A Solenidade de
Corpus Christi é a Festa da Eucaristia. Neste dia somos desafiados a refletir
sobre o que significa a Eucaristia na vida do povo católico e as dificuldades
para que as pessoas possam celebrar a Eucaristia em alguns lugares. Muitas
comunidades da periferia de Manaus, do interior da Amazônia, de muitas regiões
do Brasil e do mundo, não têm a possibilidade de celebrar a Eucaristia cada
domingo.
Um dos mandamentos
da Igreja fala da necessidade de participar da celebração da Missa todos os
domingos. Diante dessa situação, como fazer realidade nessas comunidades esse
mandamento? Como continuar sustentando a afirmação do Concílio Vaticano II que
diz que a Eucaristia é a fonte e o ápice da vida cristã?
O Sínodo para a
Amazônia refletiu sobre essa realidade, propondo caminhos para que as
comunidades possam celebrar a Eucaristia no dia do Senhor. Mas as resistências
são grandes, não é fácil dar passos que ajudem no caminhar da Igreja, para
fazer realidade aquilo que a própria Igreja sustenta em seu Magistério, em seus
ensinamentos.
Presidir a
celebração da Eucaristia é algo que compete aos presbíteros e bispos, mas a
falta de padres em muitas regiões é uma realidade que nos desafia. Também deve
ser refletido sobre a distribuição do clero. Enquanto algumas comunidades
contam com a presença de vários ministros ordenados, muitas outras tem que
dividir o padre entre dezenas de comunidades. Também a falta de recursos, de
disposição para chegar nos locais mais distantes, são situações que dificultam
a possibilidade dessas comunidades poder celebrar a Eucaristia.
Mas estamos diante
de comunidades que valorizam grandemente a celebração da Eucaristia. Para as
comunidades do interior, também na arquidiocese de Manaus, a Missa é momento de
grande importância. O encontro em volta do pão partilhado, do sangue entregado
em favor de todos, alimenta a vida de fé daqueles que, mesmo na dificuldade,
vivenciam sua fé nesses locais. A Missa não é algo monótono, é sinal da
presença do ressuscitado, que nos leva a fazer memória do mistério da fé que é
celebrado.
Daí a pergunta que
nos leva a questionar até quando teremos comunidades sem possibilidade de
celebrar a Eucaristia assiduamente? Encontrar novos caminhos para a Igreja, um
dos propósitos do Sínodo para a Amazônia, é uma realidade que precisa de
respostas, não só na região amazônica, mas em muitos lugares do mundo, em
muitas comunidades eclesiais, que gostariam que a Eucaristia fosse celebrada
com maior frequência.
Aproveitemos a
Solenidade de Corpus Christi para refletir sobre a Festa da Eucaristia, mas
como uma festa para todos e todas, como um alimento cotidiano, que fortalece a
vida de fé de todas as comunidades. O local onde as pessoas moram não deveria
ser empecilho para que elas possam participar assiduamente da fonte e o ápice
da vida cristã.
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