, profética que denuncia e luta por direitos e justiça, indicando caminhos…. Não é apenas repetir o que já foi dito, mas Avançar e percorrer novos caminhos. O espírito vem conduzir todo esse processo de encontrar um novo caminho, de fomentar e ser presença evangelizadora na Amazônia.
O presidente do Regional Norte 1 – CNBB, Dom Mario Antônio Silva, declarou que se alegra na realização desse encontro. “O sínodo nos interpela a estarmos juntos. Querermos propostas de audácia e coragem. Consenso a luz do Espírito Santo, sem medo do novo. Mais do que nunca, celebrar as belezas da Amazônia e olhar com bondade os que sofrem”, destacou o bispo, que também lembrou o conflito em Pacaraima, na fronteira do Brasil e Venezuela, e desejou que o sínodo possa oferecer possibilidades de uma convivência serena dos nossos povos, promovendo a acolhida.
O anfitrião deste encontro, o arcebispo da Arquidiocese de Manaus, Dom Sergio Castriani, afirmou que nesta semana a Igreja de Manaus vive um tempo de graça, pois os pastores da Amazônia colocam, mais uma vez, em comum a alegria do Evangelho vivida nesta parte do Brasil. “É uma alegria serena que não esconde os grandes desafios que enfrentamos nesta tarefa que vai além das forças humanas. O que os move é a esperança em Deus que não abandona a sua criação e sua criatura mais querida, o ser humano. Este encontro reveste-se de uma importância ímpar porque se realiza às vésperas de dois sínodos cuja temática nos toca de maneira especial. Juventude e Amazônia são realidades que se complementam. Nós sonhamos com uma igreja de rosto amazônico. Esta Igreja já existe nas comunidades que se formaram e se fortaleceram a partir do encontro de Santarém. As organizações indígenas com as quais a Igreja católica colaborou e colabora, o compromisso com a luta pela terra, por saúde e educação diferenciadas marcam a pastoral indigenista. O envolvimento em projetos de desenvolvimento sustentável a partir da fé, e a luta por melhores condições de vida nas grandes periferias urbanas marcam a nossa Igreja”, afirmou Dom Sergio.
“Nosso coração de pastores, estará sempre presente o atendimento e o acompanhamento pastoral das comunidades que tem direito de serem alimentadas pelo pão da Palavra e pelos sacramentos. Crescemos muito nos ministérios leigos, formamos catequistas, dirigentes de celebração, animadores de comunidades, ministros da palavra, das exéquias e da sagrada comunhão. Formamos e ordenamos um bom número de padres diocesanos e diáconos permanentes nos últimos tempos e temos já um clero local que, se não é numeroso, tem identidade própria. Mas as necessidades ainda são grandes e as nossas características regionais exigem soluções diferenciadas. Tenho certeza que este encontro fará história como os precedentes, pois quando estamos unidos o Espírito Santo age.  Bom encontro! Sintam-se em casa! É uma honra e um privilégio tê-los aqui”, “, concluiu o o arcebispo de Manaus.
 

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