sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Assembleia São Gabriel da Cachoeira: Partilha da caminhada e desejo de assumir a sinodalidade


A Diocese de São Gabriel da Cachoeira realizou de 9 a 11 de novembro a Assembleia Diocesana de Pastoral, com a presença dos padres, uma irmã de cada comunidade religiosa e o coordenador ou coordenadora do Conselho Paroquial. Mais ou menos 50 participantes representando as 11 paróquias da Diocese.

O bispo diocesano destaca o clima de grande alegria e disposição para participar depois deste longo período de isolamento social. A  Assembleia começou avaliando o Plano Diocesano de Pastoral, elaborado a final de 2019, depois do Sínodo para a Amazônia. Segundo Dom Edson Damian, duas atividades mereceram destaque, o inicio da Escola de Formação Teológica para Leigos e Leigas, com 90 participantes, nas duas últimas semanas de julho. Na última quinzena do próximo mês de janeiro será o segundo módulo do curso.

Também foi partilhada a maneira como cada paróquia está realizando as itinerância, passando da visita rápida para celebrar os sacramentos para uma presença mais prolongada junto às comunidades, uma ideia presente nas reflexões do Sínodo para a Amazônia. Segundo o bispo, cada paróquia organizou uma pequena equipe itinerante para acompanhar o padre e realizar reuniões e encontros de formação com as comunidades.

Os participantes da Assembleia receberam as Orientações para a Ação Evangelizadora para o Regional Norte 1 da CNBB, elaboradas na última assembleia do Regional. Dom Edson destaca a alegria provocada pelas opções que a Igreja da Amazônia vem assumindo, desde o Documento de Santarém até a Querida Amazônia, elementos presentes nas Diretrizes do Regional. A mesma coisa com o Sínodo sobre a Sinodalidade: Comunhão, Participação e Missão, que “representa a mais abrangente consulta de nossa Igreja ao povo santo e fiel de Deus”.



Dom Edson destacou a importância de escutar as pessoas que estão às margens, aquelas pessoas que se afastaram das nossas comunidades, e com as diferentes instâncias da sociedade. As comunidades receberam o material para realizar o processo de escuta, algo que foi experimentado durante o Sínodo para a Amazônia, e que faz com que os leigos e leigas se sintam felizes, porque serão ouvidos e poderão dar a sua opinião. Segundo o bispo de São Gabriel da Cachoeira, “o Sínodo é o acontecimento mais importante depois do Concílio Vaticano II. Pela primeira vez, em dois mil anos de história da Igreja, um Sínodo é chamado a envolver todo o Povo de Deus”.

Na Assembleia foi refletido sobre os perigos que o Papa Francisco colocou na abertura do Sínodo: o formalismo, que seja um Sínodo de fachada; o intelectualismo, com reflexões fora da realidade; o Sínodo como um grupo de estudo, com reflexões cultas, mas alheias aos problemas da Igreja e os sofrimentos da humanidade; o imobilismo, que nos leva a dizer que sempre se fez assim, buscando soluções velhas para problemas novos. A Missa de encerramento foi a abertura do Sínodo na Diocese de São Gabriel da Cachoeira.

O bispo destaca como algo importante a visita na Assembleia de uma das defensoras públicas da Região do Rio Negro, informando sobre as demandas judiciais que são atendidas na defensoria, informando também sobre omissões em outras instituições públicas. Dom Edson destaca a importância do Sínodo como momento de reforma da Igreja, desde a conversão das pessoas, mas também desde a reforma das estruturas para atender as necessidades do povo. Ser uma Igreja em saída, hospital de campanha, que vai ao encontro dos últimos, dos excluídos, daqueles que estão morrendo de fome, dos descartados, dos esquecidos.



Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1

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