Inicia
nesta quinta-feira, 30 de junho, a 42ª Assembleia Geral Ordinária do Conselho
Nacional do Laicato, que será realizada em Manaus. Um momento para “ajudar a
compreender a importância do leigo na Igreja”, segundo o arcebispo de Manaus e
presidente do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB Norte1), cardeal Leonardo Steiner.
O arcebispo
da igreja local que acolhe a Assembleia destacou a importância do Documento 105
da CNBB: “Sal da Terra, Luz do Mundo: A Missão do Leigo na Igreja”, um documento
longamente refletido, discutido, que até hoje ajuda muito na dinâmica da Igreja
do Brasil. Falando sobre a Igreja do Amazonas, o presidente do Regional Norte1
disse que ela “se caracteriza por uma participação muito grande dos leigos, historicamente
nós ficamos mais de um século sem a presença do presbítero, e os leigos
assumiram a vida das comunidades, e isso ainda está muito presente hoje”.
Segundo dom
Leonardo, “as nossas comunidades, elas são dirigidas por mulheres e homens, no interior,
a dinâmica é dirigida pelos leigos e leigas, especialmente pelas mulheres, e é
bonito ver o entusiasmo dos nossos leigos, nas assembleias diocesanas, nas
assembleias do Regional, o interesse”, relatando a experiência da Assembleia
Sinodal da Arquidiocese de Manaus, quando o maior pedido dos leigos foi a
formação, “os leigos que estão interessados, os leigos que compreendem que eles
são Igreja”, com uma consciência dos leigos de ser Igreja missionária, uma
experiência que segundo o arcebispo de Manaus nasceu em Santarém, em 1972. Ele
disse que “se a Igreja do Brasil tivesse a dinâmica que se impregnou aqui no
Amazonas, nós teremos sempre uma participação muito grande dos leigos e leigas,
aqui especialmente as mulheres”.
A 42ª
Assembleia Geral do Laicato tem como tema “Cristãos Leigos e Leigas, Testemunhas
do Reino”, e como lema “Não podemos nos calar sobre aquilo que vimos e ouvimos”,
lembrou Francisco Meirelles, presidente do Conselho do Laicato no Regional
Norte1. Ele destacou que a Igreja de Manaus está “acolhendo a cada irmã e irmão
que está chegando de todo o Brasil para esse grande encontro nacional que vai
acontecer em Manaus”. 180 participantes para vivenciar um momento de
fraternidade, de partilha e também de discutir um pouco sobre o testemunho do
cristão leigo e leiga, e também sobre nossa Querida Amazônia e o Sínodo sobre a
Sinodalidade.
Aqueles que
estão chegando para participar da assembleia “está com o coração ardendo, um
pouco numa alegria, já vivendo essa experiência de chegar nessa terra
acolhedora, de chegar nesse espaço e já sentir o clima do que é essa Igreja”,
destacou a presidenta do Conselho Nacional do Laicato do Brasil, Sônia Gomes de
Oliveira. A 42ª Assembleia acontece num itinerário de três anos de preparação
dos 50 anos do laicato no Brasil, e nessa perspectiva, “nada melhor do que vir
parar nestas terras para viver essa experiência de testemunho. É o local onde
nós conseguimos perceber esse testemunho, testemunho do Reino, testemunho de
justiça, um testemunho de paz, um testemunho de igualdade”, ressaltou Sônia
Gomes.
Uma fonte
de testemunho numa Igreja sinodal, que a presidenta do laicato do Brasil espera
possa marcar àqueles que estão chegando para participar da assembleia e levar
para outros lugares do Brasil. Por isso, nada melhor do que viver essa
experiência da sinodalidade da Igreja de Manaus, segundo Sônia Gomes de
Oliveira, que destacou a importância de viver essa experiência. Segundo a
presidenta do laicato, “não é inventar muita coisa, é simplesmente recuperar a
beleza daquilo que nós já temos nas nossas comunidades, na nossa Igreja”,
insistindo no grande aporte do Documento 105 da CNBB na 42ª Assembleia Nacional
do Laicato, pois “é recuperar esse sujeito eclesial, maduro na fé, que não só
pertence à Igreja, mas ele é Igreja” fazendo um chamado ao laicato a “redescobrir
este encantamento de ser Igreja”.
Segundo Sônia
Gomes de Oliveira, “a nossa missão primeira é na sociedade, e estar na sociedade
testemunhando Jesus Cristo é justamente viver essa experiência de romper com as
polarizações e ser sinal do Reino. Muitas vezes a polarização, ela só acontece onde
o Reino não está, a Palavra não chega, o Evangelho não chega, e nós queremos
nos testemunhar a nós mesmos”. Frente a isso, fez um chamado a testemunhar o
Reino, a justiça, a igualdade e o projeto de Jesus Cristo para romper com essa
polarização, que definiu como o grande desafio do laicato, “entender o seu ser
sujeito, de onde nós viemos, para onde nós queremos chegar, que é o Reino”.
No ano do
testemunho, a presidenta do CNLB destacou a voz que oferece a Igreja de Manaus,
que “formou o laicato para serem essas testemunhas e conseguem dar essa voz”,
algo a ser disseminado para outras igrejas do Brasil, especialmente o testemunho
de tantas mulheres que na Igreja de Manaus, “e conseguir encantar outras mulheres
na Igreja do Brasil". Igualmente destacou a importância da integridade da
Criação, da ecologia integral, tema que será abordado na assembleia, que aborda
situações presentes na vida de muitos participantes, que poderão conhecer as
experiências de articulação e de união de forças presentes na Amazônia nesse
sentido.
O cardeal
Steiner destacou a importância do testemunho nos processos evangelizadores, e
do encontro como momento para partilhar e receber experiências dos leigos como
sujeitos na Igreja, afirmando que na Igreja do Amazonas, “nós temos uma rica
experiência”, com leigos que se sentem responsáveis pelas comunidades e sua
participação na vida da Igreja, com boa preparação para o exercício dos
serviços que eles realizam. Com relação ao clericalismo, uma das temáticas da
assembleia, o cardeal Steiner disse que “a dinâmica da Igreja na Amazônia não tem
essa dinâmica”, insistindo na dinâmica profundamente sinodal das igrejas da
Amazônia, com participação de todos nas discussões, fazendo um chamado a “estar
cada vez atentos, para que todos nós nos sintamos Igreja”.
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