Um país que
despreza sua origem está condenado ao fracasso. Podemos dizer que o Marco
Temporal é um claro exemplo disso, pois despreza os direitos dos povos originários,
primeiros habitantes de um território que hoje querem lhes tirar, passando
acima dos direitos garantidos pela Lei Suprema no Brasil, a Constituição
Federal, que mais uma vez quer ser desrespeitada sem escrúpulo.
Não tem cabimento
considerar invasores àqueles que são donos de suas terras, de territórios
preservados secularmente, que tem garantido a conservação de espaços que querem
ser invadidos para ser destruídos em busca do lucro, rejeitando todo sinal de
vida.
Como cristãos
católicos temos que ser claros em dizer não ao Marco Temporal, pois sua
aprovação vai representar o fim dos povos indígenas. Sem território, os povos
originários vão perdendo seu espaço de vida, sua cultura, suas cosmovisões, sua
espiritualidade, sendo condenados a se refugiar nas periferias das cidades onde
correm o risco de morrer à mingua.
O que fazer para
poder parar uma lei que é claramente contra a vida? Como nos posicionarmos em
defesa daqueles que sempre foram vistos como cidadãos de última categoria? Como
ajudar a superar preconceitos que fazem parte do imaginário brasileiro? Como
ser uma sociedade onde todos os habitantes do Brasil têm voz e vez e tem seus
direitos respeitados?
A desaparição dos
povos indígenas como povos faz com que o Brasil possa perder elementos
fundamentais em sua condição de país. Um país de tantos rostos não pode correr
o risco de perder uma diversidade que lhe enriquece, que lhe faz crescer e ser
uma nação com maior vitalidade.
As elites
políticas e econômicas, verdadeiros impulsores do Marco Temporal, sempre
pensando em seu exclusivo benefício, não podem ser aqueles que marquem o rumo
que a nação brasileira quer trilhar. Pequenos grupos que pretendem colocar na
cabeça da sociedade novas dinâmicas de existência que em nada tem a ver com o
cuidado da vida dos mais fracos e pequenos, daqueles que deveriam ser objeto de
maior cuidado, colocando em risco sua condição de humanidade, pois a humanidade
aprece quando estamos dispostos a cuidar daqueles que ninguém cuida.
A postura da
Igreja do Brasil é clara e coloca em evidência as graves consequências da
aprovação do Marco Temporal. Essa é uma postura que tem sido defendida ao longo
de décadas e que está sendo mostrada mais uma vez com posicionamentos em defesa
dos povos indígenas, mestres no cuidado da casa comum.
Sejamos
conscientes disso, e na medida das nossas possibilidades façamos o que estiver
ao nosso alcance para evitar que mais uma lei de morte e destruição seja
aprovada no Brasil. Sua aprovação será o final dos povos indígenas, mas também
colocará em risco a sobrevivência de todos, pois sem o cuidado da floresta a
vida se complica e muito.
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