O Encontro
Regional das CEBs, que acontece na diocese de Roraima de 6 a 8 de setembro de
2024, com a presença de quase 200 representantes das 9 igrejas locais do
Regional Norte1, continuou seus trabalhos refletindo sobre a ministerialidade,
um elemento presente no tema do encontro: “CEBs, Igreja da Amazônia – Casa do
Encontro, da Acolhida e da Ministerialidade”, que tem como lema: “Acolhei a
todos no Senhor, de maneira digna, como convém aos santos” (Rom 16, 20).
Falar de Ministerialidade
nas Comunidades Eclesiais de Base na Amazônia é falar de uma realidade presente
na Igreja da Amazônia, segundo a Ir. Sônia Matos, assessora do encontro. A
religiosa destacou que “não pode pensar em ministérios por causa da falta de
ministros ordenados, seria desviá-los de seu significado e fundamento”,
insistindo na importância do sacerdócio comum que deriva do batismo.
A assessora
sublinhou que “para uma Igreja com rosto amazônico é necessário uma
ministerialidade amazônida de fato, através de uma vivência eclesial que siga a
capilaridade-sinodalidade dos rios”. Nessa perspectiva se faz necessário
destacar que “as mulheres são sujeitos nas paróquias e nas dioceses, com
múltiplas formas de serviço pastoral e ricas experiências de ministerialidade”,
uma realidade muito presente nas CEBs, especialmente no interior e na periferia
das cidades, onde a ministerialidade aparece como serviço da vida da comunidade.
Isso
demanda um reconhecimento explícito que faça com que as mulheres possam sair do
papel de suplência pastoral e de exclusão nas instâncias de decisão, para
assumir um ministério a partir de sua dignidade ministerial. Para isso é
preciso respostas criativas aos desafios que hoje coloca a missão
evangelizadora e a necessária transformação social, elementos que historicamente
acompanham a vida das CEBs. Uma ministerialidade marcada pela sinodalidade, em
que as comunidades possam se tornar comunidades ministeriais, como jeito de
viver e testemunhar o Reino.
Essa
reflexão motivou um trabalho em grupos sobre a ministerialidade na Amazônia, buscando abrir novos caminhos para as CEBs, espaço de evangelização da
Igreja que peregrina na região amazônica, que precisa do compromisso de todos
os batizados e batizadas para que o Evangelho possa chegar nas comunidades mais
distantes e mais carentes.
A Juventude
presente no encontro, a partir da caminhada dos jovens no Regional Norte1, refletiram
sobre a ministerialidade entre os jovens, mostrando algumas experiências nas
dioceses. Igualmente, eles apresentaram o trabalho que estão realizando em
vista do Jubileu da Esperança do próximo ano.
No encontro
participa Marilza Schuina, assessora do setor Comunidades Eclesiais de Base na
Comissão Episcopal para o Laicato da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB), que partilhou a estrutura das CEBs nos diversos níveis, falando sobre
os encontros de CEBs que estão acontecendo nos regionais da CNBB.
Os
participantes do encontro se fizeram presentes, junto com o povo da diocese de
Roraima, no Grito dos Excluídos Excluídas, realizado em Boa Vista, onde foram colocadas
diversas questões, como é a hidroelétrica projetada no Rio Branco, a questão da
Saúde, a defesa da vida e dos direitos da pessoa idosa, LGBTQIA+, dos povos
indígenas, das juventudes e da necessidade de políticas públicas voltadas para
a sociedade.
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