Um cenário de retrocesso, essa é a situação que vivem os
povos indígenas no Brasil, segundo o presidente do Conselho Indigenista
Missionário – CIMI, que se manifesta no “agravamento das violações de direitos
humanos dos Povos Indígenas, principalmente no que se refere a regularização
dos seus territórios”.
Neste 19 de abril em que é comemorado o Dia dos Povos Indígenas,
que tem realizado um ato de protesto em Brasília, as palavras de Dom Roque
Paloschi na 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil –
CNBB, realizada de 12 a 16 de abril, cobram ainda maior relevância. Diante da
pandemia, o CIMI teve que se retirar das aldeias, “para preservar as vidas dos
nossos irmãos indígenas”, segundo o bispo. Já são mais de mil indígenas vitimados
pela Covid-19 e mais de 50 mil infectados. Muitas dessas vítimas tem sido os
mais velhos, “verdadeiras bibliotecas vivas”.
Além da pandemia, “os indígenas enfrentam a omissão e a
falta de diálogo do atual governo”, segundo Dom Roque Paloschi, denunciando os constantes
ataques aos povos indígenas. “Nas falas e nas ações do presidente da República
com relação aos indígenas destacam-se a ignorância, o preconceito, a
discriminação, a violência”, insiste o presidente do CIMI, citando diferentes manifestações
e decisões do presidente Bolsonaro provando isso.
Diante das invasões das terras indígenas, o arcebispo de
Porto Velho denuncia que “essa concepção perversa de governar tem causado uma
destruição inestimável, impactando a vida dos povos indígenas e a proteção do
meio ambiente”. Exemplos disso acontece em diferentes pontos do Brasil,
principalmente na Amazônia, onde o garimpo ilegal e o agronegócio, com o apoio do
governo brasileiro, estão provocando graves consequências. São diferentes projetos
de lei que o governo tem aprovado nos últimos messes nesse sentido. Ao mesmo
tempo, o judiciário, através do Ministério Público Federal, o Supremo Tribunal
de Justiça e o Supremo Tribunal Federal “muitas ações têm sido deferidas em
favor dos povos indígenas”.
Desde o CIMI, “agradecemos imensamente o apoio da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, que tem sido muito importante
na defesa dos direitos dos povos indígenas no Brasil”, disse seu presidente na
58ª Assembleia Geral da CNBB. Neste dia em que é comemorado o Dia dos Povos
Indígenas, o CIMI assume ainda com mais força os desafios “na continuidade do
apoio aos irmãos indígenas, mas o compromisso da missão e a solidariedade têm
prevalecido”. São muitas as ações desenvolvidas pelo Conselho Indigenista
Missionário que “têm ajudado a salvar vidas em todas as aldeias no Brasil”.
Confira as palavras de Dom Roque na 58ª Assembleia da CNBB.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1
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