sábado, 21 de setembro de 2024

Dom Tadeu inicia sua missão como bispo de Itacoatiara, que lhe acolhe como Igreja com rosto missionário e sinodal


A Catedral de Nossa Senhora do Rosário acolheu na manhã deste sábado 21 de setembro de 2024, a celebração de posse do novo bispo da prelazia de Itacoatiara, dom Edmilson Tadeu Canavarros dos Santos, que no dia 22 de agosto de 2024 foi nomeado pelo Papa Francisco para assumir essa missão, depois de quase oito anos como bispo auxiliar de Manaus.

A celebração, que contou com a presença de mais seis bispos, dezenas de padres, religiosos e religiosas, e o povo das comunidades, áreas missionárias e paróquias da prelazia, iniciou com a presidência do arcebispo de Manaus e presidente do Regional, cardeal Leonardo Steiner, que agradeceu mais uma vez pela missão que ao longo de quase oito anos, realizou dom Tadeu como bispo auxiliar de Manaus, e lhe animou em sua nova missão, passando para ele a presidência da celebração.

Na homilia, dom Tadeu iniciou suas palavras cumprimentando os bispos, presbíteros e diáconos, a vida consagrada, as autoridades e toda a assembleia “congregada na força da fé e do amor de Deus”, desejando a todos “muita saúde e muita paz”. Ele lembrou o chamado do apóstolo Pedro aos batizados “a dar a razão da sua esperança a todo aquele que a pedir”, sublinhando que “nossa fé é um dom precioso de Deus, que só conseguiremos apreciar e valorizar devidamente se o conhecermos. A consciência das origens e dos fundamentos de nossa fé e de nossa pertença à Igreja Católica nos faz encontrar a alegria de sermos cristãos”.

 


Segundo o bispo de Itacoatiara, “é importante dar-nos conta de que não estamos sozinhos na nossa fé”, que “é graça de Deus crer com toda a Igreja, e como a Igreja crê”, lembrando da figura de São Mateus, no dia de sua festa, que ‘apresenta-se como um publicano perdoado e chamado por Jesus”. Ele disse que “a vocação de apóstolo não se baseia em méritos pessoais, mas unicamente na misericórdia do Senhor. Só quem se dá conta da sua pobreza, da sua pequenez, aceitando-a como o ‘lugar’ onde Deus derrama a sua misericórdia infinita, está em condições de se tornar apóstolo, de tocar as almas em profundidade, porque comunica o amor de Deus, o seu amor misericordioso”.

O bispo lembro que Paulo diz que “o verdadeiro apóstolo está cheio de humildade, de mansidão, de paciência”, enfatizando que “o Deus revelado pela palavra e pela ação de Jesus é um Deus misericordioso, que acolhe os que andam perdidos, oferecendo-lhes uma nova ocasião para se reconstruírem, por meio da graça, até atingirem a perfeita unidade da fé”, lembrando as palavras da primeira leitura, que diz que é a “medida completa da plenitude de Cristo”.

Dom Tadeu Canavarros lembrou sua primeira vez na Amazônia, em Iauretê, na divisa do Brasil com a Colômbia, e o convite a voltar, afirmando que “jamais pensei em voltar nessas condições”. Ele fez memória do texto de Lucas que fala sobre a luz, dizendo que “é tão natural para a Igreja ser missionária quanto para a luz, iluminar. Se a luz não ilumina, não é luz. De modo semelhante, se não é missionária, a Igreja não é Igreja”, ressaltando que “encaro essa nomeação como uma nova e grande missão”.

 


Ele refletiu sobre o ser missionários desde diferentes pontos: ser missionários de humanidade, não para fazer qualquer conquista, e sim “para compartilhar a vida com as pessoas que nos acolhem; somo-lo para servir, quaisquer que sejam as circunstâncias e as situações”, citando exemplos disso, afirmando, inspirado em Paulo VI, que “somos enviados a servir os homens e as mulheres que encontramos no nosso caminho, na sua diversidade”.

Ser missionários de misericórdia e de fraternidade, lembrando com Querida Amazônia, que “nosso sonho missionário é a consequência da nossa resposta vocacional: Porque missionários de humanidade, somos também missionários de misericórdia e de fraternidade”. O bispo lembrou que “hoje o mundo sofre por toda a parte”, mostrando exemplos disso, que desafia a levar “uma mensagem de paz e de desenvolvimento, de perdão e de fraternidade”. Isso, “não só como um discurso ou uma prédica, mas na nossa própria vida, na nossa própria vida quotidiana, no nosso testemunho”. Ele destacou que “as nossas respostas devem ser dadas o mais depressa possível, procurando acompanhar a vida das pessoas e buscando as soluções possíveis juntamente com elas. E a nossa resposta será sempre a do Evangelho, da dignidade da pessoa humana, do respeito pela vida e pela criação. O mundo de hoje precisa tanto de fraternidade e de amor!”

Ser missionários para os últimos, estar próximos de todos, mas com o coração e a vida com os últimos. O bispo fez um chamado a “abrir o coração a tantas pessoas que vivem em situação de precariedade e de sofrimento, para estar próximos dos que não têm voz, para fazer valer a justiça que merecem, para curar as feridas da vida com a fraternidade e a solidariedade, e para estar longe daquela indiferença que, além de não ajudar, humilha”. E aos últimos, a exemplo dos santos e santas, “nunca omitir o anúncio da Boa Nova de Jesus que nos fala do Deus Bom e Misericordioso que é nosso Pai”, citando o que ele aprendeu de São João Bosco, que “acima de tudo, um sacerdote com o coração repleto de Deus, com um coração de educador que procurava sempre suscitar nos seus rapazes o sentido de Deus e a confiança n’Ele”.



Ser missionários porque discípulos, afirmando que “nunca podemos esquecer que a raiz e a força do nosso ser missionários vem do ser discípulos”. O bispo lembrou do ano jubilar, que pede “que a Igreja seja testemunha fiel deste anúncio em todas as partes do mundo”. Para isso, dom Tadeu pediu que “sejamos corajosos anunciadores da incomensurável misericórdia e gratuidade da parte de Deus, manifestada sobretudo aos mais pobres e necessitados”, pedindo o auxílio de Maria.

No final da celebração o coordenador de Pastoral, padre Acácio Rocha, apresentou o rosto missionário e sinodal da prelazia de Itacoatiara, representado em diferentes símbolos que manifestam a riqueza que transparece nas comunidades, áreas missionárias, paróquias, pastorais, organismos e movimentos, presentes nessa igreja local. O novo bispo foi acolhido pelo padre Graciomar Gama Fernandes, que, em nome do clero local, agradeceu a dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, presente na celebração, pelo tempo em que ele foi bispo da prelazia. A dom Tadeu lhe manifestou a alegria da Igreja de Itacoatiara com sua nomeação, a fim de que ele continue a caminhada de 60 anos da Igreja local, e possa ajudar a renovar a fé, a esperança, caridade, a alegria e o amor. Uma Igreja que busca ser fiel ao mandato de anunciar o Evangelho nestas terras, com 10 padres diocesanos, 6 religiosos, 3 congregações religiosas femininas e 3 seminaristas, salientou o padre Graciomar, que mostrou a disponibilidade da igreja local de continuar o caminho em busca do crescimento e amadurecimento espirituais, e acolheu dom Tadeu como fruto da resposta de Deus para esta Igreja de Itacoatiara, e pediu o amparo de Nossa Senhora do Rosário.

Em nome dos bispos, o cardeal Steiner agradeceu a dom Ionilton pelo trabalho na prelazia, no regional e na CPT Nacional. Ele destacou o valor da comunidade para viver o Evangelho de Jesus, e pediu as orações do povo para seu bispo, para criar um espírito de diocese, um espírito de família, e que cada um esteja do lado dele. O cardeal fez um chamado a ser expressão do anúncio que Jesus fez, que é o Reino de Deus, e que o novo bispo seja muito amado, e juntos, os bispos do Regional, continuar caminhando juntos. Finalmente, agradeceu por ter aceitado ser bispo de Itacoatiara e continuar no Regional.

Finalmente, o bispo da prelazia de Itacoatiara agradeceu a todos os presentes e àqueles que seguiram a celebração pelos meios de comunicação, saudando de modo especial sua mãe, que acompanhou a celebração dada a impossibilidade de estar presente, e duas das suas irmãs presentes.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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