Nos fecharmos
dentro de nós mesmos, de nossos pequenos círculos e grupos, de nossas ideias é
algo cada vez mais presente em nossa sociedade. São atitudes que nos polarizam,
que nos enfrentam com os outros, que nos levam a ver o outro como um inimigo.
Resulta surpreendente ver em diversos lugares de Manaus cartazes pedindo um
plebiscito sobre a pena de morte, algo que tem que nos levar a refletir sobre
os rumos que estamos tomando como pessoas.
No caso dos
cristãos, esse chamado é ainda mais forte. O Papa Francisco na catequese de
ontem, disse que “os cristãos fechados terminam sempre mal, pois não são
cristãos, mas ideólogos, ideólogos do fechamento. O cristão deve ser aberto no
anúncio da palavra e no acolhimento dos irmãos e irmãs”.
A sociedade, o
Reino de Deus, um mundo melhor para todos se constrói na medida em que estamos
dispostos a nos abrirmos aos outros, também àqueles que são diferentes, que
pensam diferente. A diversidade é uma premissa fundamental se queremos caminhar
juntos, se não pretendemos nos fecharmos em nossas fortalezas que nos levam a
pensar que somos melhores do que os outros.
O que eu estou
disposto fazer para isso? Quais passos eu estou disposto dar para chegar até o
outro e descobrir nele a presença de um irmão, de uma irmã? Como deixar de lado
os preconceitos que me afastam das pessoas, que me levam a vê-las como inimigas?
O que está faltando na minha vida cristã, como discípulo e discípula de Jesus
para assumir suas atitudes no meu relacionamento com os outros?
O Batismo, que era
o tema da catequese do Papa Francisco, tem que fazer de nós homens e mulheres que
olham a vida de um modo diferente. Somos chamados a refletir, a pensar, a
encontrar novos caminhos, a construir uma sociedade mais aberta, mais humana,
mais cristã, com menos ideologias que nos levam a nos fecharmos em nós mesmos.
O cristianismo não
é e nunca pode ser uma ideologia, o cristianismo é uma religião prática, que se
concretiza na caridade, que é a realização prática do amor. Movidos pelo amor,
somos capazes de viver a fraternidade, de enxergar naquele que é diferente a
presença de alguém que nos enriquece, que nos ajuda a crescer como pessoas.
Para o cristão ninguém deveria ser um inimigo.
O grande desafio é
mudar uma sociedade onde a polarização e a violência têm tomado conta da vida
das pessoas. Nos custa nos relacionarmos com os outros sem desconfiança, olhar
para eles com sentimentos fraternos. Mas isso tem que mudar, o Papa Francisco
nos faz um chamado a isso, e nós temos que assumir essa proposta como algo
inadiável.
Pensemos naqueles
que de diferentes modos fazem parte da nossa vida, e aprendamos a olhar para
eles com o olhar de Jesus, com a misericórdia de Deus. Só assim para poder
acolher a todos e todas de verdade e aprender a descobrir neles a presença de
um irmão, de uma irmã, que me ajuda a ser gente de verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário