O tema central
será a Palavra de Deus, seguindo a proposta das Diretrizes Gerais da
Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023). Além disso, os bispos
vão aprofundar também outros 30 assuntos previstos estatutariamente sobre a
vida da Igreja e a evangelização no Brasil. Seguindo os estatutos da CNBB, será
realizada uma Assembleia sem votações que impliquem alterações ou consequências
de natureza legislativa para a Conferência. Só irão acontecer as votações de
natureza pastoral.
Após um momento de
oração e as solenidades de abertura a cargo do presidente da CNBB, Dom Walmor
Oliveira de Azevedo, onde acolheu os presentes, especialmente os bispos nomeados
nos dois últimos anos e lembrou as vítimas da pandemia, pedindo um momento de
silêncio em homenagem, o novo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giambattista
Diquattro, dirigia-se pela primeira vez ao episcopado brasileiro reunido em
Assembleia, destacando a importância da tecnologia “a serviço da proclamação corajosa da Palavra de Deus”.
A primeira sessão
tem sido momento para apresentar o relatório bienal 2019-2020. Além disso, também foram
apresentados o relatório econômico e o tema central. Os destaques do período da
tarde ficam por conta das análises de conjuntura eclesial e social e a
programação de atividades dos anos Amoris Laetitia e Josefino, em 2021.
Todos os dias acontecerá uma coletiva de imprensa, onde serão tratados os temas mais relevantes de cada jornada. Falar da Palavra não é novo, segundo Dom José Antônio Peruzzo. Ele enfatizava que “na tradição bíblica, palavra também é pessoa”. Estamos diante de um tema que nunca será suficientemente esgotado, insistindo em que a palavra cria proximidade entre quem escreveu e quem lê, o que mostra a importância da Palavra de Deus, de partilhar aquilo que é fonte de vida.
Dom Paulo Jackson destacava o “belíssimo movimento de leitura popular da Bíblia, no Brasil e América Latina” surgido da Dei Verbum, destacando a importância do Centro de Estudos Bíblicos – CEBI. Trata-se de fazer com que “a vida inteira da pessoa e das comunidades eclesiais missionarias, e também da própria pastoral e da missionariedade, tudo isso animado pela força da Palavra de Deus". O bispo de Garanhuns falava sobre os desafios para semear a Palavra de Deus, destacando a necessidade de descobrir a Bíblia como fonte de mudanças estruturais.
O objetivo é que “o
povo tenha mais desejo da Palavra de Deus”, segundo Dom Armando Bucciol, que
falava sobre os diferentes terrenos em que a Palavra de Deus deve ser semeada:
na liturgia, destacando a importância da homilia, na ação missionária, na Iniciação
Cristã- Catequese, na Piedade Popular, na família, nas juventudes, no diálogo
ecumênico e inter-religioso, nos meios de comunicação, nos processos formativos,
na presença nas periferias, dentre outros.
Nas perguntas dos
jornalistas surgiram algumas reflexões dos bispos. Um deles, cada vez mais presente
na sociedade, é a polarização, que leva a refletir sobre os fundamentalismos, fruto
das debilidades, visto por alguns como refúgio seguro e que pode ser
considerado irmão do fanatismo, segundo o Arcebispo de Curitiba. Ele insistia
em que os fanáticos não dialogam, destacando o papel da religião como poderoso
meio de fundamentalismo. Por isso, insistia na necessidade de despojar-se de convicções,
na diferença entre experiência religiosa e experiência de fé. Segundo Dom Peruzzo,
as agressões entre católicos têm como causa que eles ouvem pouco a Palavra e
não se deixam inspirar nela.
Dom Paulo Jackson
vê a polarização como fruto da resistência aos valores da modernidade. Ele
denunciava o esfriamento do trabalho bíblico no Brasil, tendo se deixado de
realizar o Mês da Bíblia em muitos lugares. Diante disso, afirmava que a
Palavra pode ajudar a formar comunidades eclesiais missionárias vivas,
animadas, entusiasmadas. A partir da experiência pessoal, acrescentada durante
a pandemia, insistia na necessidade dos bispos e a Igreja fazer mais presente a
Palavra na internet.
Que seja frutuosa!
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