Nesta segunda-feira, 12 de abril, iniciou a 58ª Assembleia
Geral da Conferência Nacional – CNBB, que em consequência da pandemia está
acontecendo 100% virtual. No final do dia trazemos as impressões de dois dos
nossos bispos do Regional Norte 1 da CNBB, seu vice-presidente, Dom Edmilson
Tadeu Canavarros dos Santos, bispo auxiliar de Manaus, e Dom José Ionilton Lisboa
de Oliveira, bispo da Prelazia de Itacoatiara.
Dom Tadeu destacava a novidade que representa o modo virtual
da Assembleia, “por causa da pandemia que vivemos não é possível ainda fazer
uma Assembleia presencial”. O bispo auxiliar de Manaus afirma que “a participação
está sendo bastante intensa”. A abertura da Assembleia “foi feita invocando ao
Espírito Santo, logo em seguida o relatório da presidência e um relatório sobre
a questão econômica”, que fez referência aos anos 2019 e 2020. O bispo destaca
dois elementos importantes nesse relatório, a reestruturação do setor contável
na CNBB e o Centro Cultural Missionário – CCM, como filial da CNBB.
Ao falar sobre o Tema Central deste ano, que é a Palavra,
Dom Tadeu afirma que “esse tema está de acordo com as Diretrizes Gerais da Ação
Evangelizadora da Igreja no Brasil de 2019 a 2023”. Ele lembra que “na 57ª Assembleia
Geral, nós assumimos que a Caridade, Pão, Palavra e Ação Missionária são os
quatro pilares que devem sustentar a vida das comunidades eclesiais
missionárias e a ideia da Igreja nas casas”.
O Tema Central, Pilar da Palavra de Deus, ele traz para nós,
segundo o bispo auxiliar de Manaus, “o que significa para nós essa animação
bíblica da pastoral”. O documento está dividido em sete capítulos, que segundo
Dom Tadeu podem ser vistos como “sete caminhos que nos ajudam na vivência da
Palavra e que esta Palavra permeia toda a dimensão da animação da vida das
comunidades em que nós nos encontramos”. Do texto, o bispo destaca que “em nossos
dias torna-se indispensável estabelecer e fortalecer nas pessoas e nas
comunidades o vínculo entre a Palavra de Deus e a vida, tornando nossa ação
pastoral cada vez mais alicerçada do contato fecundo com a Escritura Sagrada”.
“Nós podemos afirmar que é no encontro com o Senhor
Ressuscitado, que na força do Espírito conduz a Igreja, nossa comunidade de
discípulos e discípulas, e torna essa comunidade sempre mais missionária na
vivência, no anúncio da Palavra de Deus”, enfatiza Dom Tadeu. Ele destaca que “isso
está em sintonia com aquilo que já refletíamos na Conferência de Aparecida
sobre a reflexão bíblica da pastoral”. É por isso, que “somos convidados, sem
dúvida, a partir dessa Assembleia a reassumir, como discípulos, como
discípulas, servidores da Palavra de Deus na missão da Igreja e na construção
do Reino de Deus”.
Falando sobre a Análise de Conjuntura Sócio-política e Eclesial,
Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira, afirmava que “na verdade, a Análise de
Conjuntura Eclesial se tornou um estudo sobre a sinodalidade”. Segundo o bispo
da Prelazia de Itacoatiara, “faltou entrar em aspectos importantes da vida e da
ação da Igreja no Brasil”. Falando sobre a Análise da Conjuntura
Sócio-política, ele afirma que “foi muito mais desenvolvida, destacando que o
povo de Deus sofre com a doença e com a fome”, lembrando as palavras do Papa
neste domingo, “que não é um tempo para a indiferença”.
A Analise relatou, lembrava Dom José Ionilton, que “estamos
vivendo graves problemas desde que a pandemia explodiu, mas que esses graves problemas
já existiam antes mesmo da pandemia”. O bispo destacou que a análise “ressaltou
o colapso sanitário e hospitalar, o maior da história do Brasil, o crescimento
do desemprego, a volta do Brasil ao mapa da fome, e a política, se assim podemos
chamar, do governo Bolsonaro e dos bolsonaristas, dos seguidores de Bolsonaro”.
Outro elemento destacado na análise, foi “a militarização do governo, hoje tem
mais militares no governo do que o próprio governo militar, a hostilidade à ciência,
e por causa disso, o negacionismo”.
No final da Análise de Conjuntura, relatava o bispo de
Itacoatiara, aparece que “o presidente minimizou a doença, desrespeitou as
vítimas, descumpriu o isolamento social, combateu quem quis fazer isso, criou
desavenças com governadores, prefeitos e instituições da sociedade civil, que
apontaram o caminho do isolamento social como necessário para o combate da
pandemia”. Dom José Ionilton também colocava em destaque, em referência ao Análise
de Conjuntura, que “ele [o presidente] realizou uma má gestão da área da saúde,
trocou quatro vezes o ministro da saúde nesse tempo da pandemia, dificultou a gestão
da saúde pública, divulgou dados errados, omitiu informações, e não atuou para criar
uma unidade nacional de combate à pandemia”. Segundo o bispo, “foi uma análise
de conjuntura muito bem feita e que muito vai ajudar a toda nossa caminhada
como Igreja do Brasil”.
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