Um encontro de
todos os cardeais é coisa rara, acontece quando um Papa morre e tem que eleger
o sucessor e mais alguma vez que o Santo Padre decide reunir seus colaboradores
mais próximos para refletir sobre assuntos importantes na vida da Igreja.
Quando o Papa
Francisco foi escolhido em 2013, um dos pedidos que recebeu foi a reforma da
Cúria Vaticana. Para isso iniciou-se um processo de discernimento que pudesse
ajudar a descobrir os novos caminhos que a Igreja católica precisa. Não só
aqueles que estão no Vaticano, mas também todos os batizados e batizadas que
vivenciam sua fé em todos os cantos do Planeta.
Mais do que normas
concretas, o Papa Francisco chamou a anunciar o Evangelho, um pedido que
aparece na Constituição Apostólica que ele escreveu para recolher o refletido
ao longo de nove anos. Seu nome é Praedicate Evangelium, que a gente poderia
traduzir por pregai o Evangelho.
Aprofundar no
conteúdo do texto do Papa tem sido a motivação dos quase duzentos cardeais que
se reuniram no Vaticano na segunda e terça-feira. Dentre eles, pela primeira
vez, um cardeal da Amazônia, o Arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich
Steiner, alguém que tem mostrado seu compromisso em levar o clamor da Amazônia
e de seus povos até o Santo Padre.
A Amazônia tem um
lugar preferente no coração do Papa Francisco. Ele tem mostrado repetidamente
sua preocupação e carinho pelo bioma amazônico, seus povos e sua Igreja, com
gestos concretos que demostram essa afirmação, dentre eles o Sínodo para a
Amazônia, que também pode ser visto como momento em que surgiram aportes
importantes nesse processo de reforma que agora tem ficado mais explícito de
por onde deve avançar.
O encontro dos
cardeais com o Papa tem destacado elementos que tem que estar presentes na vida
da Igreja: a comunhão, a missão, a presença no meio dos pobres, a presença dos
leigos, também das mulheres, em espaços de toma de decisão, dentre outros
elementos chamados a ajudar na implementação da Reforma.
Nessa
implementação em todos os níveis de Igreja está o passo decisivo desse
processo. É hora de colocar a mão na massa e traduzir em gestos, atitudes e
propostas o espírito da Praedicate Evangelium. Quem faz parte da vida da Igreja
católica tem que se perguntar: o que deveria ser feito em nossa comunidade, em
nossa paróquia ou área missionária, em nossa diocese para aos poucos
implementar a reforma?
Toda reforma
precisa de mudanças, nem sempre fáceis de assumir, mas que são necessárias para
implementar tudo aquilo que pode fazer realidade o que é procurado, uma Igreja
que responda melhor ao desígnio de Deus, uma Igreja mais viva, melhor presença
de Jesus Cristo no meio de seu povo. É tempo disso, de concretizar e fazer
carne o que está no papel. Só assim a gente vai poder dizer que a reforma está
andando.
Juntos com o espírito sinodal, cheios de fé, esperança e amor caminharemos plantando os sonhos do Reino de Deus... continuando em Cristo, com a ação do Espírito em nós...
ResponderExcluirAvante com toda alegria!!!!