Uma mensagem inspiradora, de alguém a quem Mauricio López se
referiu como “um embaixador do transbordamento do Espírito”. Dom Cláudio Hummes
se dirigiu aos participantes da Assembleia Eclesial reconhecendo que “os tempos
atuais são difíceis, desafiadores, mas também abertos a inovações e novos
sonhos”. Um exemplo desses novos sonhos é esta Assembleia Eclesial, insistiu o presidente
da CEAMA.
Dom Cláudio lembrou a homilia da missa que o Papa Francisco
celebrou logo após sua eleição com os cardeais do Conclave, que teve como fundamento
as palavras caminho e caminhar. O Papa insistiu em derrubar muros e construir pontes
para sair, para ir ao encontro das periferias e com elas construir “caminhos
eclesiais, caminhos sinodais”. Caminhos que fizeram parte da Igreja primitiva, retomados
no Concílio Vaticano II e sustentados no sensus fidei e sensus fidelium.
O presidente da CEAMA também lembrou as palavras do Papa
Francisco na Jornada Mundial da Juventude, em 2013, onde falou que “a Igreja
está na Amazônia não como aqueles que tem as malas na mão para partir depois de
ter explorado tudo que puderam”. O Papa chamou a consolidar “o rosto amazônico
da Igreja”, pedindo para isso ousadia e coragem. Tudo isso foi se concretizando
com a criação da REPAM, um processo que foi explicitado pelo cardeal Hummes, e
que o purpurado vê como semente desta Assembleia Eclesial, “em que não
participam e decidem apenas os bispos, mas todo o povo de Deus, segundo o
Concílio Vaticano II”.
Seu presidente, também lembrou da criação da CEAMA, aprovada
canonicamente pelo Papa Francisco em 9 de outubro, que Dom Cláudio define como “aquele
ponto firme irreversível”, para toda a Igreja. “O Papa pode agora constituir
Conferências eclesiais em qualquer outra parte da Igreja no mundo”, insistiu. Isso
é visto como “um avanço extraordinário!”, mostrando o desejo da CEAMA de “participar
plenamente desta nova fase da Igreja na América Latina e Caribe em termos de
uma Igreja Sinodal, que se alimenta das grandes propostas de Aparecida e do
Vaticano II”.
Luis Miguel Modino, assessor de comunicação CNBB Norte 1
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