A Faculdade
Católica do Amazonas, em parceria com o Regional Norte1 da Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB Norte 1), a Comissão Episcopal da Amazônia (CEA) e
em comunhão com a Rede Eclesial Panamazônica (REPAM), realiza no Centro de Formação
de Lideranças da Arquidiocese de Manaus, Maromba, de 21 de julho a 04 de
agosto, o Curso de Realidade Amazônica.
São 23
participantes, procedentes de diversas regiões do Brasil e de diferentes países
da África, da Ásia, da América Latina e da Europa, que irão trabalhar na
arquidiocese de Manaus, nas dioceses de Alto Solimões, Parintins e Roraima, e na
prelazia de Tefé: 12 religiosas, uma leiga, dois leigos e sete padres.
“Ao mesmo que
é uma tradição antiga, já é uma história longa, ele foi iniciado em 10991, mas
cada ano tem sido uma renovação. Pelo grupo que chega, que vem sempre de lugares
diferentes, de lugares mais distantes”, segundo a professora da Faculdade Católica
do Amazonas, Elisângela Maciel, coordenadora do curso. A experiência dos anos
passados ajuda a trocar conteúdos, ampliar e intercalar questões.
No grupo
deste ano, o grupo maior, de diferentes congregações, irá trabalhar em diversas
localidades da prelazia de Tefé. Alguns deles já tem alguns meses na Amazônia, “mas
com esse anseio de fazer a missão, de abraçar a região”, salienta a professora.
Diante disso, ela afirma que “a proposta do curso é aprofundar isso que eles já
trazem, esse chamado que eles já trazem, e dar esse subsídio, dar essas
ferramentas necessárias para que eles possam atuar da melhor maneira, com esse conteúdo,
mas também com algumas práticas que a gente vai trocando ao longo do curso com
atividade pastoral”, na área ribeirinha e na periferia de Manaus.
Se trata de
dar “experiências diferentes, ao mesmo tempo que dar um conteúdo cada vez mais
aprofundado para que eles possam depois utilizar nas diversas realidades que
eles vão enfrentar”, afirma Elisângela Maciel. Um dos participantes do curso é
o voluntário leigo Marista, Pedro Figueiredo, chegado de Porto Alegre (RS), que
mostra sua importância para “conhecer a Amazônia, um pouco da Amazônia, um
pouco dos elementos da cultura da Amazônia, para começar o processo de
integração nesta terra”.
O curso
busca formar agentes de evangelização a serviço da vida na Amazônia, desde a
encarnação na realidade. Um espaço formativo de acolhida, reflexão e
aprendizados para o serviço missionário na região amazônica. Se oferece “um
conjunto de informações mais sistematizadas sobre a própria região amazônica,
concentrando sua reflexão sobre o humano, o meio ambiente, a vida e a ação
evangelizadora da Igreja”.
A partir de
uma metodologia sinodal, decolonial e intercultural, se estuda a realidade socioambiental,
político-econômica, cultural e eclesial da Amazônia, buscando elaborar com os
agentes um instrumental teórico-metodológico, necessário para o conhecimento e
inserção na realidade. À luz da fé, o curso quer descobrir propostas concretas
de ação libertadora e encarnação na realidade, e junto com isso estreitar a
comunhão com as Igrejas, povos e culturas da Pan-amazônia, numa visão mais
ampla desta vasta região. Igualmente, o curso quer abrir-se ao grande
patrimônio espiritual dos povos da Amazônia e sua pluralidade.
O curso
será realizado numa metodologia participativa, e está destinado a agentes de
pastoral inseridos nas comunidades eclesiais e serviços pastorais na região
amazônica; a leigos e leigas, religiosas e religiosos, presbíteros, diáconos
vindos de outras regiões para servir na Amazônia, atores sociais envolvidos com
as questões amazônicas.
Ao longo do
curso será feito uma análise de conjuntura abordando diversas realidades; uma abordagem
da antropologia e geografia amazônica; a história, cultura e sociedade da
Amazônia; a espiritualidade e vozes da Amazônia. Junto com a parte teórica, os
participantes do curso realizarão uma experiência pastoral nas comunidades.
Na missa de
abertura, o padre Cândido Cocavelli, diretor administrativo da Faculdade
Católica do Amazonas, fez um chamado a ser atraídos por Jesus, por sua palavra,
por seu ensinamento, que tocam, transformam vidas e atraem, a exemplo de Maria
Madalena, no dia em que a Igreja celebra sua festa. Seguindo as palavras de dom
Hélder Câmara, definiu os missionários e missionárias como homens e mulheres de
fronteira, chamados a lançar seu olhar na realidade do mundo para enxergar no
rosto do povo o rosto do Crucificado, numa Amazônia onde há muitos
crucificados, que precisam ser descidos da Cruz.
Ele disse
aos participantes do Curso de Realidade amazônica que não podemos nos tornar
insensíveis diante da vida que é espoliada, que é tirada, numa Amazônia onde
está sendo desfigurada a obra do Criador, por aqueles que exploram, que
devastam, que ceifam vidas, poluindo os rios, destruindo a natureza e a vida
das pessoas. Junto com Madalena, fez um convite a ser anunciadores da
Ressurreição, se tornar novas criaturas. Igualmente falou sobre a necessidade
de reconhecer a presença feminina na Igreja, a relevância do trabalho das
mulheres, mas sobretudo a maternidade, enxergar no rosto das mulheres uma
Igreja que não mede esforços para servir: catequistas, ministras, que sustentam
a vida de fé de tantas comunidades no interior e nas periferias das cidades da
Amazônia.
Amazonizar-se é necessário! um abraço a todos com saudade.
ResponderExcluirQue lindo ver novos missionários doando a vida e se inserindo em novas realidades. Parabéns! Perceverança.
ResponderExcluirMuito importante e necessário.
ResponderExcluirQue benção, pessoas que se doam num momento em que tudo ou quase tudo é egocentrismo, onde o ter é mais importante do que o ser.
NOSSA SENHORA PASSA NA FRENTE. ABRAÇO A TODOS.