segunda-feira, 15 de março de 2021

Diocese de Roraima encerra o Inquérito da Canonização de José Allamano

 

Diocese de Roraima tem encerrado no dia 15 de março o Inquérito de canonização do Bem-aventurado José Allamano, fundador dos missionários e das missionárias da Consolata. Após nove dias de trabalhos, desde o dia 7 de março, tem acontecido a última sessão do Tribunal Diocesano para a Causa dos Santos, que tem estudado a veracidade da cura milagrosa do indígena Sorino, do povo Yanomami, atribuída à intercessão do agora beato.

Segundo o padre Lúcio Nicoletto, Vigário Geral da Diocese de Roraima e Delegado do Bispo para o Inquérito, é momento de “agradecer a equipe que ao longo de uma semana trabalharam para a recuperação dos documentos”. O religioso da Consolata, destacava a importância da recuperação do indígena yanomami Sorino, inexplicável aos olhos da ciência, algo que espera “possa produzir frutos de amor e de um testemunho de vida plena no amor”.

Também o bispo diocesano, Dom Mário Antônio da Silva, agradecia aos missionários e missionárias da Consolata, de quem destacava sua missionariedade, às testemunhas e a todos que tem participado no processo. O segundo vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, lembrava um pensamento do beato José Allamano, “a vida humana torna-se tanto mais intensa e significativa quanto mais for vivida com amor”, enfatizando que ao longo do processo realizado nos últimos dias “nos acompanhou o amor de Deus”. Dom Mário Antônio dizia que “este tribunal é algo que se conclui, mas que não finaliza, mas que se amplia, abrindo nossos olhos e o nosso coração para a missão”.




Após os juramentos daqueles que tem participado do inquérito e dos diferentes procedimentos estipulados pelo Direito Canónico, as caixas com os documentos relativos ao processo de canonização têm sido fechadas e lacradas e entregues a irmã Renata Conti para serem enviadas para a Congregação da Causa dos Santos da Santa Sé.

O bispo diocesano tem lido uma mensagem enviada à Diocese de Roraima pelo padre Stefano Camerlengo e a irmã Simona Bambrilla, superiores gerais dos missionários e missionárias da Consolata, que começavam agradecendo “pelo empenho na realização do processo diocesano em vista da canonização do nosso querido pai fundador, o Bem-aventurado José Allamano”. A carta afirmava que “a fama de santidade atribuída ao fundador, sempre foi motivo de alegria e esperança, o Allamano fez da santidade o seu refrão”, destacando seu exemplo de vida, algo que querem fazer presente “para que muitas pessoas possam encontrar consolação e esperança”.

Os superiores destacaram que “o milagre que celebramos é um milagre missionário, que está muito em sintonia com o espírito do Allamano, para quem santidade e missão caminham juntos, são faces da mesma moeda”. O texto enfatizava que “na missão, a santidade encontra uma casa, na missão, a santidade encontra o seu significado e propósito mais profundo”, destacando a importância que o reconhecimento do milagre pode ter na missão ad gentes, que a gente não pode esquecer é algo muito presente nos missionários e missionárias da Consolata. Finalmente pediam a intercessão do fundador por aqueles que sofrem a Covid-19 e consolação para quem perdeu entes queridos e familiares nesta pandemia.




Com a relíquia chegada de Roma na mão, que foi entregue pela irmã Renata Conti para a Diocese de Roraima, Dom Mário Antônio agradecia pelos mais de 70 anos de presença dos missionários e missionárias da Consolata na diocese. Segundo o bispo, “Jóse Allamano sempre caminhou nestas terras e continuará caminhando no testemunho das missionárias e os missionários da Consolata”, insistindo em que “mais do que nunca, este tribunal reforça essa presença do carisma de abertura para a missão”.

No encontro com a imprensa local, após o padre Raimundo Vanthuy Neto fazer uma breve memória da história da evangelização no Estado de Roraima, o bispo destacava que “o fruto deste inquérito diocesano não são apenas folhas e páginas escritas, tem muita vida, tem muita esperança, tem muita , tem doação, é opção pelo Reino de Deus”. Dom Mário Antônio da Silva insistia em que nas caixas que serão enviadas para o Vaticano, “tem o coração da missão, e o que está aqui, também está no coração de Deus”.

O segundo vice-presidente da CNBB, fazia uma leitura desde a Amazônia do que está acontecendo com o processo de canonização do beato José Allamano, “que é a predileção de Deus pelos povos indígenas”, algo que cobra maior valor dentro de “um contexto de muitos desafios e dificuldades para os povos indígenas, mas também para brasileiros e brasileiras mais pobres e necessitados”. Para o bispo, “o milagre é uma ação de Deus pela dignidade e vida em abundância de seus filhos e filhas”.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

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