Remar juntos, ter consciência que estamos no mesmo
barco, sermos solidários diante da necessidade dos outros... São atitudes que
sempre devem estar presentes na vida de todo batizado, mas especialmente diante
de momentos de grave dificuldade.
A pandemia tem sido um tempo que marcou a vida de
muita gente, o sofrimento tem se instalado na vida de muitas pessoas, que
sofrem diante de uma realidade que atingiu a todos, mas especialmente os mais
pobres. A Igreja católica tem mostrado nesse tempo o rosto da misericórdia de
Deus, sua solidariedade diante de tantas situações de dor. Na Arquidiocese de
Manaus, Caritas tem sido a caricia de Deus na vida dos vulneráveis.
A solidariedade se faz realidade na prática, em
pequenas ações que ajudam as pessoas a caminhar com as próprias pernas. Por
isso deve ser valorizada a Feira da Solidariedade, que de 6 a 8 de dezembro
realizou sua X edição. Tudo isso acontece em volta da festa de Nossa Senhora da
Conceição, padroeira do Estado do Amazonas e da Arquidiocese de Manaus.
Maria, sempre atenta e serviçal diante das
necessidades dos outros, se apresenta como modelo para quem quer ser fiel
àquilo que Deus espera de nós, mostrar seu amor pela humanidade, especialmente
pelos pequenos, pelos mais vulneráveis, por aqueles que a história coloca do
lado de fora do caminho. Maria é referência de cuidado, uma atitude cada vez
mais necessária na vida da humanidade diante de tanto sofrimento com que nos
deparamos a cada dia.
Em Nossa Senhora podemos destacar sua capacidade de
assumir a vontade de Deus, mas também sua disposição para estar sempre atenta à
necessidade dos outros. Maria é a intercessora diante do Filho de Deus, para
quem sempre pede misericórdia para com aquele que passa por momentos de
dificuldade. Esse viver em função dos outros nos ajuda a descobrir em Maria a
presença daquela que desse modo se torna presença de Deus na vida da
humanidade.
A devoção a Nossa Senhora não pode ficar num
sentimento, tem que ir além, assumindo suas atitudes na vida cotidiana. Quando
a gente é devoto, deve sentir a necessidade de imitar, de se parecer cada vez
mais com quem provoca devoção em nós. Superar um falso sentimentalismo e chegar
num compromisso cada vez maior deve ser um caminho a ser trilhado em nossa vida
como homens e mulheres de fé.
Deixemos que o compromisso solidário se torne atitude
presente na nossa vida, assumamos atitudes próprias daqueles que dizem querer
caminhar com Deus, daqueles que estão dispostos a assumir sua vontade em sua
vida. É tempo de testemunhas, que vão além das palavras, que com sua vida
limitada mostram a grandeza que vem de Deus, permanentemente comprometido com a
vida em plenitude para todos e todas.
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