A Prelazia de Itacoatiara organizava nesta quarta-feira, 24
de fevereiro, um encontro formativo sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica
2021 (pode assistir aqui a live), que tem como tema “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor”. A assessoria
foi realizada por Marilza Schuina, padre Zenildo Lima e Dom José Albuquerque.
Ao apresentar o ver, Marilza Schuina afirmava que “a
diferença, ela não pode nos impedir de conversar”, um elemento importante na
hora de abordar o diálogo, que deve ser desenvolvido com as pessoas e as
instituições. Ela analisava aquilo que a gente vê pelo caminho, aquilo que a
gente conversa, tendo em conta que a Campanha da Fraternidade Ecumênica 2021,
marcada pela pandemia, tem como elo condutor o caminho dos discípulos de Emaús.
A partir dai se faz necessário procurar saídas, encaminhamentos, que sejam
coerentes com a Boa Nova do Evangelho.
O Brasil vive uma crise do Estado-nação, uma crise da
democracia, um acirramento do ódio e um aumento das violências, que se faz
presente de diferentes formas e tem aumentado na pandemia. O estado brasileiro
está cada vez dominado pelo mercado, produzindo separação entre as pessoas, o
que leva a questionar como falar de fraternidade. Isso demanda respostas que
ajudem a evitar que as pessoas sejam descartadas para a manutenção de um poder
segregador. Nessa conjuntura, Marilza Schuina se questionava onde estão as
igrejas nesse contexto e o que cada um pode fazer, buscando construir pontes e
não muros, estabelecer redes, ajudar a repensar o humano.
Desde a carta ao Efésios, o padre Zenildo refletia sobre o conceito
de universalidade, entendido como uma unidade que consegue concentrar em se a
diversidade. Desde aí se parte para uma nova humanidade, vista no Texto Base
como ação do Espírito de Deus, que “nos ajuda a tirar a poeira ou a rigidez das
nossas estruturas institucionais”. Ele refletia sobre alguns elementos que
considera importantes, como é a consciência que todos somos filhos, os
elementos da identidade cristã, dentre os quais destaca o diálogo, insistindo
em que as atitudes de intolerância, elas não estão enraizadas naquilo que é
fundamental de uma experiência religiosa.
Finalmente, Dom José Albuquerque começava dizendo que “a
Campanha da Fraternidade para a Igreja é uma benção, é uma realidade que já
está consolidada”, insistindo em que “a Campanha da Fraternidade é uma ação do
Espírito, um presente de Deus para a Igreja do Brasil”. Não podemos esquecer
que já são quase 60 anos de caminhada. Na terceira parada do caminho, no agir,
ele enfatizava a importância da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021, que
já é a quinta. Segundo o bispo auxiliar de Manaus, nas famílias brasileiras se
fazem presentes diferentes experiências cristãs. No campo do ecumenismo somos
chamados a evitar uma discussão que é fundada em preconceitos, em distorções,
segundo Dom José, que destacava a importância do diálogo, tema da campanha de
2021.
O desafio é ter um relacionamento mais fraterno entre as
diferentes Igrejas, afirmava o bispo auxiliar de Manaus, dando um testemunho de
amor, “porque não existe maior escândalo do que a divisão entre nós, entre os
cristãos”. Segundo Dom José, a terceira parada do Texto Base, “ela nos aponta
para as boas práticas que existem”, algo que não está muito implantado na Região
Norte do Brasil. Nesse sentido, ele pedia que “o amor aos mais pobres, de fato
nos uma mais”, que se procurem encontros que visem o bem da sociedade.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte1
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