A
Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), que está realizando sua assembleia em
Manaus de 8 a 11 de agosto é uma das propostas que surgiram com o Sínodo para a
Amazônia, buscando contribuir nos processos de evangelização na Amazônia.
O padre
Zenildo Lima, que foi auditor naquele Sínodo, refletia sobre algumas ideias em
vista das linhas de evangelização para a CEAMA. Ele partia do Documento
Preparatório do Sínodo para a Amazônia, que “recordava a dinâmica da parte pelo
todo”, insistindo o texto em que “as reflexões do Sínodo Especial superam o
âmbito estritamente eclesial amazônico, por serem relevantes para a Igreja
universal e para o futuro de todo o planeta”. Algo que o reitor do Seminário
São José de Manaus relacionou com o caminho do atual processo sinodal.
Nessa
perspectiva, ele afirmou que “para compreendermos a atuação da CEAMA
necessitamos recuperar o caminho percorrido – que não é somente o caminho do Sínodo
para a Amazônia, mas o caminho da missão da Igreja na Amazônia - e pontuar as
intervenções necessárias neste tempo presente”. Daí o destaque que ele colocou
no Encontro de Santarém 1972.
Um encontro
que tem como ponto de partida a Encarnação do Verbo, que segundo recolhe o
Documento de Santarém 2022, “exige da Igreja um total entrosamento com a
realidade, uma superação de modelos de evangelização importados e um permanente
testemunho realista, corajoso e repleto de esperança, fundado exclusivamente no
Evangelho”. Mas também uma Encarnação da Igreja, que “armou sua tenda no meio
do povo de tal modo que apareceu um rosto eclesial bem amazônico na diversidade
sociocultural, na defesa do lar que Deus criou para toda a humanidade e na
promoção da Vida em todas as suas dimensões”.
Uma Encarnação
que “não pode acontecer sem que os povos amazônidas, acompanhados por seus
agentes e pastores, sejam os protagonistas”, segundo o padre Zenildo Lima, que insistiu
em que “encarnação tornou-se também e primeiramente um processo de escuta!”,
destacando igualmente a necessidade do diálogo. É por isso, ressaltou o reitor
do Seminário São José de Manaus, que “a evangelização na Amazônia será sempre
um anúncio do Verbo que se fez carne, será sempre uma proposta do encontro com
Jesus. Não cabe em nós o rótulo de termos abandonado o Evangelho para cuidar de
questões sociais”.
Uma marca
da atuação da Igreja na Amazônia sempre foi a evangelização libertadora,
segundo o padre Zenildo, que fez ver sua urgência diante do avanço dos sinais
de ameaça à dignidade avançam. Daí a importância do chamado do Sínodo para a
Amazônia à Igreja da região “a exercer sua atividade profética com
transparência, e apresentar o Cristo com todo seu potencial libertador”.
Para
realizar essa missão, o padre Zenildo Lima propus alguns itinerários: nos
territórios, com os sujeitos, no modelo de Igreja e de Evangelização, sustentado
no rosto amazônico, a Sinodalidade, a escuta, diálogo e interculturalidade, a
questão ministerial. Ele lembrou que “no Sínodo para a Amazônia, a Igreja em
saída missionária apresenta-se como samaritana, misericordiosa e solidária, que
serve e acompanha os povos amazônicos e se constitui um Igreja com rosto destes
mesmos povos”, o que faz, segundo aparece no Documento de Santarém 2022, com que
“a vida das nossas Igrejas que vão se moldando em caminhos de inculturação da
espiritualidade, da liturgia, do ministério, da vida comunitária”.
Uma Igreja
chamada a ter como atitude fundamental a missão realizada com intensidade, fazendo
com que “coragem e audácia se traduzam em opções pastorais transbordantes e não
pequenos remendos”. Nessa dinâmica, a CEAMA aparece como corpo eclesial, como
sujeito, concluiu o padre Zenildo Lima.
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