Quase um milhão de pessoas vivem sem energia elétrica na
Amazônia segundo o levantamento do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA),
divulgado em 2019. Os dados mostram que 19% da população de terras indígenas
não tem eletricidade. Para as pessoas que moram em Unidades de Conservação,
esse número chega a 22% e, para os assentados rurais, é de 10%.
É nesse cenário que o projeto “Luz elétrica de qualidade”, da Prelazia de Borba desempenha um papel fundamental nas comunidades do distrito de Canumã, no munícipio de Borba. Incentivar e apoiar os ribeirinhos, indígenas e os moradores do distrito a lutar pelos seus direitos para ter acesso à energia elétrica de qualidade é o objetivo do projeto, que tem ganhado força na comunidade.
A partir do projeto, os moradores criaram a Comissão Movimento Popular Luta por Melhorias, que também articula outras comunidades indígenas e ribeirinhas na região. O grupo é responsável pela organização e articulação de reuniões nas comunidades indígenas e ribeirinhas, que podem ser quinzenais ou mensais.
Com a comissão, as vozes das comunidades e dos moradores
chegam até a Assembleia Legislativa, Amazonas Energia, e políticos por
meio de ofícios, reclamações e abaixo-assinado.
Irmã Silvana Pauletti, responsável pelo projeto, conta que a
criação da Comissão e o auxílio da REPAM-Brasil ajudaram a chegar as
comunidades mais distantes e despertar o interesse pelo tema. Segundo a religiosa, “as coisas que a
Comissão faz são simples, mas faz a diferença no meio do povo”.
“A Comissão criada nesta luta por melhorias da energia
elétrica e o auxílio do projeto da REPAM, ajudaram a chegar nas comunidades
mais distantes e despertar o que estava adormecido ou desanimados na luta por
melhorias locais. Foram momentos significativos de escuta, registros, de
reivindicações e propostas dada a Comissão para juntos somar forças”, ressaltou
a religiosa.
A religiosa explica que a partir da luta por melhorias no
fornecimento de energia elétrica na região, a Comissão conquistou a confiança
da população e que muitas reivindicações estão sendo solicitadas junto à
Comissão. A mobilização da comunidade em torno da pauta diminuiu a falta de
energia elétrica na região e tornou possível a realização das aulas no período
noturno.
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