quinta-feira, 13 de junho de 2024

Uma Igreja que luta por políticas públicas, pelo bem-viver de todos e todas


Ser uma igreja que sabe dar respostas diante do que acontece no cotidiano do povo é um desafio a ser enfrentado pela Igreja católica. Uma Igreja que vai ao encontro das pessoas e oferece luzes para poder tomar decisões à luz da fé e do Magistério, à luz da Doutrina Social da Igreja.

No último final de semana acontecia o Seminário das Pastorais Sociais do Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, um momento importante para poder refletir sobre tudo aquilo que tem a ver com o trabalho realizado pela Igreja católica fora do templo. Um dos temas mais destacados durante o encontro foi a reflexão em torno às eleições municipais que serão realizadas no próximo mês de outubro.

Entender a importância do voto é um dever de todo cidadão, ainda mais de quem se diz cristão. O fato de caminhar na Igreja católica tem que nos levar a refletir sobre as consequências do voto, que sempre deve ter como foco principal o bem comum. Daí a importância de refletir sobre situações que estão presentes na conjuntura política brasileira, como é a compra de votos, e outras situações que devem ser combatidas, pois a Lei brasileira diz que isso constitui um crime.



O trabalho das Pastorais Sociais tem que ser fundamental para a Igreja católica e é a essa realidade que a Igreja deve dedicar os maiores esforços. Jesus participava da vida do Templo e da sinagoga, considerados os espaços litúrgicos da religião judaica, mas ele realizou sua missão no meio do povo, especialmente entre os pobres, os vulneráveis, os descartados por um sistema político e religioso que ignorava esses grupos sociais.

O foco do agir da Igreja tem que estar fora do espaço sagrado, tem que centrar seu esforço para que as políticas públicas sejam garantidas para todos e todas. Nesse sentido, as eleições têm que ser uma oportunidade para eleger os candidatos e candidatas, no Brasil as mulheres também são colocadas para trás na vida política, que mais se empenhem na garantia dessas políticas públicas, que garantem o bem-viver.

No meio de nós nos deparamos com católicos que assumiram o exercício da política e desempenham ou tem desempenhado cargos políticos em diferentes níveis. O fato de ser católicos deveria garantir seu compromisso com o bem comum e seu empenho em defender a vida e os direitos dos mais pobres. Não podemos esquecer que manifestamos nossa fé no compromisso, pois essa dimensão não é algo teórico e sim uma prática que nos leva a estar do lado daqueles que mais sofrem.

Mas ninguém pode esquecer que todos e todas somos chamados a exercer a política, pois política é o cuidado do que é comum a todos. Preocupar-se pelo que é de todos, ainda mais numa sociedade cada vez mais individualista, onde tantos se preocupam com garantir os interesses pessoais ou de pequenos grupos de poder, é uma urgência cada vez maior, ainda mais se nós nos dizemos seguidores de Jesus de Nazaré, alguém que é presença do Deus da Vida para todos no meio do povo.


Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1 - Editorial Rádio Rio Mar

Nenhum comentário:

Postar um comentário