Ser uma igreja que
sabe dar respostas diante do que acontece no cotidiano do povo é um desafio a
ser enfrentado pela Igreja católica. Uma Igreja que vai ao encontro das pessoas
e oferece luzes para poder tomar decisões à luz da fé e do Magistério, à luz da
Doutrina Social da Igreja.
No último final de
semana acontecia o Seminário das Pastorais Sociais do Regional Norte1 da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, um momento importante para poder
refletir sobre tudo aquilo que tem a ver com o trabalho realizado pela Igreja
católica fora do templo. Um dos temas mais destacados durante o encontro foi a
reflexão em torno às eleições municipais que serão realizadas no próximo mês de
outubro.
Entender a
importância do voto é um dever de todo cidadão, ainda mais de quem se diz
cristão. O fato de caminhar na Igreja católica tem que nos levar a refletir
sobre as consequências do voto, que sempre deve ter como foco principal o bem
comum. Daí a importância de refletir sobre situações que estão presentes na
conjuntura política brasileira, como é a compra de votos, e outras situações
que devem ser combatidas, pois a Lei brasileira diz que isso constitui um
crime.
O trabalho das Pastorais Sociais tem que ser fundamental para a Igreja católica e é a essa realidade que a Igreja deve dedicar os maiores esforços. Jesus participava da vida do Templo e da sinagoga, considerados os espaços litúrgicos da religião judaica, mas ele realizou sua missão no meio do povo, especialmente entre os pobres, os vulneráveis, os descartados por um sistema político e religioso que ignorava esses grupos sociais.
O foco do agir da
Igreja tem que estar fora do espaço sagrado, tem que centrar seu esforço para
que as políticas públicas sejam garantidas para todos e todas. Nesse sentido,
as eleições têm que ser uma oportunidade para eleger os candidatos e
candidatas, no Brasil as mulheres também são colocadas para trás na vida
política, que mais se empenhem na garantia dessas políticas públicas, que
garantem o bem-viver.
No meio de nós nos
deparamos com católicos que assumiram o exercício da política e desempenham ou
tem desempenhado cargos políticos em diferentes níveis. O fato de ser católicos
deveria garantir seu compromisso com o bem comum e seu empenho em defender a
vida e os direitos dos mais pobres. Não podemos esquecer que manifestamos nossa
fé no compromisso, pois essa dimensão não é algo teórico e sim uma prática que
nos leva a estar do lado daqueles que mais sofrem.
Mas ninguém pode
esquecer que todos e todas somos chamados a exercer a política, pois política é
o cuidado do que é comum a todos. Preocupar-se pelo que é de todos, ainda mais
numa sociedade cada vez mais individualista, onde tantos se preocupam com
garantir os interesses pessoais ou de pequenos grupos de poder, é uma urgência
cada vez maior, ainda mais se nós nos dizemos seguidores de Jesus de Nazaré,
alguém que é presença do Deus da Vida para todos no meio do povo.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar
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