sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Abertura do Ano Formativo no Seminário São José: avançar num caminho que leva a maturar


O Seminário São José de Manaus, onde se formam os futuros presbíteros das igrejas locais do Regional Norte1, iniciou oficialmente nesta sexta-feira o ano formativo 2025. Os 48 seminaristas, a equipe formativa, diretores espirituais, membros do conselho presbiteral e padres que acompanham os seminaristas na pastoral no final de semana, participaram de uma celebração eucarística presidida pelo arcebispo de Manaus, cardeal Leonardo Ulrich Steiner, que também foi concelebrada pelos bispos auxiliares dom Hudson Ribeiro e dos Samuel Ferreira de Lima.

Na homilia, o presidente da celebração iniciou sua reflexão dizendo que “o chamado mesmo já é um deslocar-se, é um sair. Todo chamado é um sair, todo chamado é um dar passos, todo chamado é para acompanhar o caminho e para fazer o caminho, todo chamado é a possibilidade de uma maturação, todo chamado é a possibilidade de uma realização, todo chamado é a possibilidade de sermos pessoas de vida e fé.”

O cardeal Steiner ressaltou que “Deus nos chamou para sermos enviados”, lembrando que “nós todos tivemos que nos deslocar das nossas casas, das nossas comunidades. Nos deslocamos, mas trouxemos por nós a herança, trouxemos conosco a herança familiar, a herança da fé, a herança dos costumes, a herança do modo de ser”. O arcebispo sublinhou que “nunca deveríamos nos envergonhar daquilo que trazemos como herança, que recebemos no deslocamento”, afirmando que “o lugar onde chegamos, é uma espécie de abrigo, é uma espécie de perda, é uma espécie de proteção que está dentro de nós também.”



Segundo o arcebispo de Manaus, “agora essa proteção ela vai se alargando, nós vamos entrando em outras proteções, vamos entrando em outros contatos, criamos outras amizades, vamos descobrindo mundos novos, vamos entrando dentro de outras experiências de Igreja, e isso vai se alargando cada vez mais.” Um caminho de liberdade que ele disse ser “difícil porque vai exigindo.” Nesse sentido, ele falou de levar pouca coisa, que “significa a possibilidade de trilhar caminhos novos, de novos saberes, experiência da Palavra de Deus nova, a Palavra de Deus compartilhada nessa casa”, sublinhando que “o caminho da liberdade é exigente porque vai pedindo sempre para nos deixarmos.”

Isso porque “só deixando é que percebemos as grandezas presentes em tudo”, o que leva a descobrir nas leituras, nos debates, ideias novas, percepções novas, serviços novos. Um caminho que leva a maturar, como caminho para se libertar, algo que “é sempre um começo difícil”, dado a experiência que cada um trouxe, a experiência da pequena comunidade, que leva a avançar no caminho da liberdade, que é “um caminho exigente, mas é um caminho da plenitude, porque é a liberdade da Cruz, a liberdade da Ressurreição.”

O cardeal disse que o Seminário é tempo para “aprender a ouvir, assim como a criança.” Segundo ele, “Jesus vai nos ajudar a curar os nossos ouvidos para principalmente ouvirmos a experiência da fé, a experiência da Palavra”, fazendo um chamado a deixar ressoar em cada um essa Palavra, a se treinar no ouvir. Ele insistiu em que “Jesus deseja curar os nossos ouvidos, libertar os nossos ouvidos para que a nossa palavra seja sadia, que a nossa palavra seja salvífica, seja uma palavra de salvação, sempre uma palavra de esperança.” Ele convidou os seminaristas a pedir a graça da escuta, para “num determinado momento sentir a alegria de ter ouvido a Palavra, a sonoridade da Palavra, o conteúdo da Palavra, que ainda não tínhamos ouvido apesar de ter ressoado tantas vezes nos nossos ouvidos.”



“Essa alegria se realiza porque é uma verdadeira descoberta que atinge todo nosso ser”, disse o cardeal.  Ele demandou que “este ano que estamos iniciando, nos ajude, nos coloque a caminho, nos animemos uns aos outros, rezemos uns pelos outros e que nós saibamos sempre nos apoiarmos uns aos outros.” Àqueles que estão chegando, o arcebispo de Manaus lhes disse que “o começo não é simples, mas não ter medo de começar, não ter medo de tropeçar, mas fazer crescer o desejo do chamado. Ele vai ser tudo para nós, para cada um de nós. Nós que já somos padres, vocês que estão a caminho, o chamado é tudo, quando nós realmente tentamos corresponder.”

Em nome da equipe de formadores, o reitor do Seminário São José, padre Pedro Cavalcante, agradeceu ao cardeal, que “mais uma vez nos incentiva com sua presença e confia o exercício de cuidar, zelar e amar aqueles que o Senhor escolheu para serem anunciadores e praticantes da fé, da esperança e da caridade pastoral”. Ele enfatizou que no Ano Jubilar, “o Seminário São José, reiterando sua missão de formar padres para o coração da Amazônia faz ressoar entre os jovens seminaristas o vibrante e forte chamado para o transbordamento do Espírito, alargando a tenda nos diversos contextos e realidades onde se encontram as nossas igrejas locais.”

O reitor ressaltou que “o processo formativo, com as etapas do discipulado, da configuração e da síntese vocacional, revela o caminho a ser percorrido para o amadurecimento integral daqueles que Ele chamou para permanecerem com Ele e serem dons para as comunidades: um presbítero segundo o seu coração.” Ele manifestou o desejo de como discípulos “aprender a cultivar, neste tempo de graça que nos é dado nesta casa de formação, um coração que sabe amar à maneira do Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas”, e acolher, a exemplo de Maria, “a novidade do Espírito em nós” para caminhar “no chão de nossa Querida Amazônia.”



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1

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