Mais de um milhão
e meio de jovens se fizeram presentes a semana passada na Jornada Mundial da
Juventude realizada em Lisboa. Deles um bom número de brasileiros, alguns deles
da Amazônia. Depois do encerramento a gente tem que se questionar sobre como
acolher esses jovens em nossas igrejas particulares, em nossas paróquias e
comunidades.
O Papa Francisco
falou várias vezes que na Igreja cabem todos, enfatizando esse todos. Diante disso
a pergunta que cada e cada uma de nós devemos nos fazer é: em minha paróquia ou
comunidade os jovens têm espaço? Eles são acolhidos, escutados, seu
protagonismo é reconhecido e incentivado? Eles participam dos espaços de
decisão?
Tão importante
quanto ter jovens é que eles encontrem em nossa Igreja um espaço para poder
crescer como pessoas e como cristãos. O número é importante, mas seu papel na
Igreja é ainda mais importante. Os jovens ajudam as comunidades a olhar para o
futuro, a ter utopias e perspectivas, a pensar no amanhã, eles impulsionam o
caminhar da Igreja.
Um encontro igual
a Jornada Mundial da Juventude é uma oportunidade de encontro, de escuta, de
partilhar a vida e a fé com jovens de todos os cantos do mundo, um momento para
crescer, para carregar as baterias. Mas essas baterias têm de ser aquilo que
faz com que os jovens continuem caminhando e assumindo seu compromisso de vida,
seu compromisso na Igreja, nas paróquias e comunidades.
Eles e sua mente
têm que voltar da Jornada Mundial da Juventude, mas também a Igreja local tem
que fazer com que eles possam voltar, se sentir à vontade e possam partilhar o
que lá foi vivido e o que fez com que eles possam ter uma visão mais católica,
mais universal de uma Igreja que está presente no mundo inteiro e que em cada
lugar vivência sua fé a partir das diferentes culturas e realidades em que ela
se faz presente, também entre os jovens.
Acolher é uma
atitude que deveria estar mais presente em nossa Igreja. Quando acolhemos temos
que ser conscientes de que o outro é diferente e que nem sempre vai responder a
nossas expectativas, uma atitude que é fundamental quando falamos de
juventudes. Muitas vezes temos medo de chegar perto, de nos fazermos próximos
daqueles que pensam diferente, temos dificuldade em assumir que a diversidade
nos enriquece.
Não deixemos
passar essa oportunidade, acolhamos os jovens que de volta da Jornada Mundial
da Juventude querem ser fermento na massa. Que sua volta seja oportunidade para
nos ajudar a crescer como comunidade e descobrir que a força da juventude pode
ajudar nossa Igreja a ser melhor presença do Evangelho na vida de nossa
sociedade.
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