O Seminário
São José de Manaus encerrou nesta quinta-feira 5 de dezembro as atividades do
ano 2024 com uma missa presidida pelo arcebispo de Manaus e presidente do
Regional Norte1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, cardeal Leonardo
Ulrich Steiner.
Em sua reflexão,
ele destacou a importância de receber o Senhor que vem, sublinhando que “o
Senhor que vem é quem nos faz caminhar, o Senhor que vem está vindo sempre,
como diz Santo Agostinho, Ele está vindo sempre, e é por isso que nos colocamos
a caminho, mas é encaminhando que nos apercebemos que Ele está, e é
encaminhando antecipadamente que já vamos vendo”. Uma realidade que segundo o
arcebispo se concretiza através das leituras, através das preces, através das
comunidades, das celebrações, onde “vamos vendo o nascer de Deus”.
No texto do
Evangelho, o cardeal destacou o ouvir a Palavra, questionando “como ouvir a Palavra
se não abrirmos o livro, como ouvir a Palavra se não nos é proclamada, como
ouvir a Palavra se não existe uma abertura”. O presidente do Regional Norte1
sublinhou que “a Palavra de Deus não são informações, são palavras de vida”, fazendo
um chamado a nos abrirmos à palavra. Ele disse que “tudo o fazemos na nossa
vida é uma tentativa de ouvir”, dado que “tudo é uma escuta que fazemos”. Nesse
sentido, o cardeal falou sobre os dissabores, “não compreendemos, não
entendemos, mas vamos ouvindo, as alegrias, a convivência, o esporte, o lazer,
o estúdio, as celebrações, tudo é um ouvir, porque tudo é um ressoar daquilo
que Deus nos deu como graça”.
Uma tentativa
de ouvir que nos faz perceber que “em tudo vamos devagarinho crescendo, vamos
maturando e vamos abrindo horizontes e vamos crescendo na compreensão, vamos
maturando nas nossas relações e vamos percebendo cada vez melhor esse chamado
que Deus nos faz, vamos nos fazendo”. O arcebispo de Manaus insistiu em que “tempo
do seminário é um tempo muito precioso, é muito precioso porque é um tempo da
escuta, um tempo da escuta onde nós devagarinho vamos percebendo que estamos construindo
uma casa sobre a rocha”.
Ele se
referiu à primeira leitura, que falava da “cidadela que tem muro e antemuro,
quer dizer, ela é sólida, ela é cuidadosa, ela é cuidada. É tão cuidada que
ninguém ousará transpor. Não é a força, mas é onde está sentada a nossa vida, a
nossa existência”. O cardeal disse que “Deus vai nos dando a oportunidade de
ser uma cidade fortificada”, ressaltando que “não forte, mas ela é fortificada
porque bem acertada, porque bem harmoniosa, porque bem compreendida, porque bem
cuidada, porque bem cultivada”.
De cara ao
tempo em que os seminaristas ficam fora do seminário, ele fez um chamado a
entender que em casa, na comunidade de cada um, é a continuidade da vida no
seminário, “não é uma pausa, é para de novo irmos lá e ouvir como vive a
comunidade, como é a experiência de fé, como vive minha família, como posso
conviver com a minha família, como posso compreender e ali ouvindo de novo e
dando continuidade ao cultivo vocacional que cada um de nós está fazendo, até o
fim”.
E ainda
sublinhou que “não é interromper a vida do seminário”, dado que será um tempo
em que nos lugares onde cada seminarista se encontrar, “também ouviremos a Palavra,
ali também veremos como a Palavra de Deus age, ali também apalparemos como a
Palavra de Deus é, é graciosa, é forte, é cuidadosa”. O cardeal convidou a agradecer
a Deus este semestre, “o que cada um de nós pode fazer, o que cada um de nós cultivou,
vamos agradecer a Deus. Especialmente vamos agradecer a Deus por termos
recebido o dom da vocação. Um coração grato cuida melhor, um coração ouve
melhor, um coração grato vê melhor”.
Finalmente, o arcebispo de Manaus agradeceu à equipe formadora, “por se disponibilizarem a nos ajudar na arquidiocese, mas nas dioceses e prelazias”, mostrando sua gratidão pela disponibilidade, pelo tempo, pela presença dos formadores, pedindo que “esse também seja um modo de cultivar o próprio ministério, a própria vocação”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
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