Os 50 anos
de caminhada da Pastoral da Juventude reúne a Pastoral da Juventude do Regional
Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB Norte1) na Maromba de
Manaus de 14 a 17 de dezembro para realizar o IX Encontro Regional da PJ, que
tem como tema “Tempo de Celebrar, sejamos um Canto Novo, Profético e Missionário”,
com a participação de mais ou menos 120 representantes de sete das nove igrejas
locais que fazem parte do Regional.
Segundo
Marcelo Pereira dos Santos, jovem da Prelazia de Tefé, que faz parte da
coordenação da PJ no Regional Norte1, o encontro é uma oportunidade para que os
jovens participantes possam “reconhecer histórias de pessoas que pisaram esse
chão, que fizeram caminhada”. Na Amazônia, a Pastoral da Juventude tem muitos
diferenciais na forma de fazer pastoral, segundo o jovem. Ele destaca a atenção
que é dada à cultura, algo que deixa a Pastoral ainda mais rica. Isso vai ser
celebrado com muita alegria, muita formação, muita festa ao longo desse
encontro, um momento mágico, enfatizou o membro da coordenação da PJ Regional
Norte1.
O encontro
iniciou com uma Eucaristia presidida pelo Cardeal Leonardo Steiner, Arcebispo
de Manaus e Presidente do Regional Norte1, que destacou a importância da PJ nesses
50 anos de caminhada, formando homens e mulheres que tem se tornado lideranças
em diversos âmbitos no Brasil afora. Na
homilia, ele questionou se a PJ deseja viver o Reino de Deus, que definiu como “o
jeito de Deus, o modo de Deus, é o modo de Deus que nós vemos em Jesus”. Lembrando
que estamos a caminho de Belém, o arcebispo disse que “vamos de novo apalpar o
jeito de Deus, que é simples, é pobre, não é ostensível, não é dominador, não se
impõe, é um modo acolhedor, é um modo onde todos podem vir, os pastores, os
mais pobres podem chegar”.
Segundo o Cardeal
Steiner, “o Reino de Deus envolve a todos e a todas que de fato desejam viver o
Reino de Deus”. Um Reino de Deus que é simplicidade, que se manifesta no
consolo, “Jesus vai ao encontro das pessoas necessitadas, Ele não abandona, não
deixa ninguém para trás, leva todos, esse é o jeito de Deus”. Ele insistiu em
que “todos podem participar, todos devem participar, porque no Reino de Deus somos
todos filhos de um mesmo Pai, filhas de um mesmo Pai. No Reino de Deus somos
todos irmãos, não existe maiores ou menores, existe uma igualdade, uma igualdade
de fraternidade, uma igualdade de respeito, uma igualdade de justiça”.
Um encontro
em que “estamos agradecendo a Deus 50 anos de tantos jovens que procuraram
compreender e viver o Reino de Deus”, destacando os testemunhos ao longo desse
tempo. Ele colocou como um exemplo disso Flávio Dino, com quem sendo Ministro
da Justiça o Cardeal Steiner se encontrou. Flávio Dino disse ser pejoteiro, testemunhando
que “o que eu sou hoje como cidadão, eu devo à PJ. Eu aprendi com a PJ a
questão da justiça, eu aprendi com a PJ a questão da fraternidade, eu aprendi
com a PJ que a sociedade precisa de transformação”. Isso levou Dom Leonardo a
disser que “a PJ é a possibilidade de nos realizarmos como pessoas, como
mulheres, como homens”.
O Presidente
do Regional Norte1 destacou que “o Evangelho mostra o caminho, o Evangelho não são
normas, o Evangelho não são mandamentos, o Evangelho é um modo de viver, é um
modo de se relacionar, é um modo de se querer bem, é um modo de se respeitar, é
um modo de acolher, é um modo de ir ao encontro dos outros, é um modo de
esperança”. Ele convidou os jovens a ler o Evangelho todos os dias, “vocês vão
encontrar as belezas que tem, e aí aquele vazio que às vezes nós sentimos, nós
vamos devagarinho, devagarinho, que Deus no vazio nos fala, que Deus no vazio
se faz presente”.
Diante das
pessoas que dizem perder sua fé, o cardeal insistiu em que “a fé a gente na
perde, porque a fé a gente recebeu, é a fé que grudou na gente, não é a gente
que grudou na gente, é a fé que nos pegou, não fomos nós que pegamos a fé”. Uma
fé que não é certeza, “é a fé que nos guia através dos caminhos que nós ainda não
sabemos e não conhecemos”, destacou o cardeal. Ele colocou a leitura da Bíblia
como caminho para aprofundar na fé e disse que “a PJ é a possibilidade de
aprofundarmos a nossa fé, de darmos passos em maior profundidade. A PJ é a
possibilidade de nós vislumbrarmos com maior profundidade quem Deus significa
para nós, quem é Jesus para mim”, de segundo diz a Segunda Carta de São Pedro “darmos
razão da nossa fé”.
Para isso,
ele falou das reuniões, debates, encontros, celebrações como modo de “devagarinho
encontrarmos esse caminho tão bonito do Reino de Deus, tão realizador do Reino
de Deus”, pedindo “que Deus nos acompanhe nessa caminhada e que vocês deixem
sinais fortes e vigorosos na PJ para que os outros pensem, a PJ vale a pena. E
a PJ indique o caminho de vida, mostre o futuro, mas não o futuro lá, o futuro
presente”.
Ser pjoteiro é encantar o mundo com a simplicidade de um Jesus que veio para o povo e que no meio do povo Ele faz acontecer.
ResponderExcluirEssa pastoral é além do seu tempo. A profecia passa pela pj
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