“Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso
coração semelhante ao Vosso”. Essa é uma das jaculatórias que o povo reza ao
Sagrado Coração de Jesus, festa que é comemorada nesta sexta-feira. A pergunta
que deveria surgir em nosso interior, no coração de cada um e cada uma dos
batizados e batizadas, é aquela que nos leva e a encontrar no coração de Jesus
os caminhos que ajudam a superar a violência.
Diante da violência cada vez mais presente no meio de
nós, de uma sociedade que perdeu o controle social, onde alguns querem impor a
própria lei, somos chamados a refletir. No final das contas a nossa oração,
quando não e traduzida em atitudes concretas, pode se tornar alienada.
Reconhecer nossas virtudes e defeitos, ter os pés no
chão, sermos humildes, é caminho para assumir a mansidão como estilo de vida.
Ser manso é uma atitude que ajuda aqueles que temos em volta a entender a vida
desde uma perspectiva diferente. Os sentimentos coletivos é algo a ser
construído entre todos. Como cristãos não podemos deixar que a violência se
imponha como algo assumido como normal e que não pode ser evitado. Para um
cristão, dizer não a todas as manifestações de violência é uma consequência
prática de sua fé.
A Solenidade do Coração de Jesus está unida na
liturgia católica à festa do Imaculado Coração de Maria. São dois corações que
batem ao uníssono, o que deve ser um chamado a bater em harmonia com eles, a
espalhar sentimentos que deixem para trás um clima de enfrentamento, de ódio,
muitas vezes impulsado por aqueles que deveriam promover a paz e a fraternidade
entre as pessoas e os povos.
Enquanto o Coração de Jesus e de Maria provocam
sentimentos de alegria, de ternura, aqueles que promovem a violência, geram
sentimentos de medo. Quando a gente tem medo procura ficar distante e vê os
outros como inimigos dos quais temos que nos defender, a qualquer preço,
inclusive utilizando e justificando métodos violentos, que acabam gerando uma
violência ainda maior.
Como é o nosso discurso? Como a gente se relaciona com
outros, também com aqueles que encontra por acaso? Qual é a nossa reação diante
daqueles que são violentos, que promovem a violência? Quais são os passos que a
gente dá para superar essas situações de violência com as que a gente se
depara?
As perguntas sempre nos levam a procurar respostas, a
encontrar caminhos que ajudam, a nós e aos outros, a superar situações que nos
desagradam. De cada um e cada uma de nós depende fazer realidade um mundo
melhor para todos e todas, onde os sentimentos do Coração de Jesus e Maria não
seja algo que fica só na oração, só no plano do pensamento, e possa se transformar
em novos jeitos de nos relacionarmos com os outros.
Nunca esqueçamos que o nosso Deus, é um Deus
encarnado, um Deus que não fica distante e sim que acompanha o cotidiano do seu
povo. Os sentimentos sempre serão melhores quando a gente conseguir transforma-los
em atitudes, em formas de entender a vida que superam toda situação de
violência.
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