A Constituição Federal brasileira de 1988, no artigo
205 afirma que: "A educação, direito de todos e dever do Estado e da
família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando
ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e
sua qualificação para o trabalho".
Podemos dizer, seguindo as palavras do texto
constitucional que a educação visa o pleno desenvolvimento da pessoa, seu
preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Mas
será que isso está acontecendo na sociedade brasileira? Após quase 35 anos de
Constituição Federal, a educação no Brasil é realmente um direito de todos?
“Promover diálogos a partir da realidade educativa do
Brasil, à luz da fé cristã, propondo caminhos em favor do humanismo integral e
solidário”, é o objetivo da Campanha da Fraternidade em 2022, que acompanha a
vida da Igreja do Brasil durante o tempo da Quaresma desde a década de 1960,
ajudando a refletir sobre temáticas que ajudem a fazer realidade um mundo
melhor para todos e todas.
Segundo recolhe o Texto Base da Campanha, que tem como
tema “Fraternidade e Educação”, e como lema “Fala com sabedoria, ensina com
amor”, em 2022, após ser abordado em 1982 e 1998, “pela terceira vez, a
educação volta a ocupar as reflexões da Campanha da Fraternidade, agora,
impulsionada pelo Pacto Educativo Global”.
Qual o contexto da educação atual? Quais os desafios a
serem enfrentados após a pandemia que atingiu gravemente os processos de ensino
no Brasil? Como fomentar políticas públicas que garantam educação de qualidade
para todos os brasileiros? Como gerar processos humanizadores e que fomentem a
dignidade humana a partir da educação? Como ajudar as famílias a assumir a
necessária colaboração nos processos educativos?
O ato de educar tem que ser assumido como sociedade,
também como Igreja, uma urgência em uma sociedade onde a maioria das pessoas,
inclusive aquelas que tem obrigação moral, inclusive legal, de agir assim, não
assumem sua responsabilidade.
Diante disso a Campanha da Fraternidade 2022, segundo
recolhe o Texto Base, nos faz ver “a necessidade de uma verdadeira mudança de
mentalidade, de reorientação da vida, revisão das atitudes e busca de um
caminho que promova o desenvolvimento pessoal integral, a formação para a vida
fraterna e para a cidadania”, uma grande urgência diante da atual conjuntura
social e política que o Brasil enfrenta.
A Campanha da Fraternidade é também uma oportunidade
de escuta, tendo em conta as consequências da pandemia e o novo projeto de
sociedade que o Papa Francisco está nos propondo. Trata-se de fomentar uma
educação para o diálogo, para um novo humanismo, sempre buscando dar
continuidade aos processos. Se busca ajudar a entender que educar com sabedoria
e amor é estimular o cuidado pela vida, é aprender a sermos mais solidários.
Mas para isso se faz urgente a participação de todos os
atores envolvidos em um clima de apoio e solidariedade. Assim faremos realidade
caminhos novos que tornem realidade um direito que é de todos e todas: uma
educação de qualidade.
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