No dia 12 de fevereiro de 1931, sob o pontificado do
Papa Pio XI Rádio Vaticano teve sua primeira transmissão. “Comunicar é
estabelecer relações. As relações são comunicação. Por ser-no-mundo, o Homem é
presença comunicativa”, afirma Dom Leonardo Steiner. Esse ser relação, “faz com
que homens e mulheres busquem modos e meios de se relacionarem, se comunicarem”,
segundo o arcebispo de Manaus.
Ele entende a relação de Deus com as criaturas como
comunicação, uma ideia presente em Boaventura, que “desperta o leitor para a
percepção das criaturas como comunicação de Deus, e por serem comunicação, as
criaturas conduzem o olhar contemplativo para Deus. Um itinerário de
comunicação e participação!”. O arcebispo de Manaus vê a Rádio como “relações
entre pessoas que nos sons, música e palavra, despertam sentidos, horizontes,
desejo de Deus”, provocando um encontro, gerando comunicação e participação.
Dom Leonardo Steiner vê os 90 anos da Radio Vaticano como “espaços de participação na comunicação de Deus”. Estamos diante de uma rádio que “comunica e deixa participar. Comunica o Reino de Deus e sua justiça, o ser Igreja, e desperta para a participação sempre mais intensa da vida do Reino”, em palavras do arcebispo. Ele destaca que “a Rádio comunica as palavras e os gestos do Santo Padre, possibilitando uma vida sempre mais fecunda aos cristãos e, por isso, da Igreja. Oferece, assim uma comunhão maior, uma presença mais fecunda e madura da Igreja entre os povos”.
Estamos diante de “noventa anos de anúncio, noventa anos de serviço, noventa anos proporcionado comunhão, noventa anos de presença da Igreja, noventa anos de evangelização”, insiste Dom Leonardo. Tem sido noventa anos de “mulheres e homens à escuta, homens e mulheres à escuta. Quantas pessoas sentiram-se confortadas, consoladas, e quantas pessoas no servir na Rádio a indicar a esperança e a força da fé”, afirma o arcebispo de Manaus, que mostra sua “gratidão a todas as pessoas que serviram e servem ao Reino de Deus na Rádio Vaticano.
Esse mesmo sentimento de gratidão está presente em Dom Edson Damian, “pelos 90 anos da Rádio Vaticano, anunciando Jesus e Boa Nova do Evangelho e revelando ao mundo a beleza do rosto multiforme da Igreja com a encantadora diversidade de povos, raças, línguas e culturas”. Segundo o presidente do Regional Norte 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, “foram profícuos 90 anos divulgando os sofrimentos, as lutas e as esperanças dos pobres e oprimidos do mundo inteiro”.
Ele destaca e agradece “a divulgação extraordinária de tudo o que aconteceu durante a preparação e a realização do abençoado Sínodo para a Amazônia”, momento em que “a Rádio Vaticano fez ecoar o grito dos povos indígenas e das periferias que lutam pelo reconhecimento de seus direitos e pela preservação da rica biodiversidade do bioma que está sendo destruída pelos incêndios e pela voracidade insaciável do agronegócio e das mineradoras”.
Por isso, o bispo de São Gabriel da Cachoeira deseja “muitos anos de vida para a Rádio Vaticano prosseguir derrubando os muros que dividem para construir pontes que irmanam a todos os povos pela força revolucionária do Evangelho, da justiça e da paz e pela voz profética do querido Papa Francisco, dos pastores e servidores do povo santo e fiel de Deus”.
Na Amazônia, Rádio Vaticano tem sido ondas que se
espalham até os lugares mais distantes da floresta, mensagens de esperança e de
cuidado com a vida, anuncio da Boa Nova que ajuda a fazer realidade o Reino de
Deus. Numa região onde a rádio sempre teve um papel fundamental na vida do povo,
a Igreja da Amazônia sempre se empenhou em criar rádios que ajudassem levar a
informação e o Evangelho até as cabeceiras dos rios e igarapés, até os lugares
mais distantes, onde o povo recebe com alegria as notícias chegadas de longe,
também as notícias chegadas da Rádio Vaticano, as notícias do Papa.
Parabéns para Rádio Vaticano pelos 90 anos de empenho
comunicador, parabéns por sua perseverança em levar a mensagem do Evangelho, a
voz do Papa, até os locais mais distantes, por ajudar o povo a se informar. Que
esta data seja um impulso para continuar essa bela missão, de levar a voz da
Igreja até os confins do mundo.
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